LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR

Fernando Ricardo Furlan

Roberta Granchi Dias Heinzl

RESUMO

Dentro do contexto da inclusão, este trabalho foi pensado e desenvolvido para poder sensibilizar e conscientizar os alunos para uma formação cidadã. Para isso buscou – se na real função social da escola, incluir o assunto LIBRAS, para que os alunos pudessem entrar em contato com a língua de surdos, se apropriando de um novo contexto, no qual a comunicação acontece não somente pela voz, mas também com as mãos. É preciso que o aluno seja formado com o conhecimento do seu ser como um todo, percebendo – se parte de um grupo no qual ele está inserido. Esses grupos possuem pessoas com características diversas, que precisam ser percebidas, respeitas e cuidadas. Pensou – se em atividades lúdicas para que o aprendizado fosse mais significativo e prazeroso, propiciando um aprendizado no qual o aluno será capaz de ter um estudo inicial na formação de LIBRAS, podendo em uma necessidade auxiliar através de datilologia, um surdo que esteja perto dele.

Palavras-chave: LIBRAS. Escola. Função Social. Jogos.

Introdução

 

A sociedade está vivendo um momento que, ter a sensibilidade de se colocar no lugar do outro, participar de uma coletividade, cumprir o papel de cidadão e sentir seu lado humano para incluir as pessoas no dia a dia, possibilitando que essa se sinta importante, já não é mais algo corriqueiro.

Sabe – se que, em todos os meios sociais há pessoas que precisam ser incluídas, com suas particularidades nos mais variados contextos. 

O ser humano tem a capacidade de possuir uma consciência para tudo na vida, mas não é capaz de ter a sensibilidade para mudar suas atitudes. Vê muitas coisas acontecendo a seu redor, ficam abismados, mas, não tentam mudar a realidade.

A escola é um espaço social, onde todos os envolvidos se doam para formar pessoas de bem, acolhedoras, justas, capazes de transformar o meio em que vivem.

É verdade que enquanto as pessoas são alunos, isso se torna muito eficaz e de fato acontece, na maioria das vezes, mas, não é algo que se perdura, personalidades mudam, conceitos, valores, e aos poucos muito trabalho vai – se perdendo. Aquela criança que foi capaz de acolher, de ser parte, nem sempre vai continuar a ser esse cidadão.

Pensar em LIBRAS nas escolas é colocar na realidade dos alunos, que há pessoas ao seu lado que precisam de um olhar diferente.

Esse trabalho foi realizado com crianças e na escola por dois motivos: primeiro para levantar uma bandeira, a da inclusão; e segundo, porque é na infância que formam – se os valores, as boas ações, atitudes e cresce o bom homem.

Para isso, pensou – se em atividades práticas com desenhos dos sinais, jogos e conversação, para despertar não só a conscientização dos alunos, mas a sensibilidade para com a pessoa surda.

Detectou – se que formação humana é permeada por situações, atitudes, ações e pensamentos que ao longo da formação cidadã, cada pessoa vai se confrontando, e dessa forma, sua maneira de receber e o lidar com as diferenças, faz de cada um o adulto de amanhã.

As pessoas com deficiência auditiva passam por situações que para nós ouvintes são tão simples, automáticas, mas que ninguém se quer se colaca no lugar deles para interagir, tendo um ato humano. Como por exemplo, saber o nome de um sobrinho, de um primo ou até mesmo da própria mãe.

A surdez muitas vezes é solitária, torna – se um mundo a parte em que o outro se cala. Passam por vários problemas pessoais de aceitação, de querer reconhecer seus limites e buscar a melhor maneira de ser tão comum como nós.

É preciso incluir, conhecer os caminhos, buscar, aprender, partilhar e compartilhar.

Alfabetizar em LIBRAS é se colocar no lugar do outro, é incluir, é perceber que há alguém do meu lado que necessita de mim.

Trabalhar com crianças é ter a fé que a formação cidadã irá tocá – la, irá transformá – la, e assim esta irá transformar a sociedade.