Depois da derrota do Muammar Gaddafi em outubro de 2011, o país mergulhou no caos. Duas autoridades rivais, bem como muitas outras milícias se disputam e lutam pelo poder. Detido em novembro de 2011, Seif Al-Islam, o filho mais proeminente do ex-chefe de Estado foi liberado em junho passado, apesar de ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional, por ordenar o assassinato de manifestantes que se levantaram contra seu pai.

Um plano de ação de várias etapas institucionais, apresentado em setembro passado pelo representante da ONU na Líbia, Ghassan Salamé. Tratando de um referendo sobre a Constituição, e a elaboração de uma lei eleitoral, como um pré-requisito para a realização de eleições em 2018. 

O calondário proposto pelas Nações Unidas visa "uma solução política indispensável" para a Líbia, conforme anunciado no mês passado, o chefe da diplomacia francesa durante uma viagem ao país, sublinhando o papel  importante de poder a implementar " com celeridade e confiança", isso é antes do segundo semestre de 2018.

É neste contexto que o  chamado Guardião da revolução líbio e após seis anos de prisão, Seif Al-Islam Kaddhafi prepara o "seu retorno para a cena política". Seu porta-voz  declarou que, para respeitar a palavra dada desde 2011 para os libios, o filho do Guia da Revolução da Líbia nunca vai deixar o seu país", porque  defende o seu território, como um mártir.

Devido a insegurança predominante no país, alguns acreditam que Seif Al-Islam é  considerado como um "modernizador", seus estudos superiores foram em "London School of Economics", seu programa visa succeder ao seu pai. 

Ele poderia, de fato, acolher o apoio de uma grande parte da população ou até mesmo de uma grande parte, daqueles que, até recentemente, condenavam a ditadura do coronel Kaddhafi.

Mas, tudo isso foi suficiente para que este digno filho de seu passado, fiel e representante do antigo regime pretenda, apesar de ser acusado, por motivo de ter ordenado em 2011 o assassinato de manifestantes e, apesar de tudo isso continua a ignorar o apelo do tribunal de justiça internacional, desavisada de que o condenado retomar as rédeas do poder na Líbia? 

Nada é menos certo no momento, mesmo que os "kadafistas" se mobilizem o melhor que puderem para tentar encontrar o discurso perdido,  alinhando atrás do filho do Guia da Revolução de 1 de setembro, dizendo  ser pronto para apoiar a sua candidatura para as próximas eleições presidenciais

Seja como for, não há nada mais importante para o país do que para a região e o mundo que a unidade e estabilidade da Líbia, após o caos no qual foi mergulhado, por causa dos planos secretos e dos cálculos de algumas potências ocidentais

 

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador universitário