Percebo o quanto é difícil para as pessoas entenderem que o caminho para um bom relacionamento é a confiança e a liberdade. E, naturalmente, o amor.

Em nome dos sentimentos muito tem sido exigido. Algumas pessoas têm dificuldade de entender que ninguém é dono de ninguém que os gostos, desejos, aspirações de uma pessoa, não são necessariamente os de outra.

Claro que temos que educar as crianças, apontar caminhos e dar limites, mas temos, sobretudo, que amá-las.

Até uma determinada idade, somos quem sinaliza quem dá diretriz, diz o sim ou o não, mas quando os filhos são adultos eles seguem seu próprio caminho, independente de nossa vontade, gosto ou desejo.

Muitos pais tentam projetar nos filhos suas expectativas. Querem realizar através deles, sonhos que não puderam realizar. Induzem à determinadas carreiras,a determinadas práticas , muitas vezes sem considerar a vontade, a aptidão ou vocação do filho.Nada mais sufocante que isto.

Aquele que se sente sufocado, aprisionado, desconsiderado ignorado em seus anseios, em seu eu, tende a procurar se libertar, buscar conquistar seu espaço o mais rápido possível.

É preciso aprender a confiar, dar espaço onde cada um possa exercitar sua vontade, realizar suas habilidades e potencialidades, conquistar, atingir metas, se auto-afirmar. Aquele que se sente satisfeito, realizado,sente-se livre, valorizado  e não oprimido, como um mero executor de vontades alheias.

Quem está feliz onde está, fazendo o que gosta, não vai embora. Ou melhor, até poderá ir, quando sentir necessidade de voar mais alto e mais longe, mas quem sai feliz apoiado, saindo de um local onde lhe foi permitido viver, crescer como pessoa, volta, porque leva tudo isto no coração. Ali será sempre o seu ninho, o seu lugar de aconchego, de calor humano, o seu referencial.

Por isso, se quisermos alguém perto de nós, temos que abrir o coração, a mente, e as portas para que saiba e sinta que o que o prende são os laços indestrutíveis do amor.