Aquele que ergue o país é o mesmo que é excluído pelo sistema. O mercado cada vez exigindo aperfeiçoamento e o governo estagnando o ensino, o que resta são operários sem capacitação, resultado: exclusão. No topo da pirâmide sempre está a minoria, aquela que massacra uma maioria de desolados. Nessa violência contra a dignidade a massa segue misturando esperança com sobrevivência, tentando desse jeito um alento para as suas mazelas.
Como sonhar com desenvolvimento se quem comanda a máquina procura sempre guiá-la pra trás, usando a marcha ré para o progresso? Os comandantes do destino procuram o caminho mais longo para nos levar ao futuro e deixa os atalhos para serem usados em seu próprio beneficio. Matamos um leão por dia, mas não temos nem direito a sua carne de segunda. Resta-nos apenas a sua juba, pois o filé esse quem come são os nossos algozes, ou melhor, nossos líderes. Eles não caçam, mas são como as hienas, estão sempre rindo e comendo as sobras da pátria. A carniça fica na panela de pressão dos que só tem o salário mínimo para sobreviver.
A nossa pátria mãe nos promete dignidade, mas subtraída enquanto dorme em berço esplendido, nos oferta a sua exclusão. Aos seus filhos adotivos (políticos), esses ela encharca com suas benesses. Sabemos que muitas vezes é obrigada a concordar com acordos feitos em surdina. Está tudo exposto, explícito, mas quem tem a coragem de censurar esse filme bizarro? Somos acovardados por um regime ditatorial, mascarado de democracia, onde se persegue até seus ancestrais. Ninguém brada, ninguém ergue a "espada justiceira", calados e amordaçados engolem a seco a saliva amarga de um regime de exclusão.
Ainda não tivemos a nossa independência e o grito de liberdade arranha na goela, mas enquanto todos não entendem que a união é o melhor dos remédios, vamos tomando expectorantes para aliviar esse grito preso na garganta. Liberdaaaaaaaaaaadeeeeeeeeeeee!!!!! Eu estou gritando baixinho, pois também tenho meus medos.