Que não se enganem o coração e a alma: alívio para as amarguras que dilaceram e corroem, só descavando das profundezas, a esquife, onde jazem mazelas que ainda lutam pela vida e buscam restos de ar e luz para sobreviverem. 

O coração e a alma só reconhecem o que é belo e verdadeiro. São como conchas, feitas para aconchegar pérolas, da mais pura origem. Nos seus depósitos, cabem só o bem; o mal, é corpo estranho, avesso aos propósitos do criador divino.

Que não se enganem o coração e a alma: chegará o dia em que será indispensável perder o medo, abrir o lacre e desencarcerar as emoções negativas que ainda teimam em brigar por mais um segundo de vida. O choro será quase inevitável, mas, libertador. Será como a tempestade necessária ao solo seco; a água abençoada que mata a sede de quem caminha no deserto; o soro que alimenta o moribundo.