LIÇÕES DE VALOR

Oferecer educação financeira aos filhos é mais do que ensiná-los a lidar com o dinheiro. È ajudá-los a serem adultos mais responsáveis, conscientes e capazes de realizar seus sonhos. 

Você pode achar ou não que dinheiro traz felicidade. Mas, por mais que seja desapegado das riquezas materiais, não pode negar: lidamos diariamente com notas, moedas e cartões. E dependemos desses recursos para sobreviver e realizar nossos projetos de vida. Sendo assim, fica fácil concluir: é impossível ser um bom pai ou mãe sem incluir na educação dos filhos uma boa dose de lições financeiras.

A primeira dúvida costuma ser: quando começar? Por volta dos três anos, à criança percebe que é preciso dinheiro para comprar coisas. Desde então, alguns conceitos já podem ser treinados. E o melhor jeito de ensinar é sempre pelo exemplo. De nada adianta falar que é preciso economizar e sair gastando no shopping ou então pedir um monte de comida no restaurante e deixar de lado, são sinais contrários que só irão confundir a cabeça da criança.    

Quando os pequenos tem necessidade de fazer seus primeiros gastos, como o lanche na escola, os especialistas sugerem que seja instituída a mesada, ou semanada.

È importante ter um dia fixo para pagá-la. Assim, a criança pode planejar, poupar, fazer escolhas. Nem sempre essas opções serão as mais corretas, mas isso também faz parte do aprendizado. Os pais devem mostrar que, se gastar tudo de uma vez, não sobrará nada até o próximo recebimento. Com o tempo, a prática pode resultar não só em aprendizado para os filhos, como em economia para a família. Exemplo: Antes de instituir a mesada, eu gastava cerca de trezentos e cinquenta reais por mês com minha filha, mudando de postura: Hoje, eu dou duzentos e cinquenta reais, e é suficiente, pois, como o dinheiro é dela, ela valoriza mais. Ensinar a juntar recursos para realizar sonhos é uma das lições mais importantes. Devemos nos reunir com as crianças e traçar projetos de curto prazo (até 12 meses), médio prazo (até 10 anos) e longo prazo (acima de 10 anos).

E mostrar que é preciso poupar para cumpri-los, para isso, o cofrinho é um ótimo instrumento. O cofrinho ajuda a mostrar que a criança pode ter aquilo que quer, mas nem sempre no momento que deseja. Num país como o nosso, em que mais de 63% das famílias estão endividadas, ensinar os filhos a lidar com o dinheiro é mais do que colaborar para seu futuro individual: é ajudar a construir uma nação mais consciente.

 

Nádia Januário

Bacharel Administração com Habilitação em Marketing

Especialista em gestão de pessoas

Autora do livro: Tendências Globais em Gestão Treinamento e Desenvolvimento – ano 2020