Luciana Rossi Nascimento

Neide Rossi

Rosilene Nunes da Silva

As crianças se apropriam da linguagem em suas socializações, nas interações com as demais crianças e adultos do seu meio social. Elas aprendem ao ouvir sons e falas que as rodeiam. O balbucio é o inicio onde tentam expressar-se com as pessoas mais próximas. Nas primeiras fases o contato visual é fundamental, os brinquedos com cores e imagens só enriquecem seus primeiros contatos em brincadeiras.

No decorrer de seu desenvolvimento a criança gosta de narrar fatos de seu cotidiano, de recontar histórias, de cantar e encantar quando deixam suas expressividades exalarem de forma simples e sincera. Tudo isso pode ser ampliado através de estímulos pelos educadores, dentro das instituições de Educação Infantil. Podem aumentar as experiências culturais das crianças, socializando seus saberes e disponibilizando outros.  Dentro das propostas e rotina favorece a expressão das crianças em todas as formas, valorizando as diferentes linguagens.

Outra linguagem que está presente na vida da criança é a escrita, presente nos rótulos dos produtos, nas mídias e no contexto educativo. Para se apropriar-se dessa linguagem não é fácil, mas é de forma natural e prazerosa que depende do interesse das crianças e da forma que está sendo proposto em suas experiências. Na Instituição de  Educação Infantil essa apropriação está também associado ao pedagógico, nas mediações feitas pelo professor e nos diversos materiais oferecidos de maneiras lúdicas. É importante lembrar que cada criança tem o seu tempo e aprendizado peculiares.

Práticas comuns realizadas dentro das instituições infantis, por exemplo, nas brincadeiras de roda e com quadrinhas, nos momentos de conversas e contação de histórias e nas oportunidades que entram em contato com os livros diversos. Assim a criança vai se apoderar de uma linguagem ampla e enriquecer seu vocabulário, nas interações com o adulto e as demais crianças.

Ainda Oliveira (2008) afirma que para Vygotsky (1896-1934) a emergência da linguagem verbal, de um agir comunicacional, vai regular a atividade da criança pelo estabelecimento, por parte dos parceiros, de um acordo sobre os objetivos e as formas de ação, que podem ser então planejadas e avaliadas, tornando-se mais complexos. A aquisição de um sistema linguístico dá forma ao pensamento e reorganiza as funções psicológicas da criança, sua atenção, memória e imaginação. 

É muito importante o contato das crianças desde cedo com os livros, os diferentes tipos de textos e até as canções, essa exploração e a escuta de leituras e músicas auxiliam no desenvolvimento cognitivo e amplia o vocabulário dos pequenos. A literatura infantil é um dos mais ricos recursos nesse processo, a leitura mesmo que para as crianças ainda não alfabetizadas, é um caminho que leva a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa.

A criança que narra, que dramatiza e desenha usando diferentes recursos e materiais vai se arriscar a escrever espontaneamente, descobrindo que também a fala pode ser grafada. Iniciando assim as primeiras escritas. Todo esse processo influenciará em suas vivencias pessoais e em suas aprendizagens em seu cotidiano e dentro de sua rotina escolar.

O livro não pode ser considerado uma ferramenta do passado, dentro dessa modernidade atual em que vivemos com tanta tecnologia. A literatura infantil tem um papel importante nesse desenvolvimento, na exploração dos contos de fada, onde uma história bem contada faz toda a diferença. Nenhum recurso tecnológico substituirá o momento lúdico em folhear as paginas dos livros onde a magia encanta os olhos e a imaginação das crianças.

Desenvolver o interesse pela leitura e incentivar o contato com diversos gêneros textuais é um processo constante, que começa muito cedo em casa com a família, aprimorasse na escola e continua pela vida inteira.