LIBERDADE ANTES DE TUDO!

Professor Me. Ciro José Toaldo 

Neste último feriado, 21 de abril, refleti a respeito do meu trabalho, como professor de História do Brasil. Infelizmente há quem despreza os acontecimentos históricos, outros, os estudam de modo equivocado. Mas, este feriado rememorou um cidadão, esquecido e depois lembrado: Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes, enforcado em 21/04/1792. Morre por acreditar na liberdade, quando o Brasil ainda era Colônia de Portugal.

Vivemos no século XXI, imerso em truculentas questões relacionadas com a ‘liberdade’. Discussão, debate e demagogia levam a perca da essência deste valor incondicional. Infelizmente, tratando-se de Brasil, parece que nos distanciamos desta magnitude, pois nosso processo histórico demonstra que a velha máxima: “em terra de cego quem tem um olho é rei”, ainda é atualíssima. Dizeres como este, deveriam impulsionar para se entender a importância em ser livre, especialmente por saber que em 02/10/2022, na eleição, deveremos escolher cinco candidatos. Aliás, nos quesitos como política, religião, economia, vida particular, entre outros, o maior critério deveria ser o pleno exercício da liberdade!

Quanto ao quesito ‘política’, este é onde a liberdade é trucidada, além da ação dos infames politiqueiros, que ‘dominam o povo’ com as nefastas ‘manobras de curral eleitoral’, temos organismos jurídicos que corroboram em massacrar a liberdade.

A História do país comprova que na Primeira República, há inúmeros resquícios que ofuscaram a liberdade, e se fazem presentes nos atuais Poderes: aos amigos e padrinhos, até o impossível é possível, aos demais, vale os ditames da ‘cega lei’; aliás, tratando-se de ‘lei’, fica a pergunta: para quem elas servem?  

Como seria espetacular ter a possibilidade de viver num país aonde, a liberdade viesse antes de tudo; na qual a cidadania fosse plena e os direitos invioláveis.  Utopia, como diria Thomas More, em seu famoso romance escrito em 1516 (século XVI)!

Voltando a Tiradentes: sua convicção é atual, acreditou na liberdade, por isso é lembrando no seio popular. Contudo, sua memória foi proibida, tanto na terra natal, Minas Gerais, como na então capital, Rio de Janeiro, após sua execução. Não cito os melindres republicanos (1889) ou militares (pós 1964), que trouxeram à tona este personagem como ‘vulto histórico’, não compactuo com criações de ‘mitos’. A História foi corrompida com essas versões.

Maravilhoso é lembrar, sem viés ideológico, o que escreveu o romancista, Otto Lara Resende, a respeito de Tiradentes: “um rapaz meio maluco e sonhador, acendedor de uma chama que não pode se apagar e sua utopia é atualíssima, cabe numa palavra: liberdade”.

Este artigo, acima de convicções políticas ou ideológicas, busca demonstrar que ‘antes de tudo, necessitamos de liberdade’ para viver plenamente. Aliás, nesta perspectiva, o maior ideário para ser livre, veio de Jesus Cristo, mesmo atrelado nas insígnias religiosas, apavorou as autoridades romanas, quando foi condenado por Pilatos.

Caros leitores, a liberdade é fundamental, especialmente em ano eleitoral, quando se deve aprofundar na dimensão do ser livre; mas, vemos os ‘gladiadores’ dos Poderes, enterrando as razões de se viver em plena liberdade. Triste é conviver com um povo sem memória, sem indignação, aceitando tudo, inclusive com a morte de sua própria liberdade.

Boa reflexão. Até o próximo!