LEVANTAMENTO DENDROMETRICO DA VEGETAÇÃO PRESENTE EM UMA ÁREA DE CAPOEIRA SITUADA NO MUNICIPIO DE PARAGOMINAS – PA.

RESUMO

 A vegetação primária de capoeira funciona como acumuladora de nutrientes na fitomassa durante o período de regeneração, os quais são liberados através das cinzas, após as queimadas, melhorando as condições da fertilidade do solo. No qual, o estudo foi obtido em uma área particular próximo a SANEPAR (Agência de Saneamento) no município de Paragominas – PA, em que a vegetação original da região era composta principalmente por florestas tropicais densas de terra firme e perenes. No entanto, os solos da região são predominantemente do tipo Latossolo amarelo, isto é, ricos em argila, e sua fertilidade é muito baixa. Porém, o clima é do tipo mesotérmico e úmido. Tendo uma temperatura média anual é de 25º C e uma umidade relativa do ar em torno de 85%. A partir dos resultados presente a  capoeira geralmente alcança o estágio médio depois dos 20 anos de regeneração natural da vegetação, podendo levar muito tempo para alcançar níveis de área seccional e biomassa semelhantes aos das florestas maduras. Com isso, observou-se na área mensurada a altura média das árvores estimadas de 0,0918 m² e o DAP médio equivalente á 0,07842m. A partir do levantamento dendrometrico da vegetação presente na área de capoeira analisada, permitiu concluir que se tratava de uma capoeira intermediária identificada no segundo estádio da regeneração de uma floresta primária, antes nativa e inabitável com altura variando de (7 – 16m) com um DAP entre (8 – 16 cm).

1 INTRODUÇÃO 

Na região nordeste do Estado do Pará é encontrado vários estádios de capoeira com densidade de plantas variando em função do manejo e da fertilidade do solo. A implantação de lavouras temporárias é feita após a derrubada e queima da capoeira. As capoeiras funcionam como acumuladoras de nutrientes na fitomassa durante o período de regeneração, os quais são liberados através das cinzas, após as queimadas, melhorando as condições da fertilidade do solo. A fase de cultivo geralmente é de dois a três anos, com períodos de pousio de cinco á oito anos, sendo as capoeiras parte integrantes deste sistema de cultivo (TEIXEIRA et al 1999).

Com isso Souzaet al (2010), as plantações florestais são recomendadas para casos específicos, onde há necessidade de material mais homogêneo, para fins energéticos e onde a intenção seja introduzir espécies bem valorizadas em uma vegetação de baixo valor econômico, como as capoeiras. Em todos os casos, os plantios são indicados para áreas já alteradas, onde predominem florestas secundárias e/ou áreas abandonadas

Souza et al (2010), ressalta que na Amazônia o aproveitamento dos recursos naturais deve promover o desenvolvimento da região, mediante a geração de tecnologias para superar dois grandes desafios do seu processo de ocupação: usar de forma sustentável os recursos naturais existentes, recuperar e incorporar ao processo produtivo as áreas já alteradas.

“Onde a derrubada e a quantidade de biomassa dos ecossistemas de capoeiras de diferentes estádios eliminam a fitomassa existente, bem como transferem para a atmosfera uma grande parte de carbono que constituía a estrutura da matéria orgânica desses ecossistemas. Por outro lado, a vegetação de pousio e a implantação de agroecossistemas recuperam o carbono da atmosfera pela fotossíntese, através da formação de compostos orgânicos, a partir do CO2, absorvendo do solo os elementos, nutrientes e a água (TEIXEIRA et al 1999)”.

Sobretudo, para que seja revertido o atual processo de degradação da Amazônia (SOUZA et al 2010),afirma que, tal ação implica na necessária adoção de medidas visando a ocupação racional da região e a ampliação do conhecimento científico, especificamente da pesquisa florestal e agropecuária.

Constata-se na literatura uma diversidade significativa do ecossistema estudado, assim como, uma variedade nos valores de interceptação da sua mensuração em cada tipo vegetação em analise. Dessa forma, a pesquisa tem por finalidade as precipitações internas na capoeira por meio da mensuração de toda sua fauna, com intuído de buscar valores e resultados dendrométricos para uma melhor interpretação do ecossistema composto nesse estádio, resultante de uma degradação direta do homem. 

2 OBJETIVOS

2.1 GERAIS

 Analisar a Dendrometria da Vegetação primária “capoeira” no município de Paragominas- PA. 

2.2 ESPECÍFICOS

 Analisar a estimativa de altura; DAP (diâmetro altura do Peito);g (área seccional à altura do peito);Volume; média de dispersão dendrometricas (circunferência ,diâmetro,altura e volume).

3 MATERIAIS E METÓDOS 

3.1. ÁREA DE ESTUDO:

Os dados utilizados para desenvolver o estudo foram obtidos em uma área particular próximo a SANEPAR (Agência de Saneamento de Paragominas) no município de Paragominas, localizado na região nordeste do Estado do Pará, latitude 02º59’45’’ Norte e uma longitude 47º21’10”Oeste, estando a uma altitude de 90 metros, conta com uma área de 19.300 km² e dista da capital (Belém) a 320 km

A vegetação original da região era composta principalmente por florestas tropicais densas de terra firme e perenes. Os solos da região são predominantemente do tipo Latossolo amarelo, isto é, ricos em argila, e sua fertilidade é muito baixa. O clima é do tipo mesotérmico e úmido. A temperatura média anual é de 25º C e a umidade relativa do ar gira em torno de 85%. O regime pluviométrico é de 2.250 mm a 2.500 mm anuais, mas o período de dezembro a junho concentra o maior volume (80%) de precipitação: 1.700 mm a 1.800 mm/ano (Pará, 2008).

O município possui uma topografia onde os níveis altímetricos apresentam pouca variação. Contudo, tais níveis se encontram em cotas mais elevadas que a média dos municípios da Microrregião de Paragominas. A referência que se tem é da sede municipal, onde a altitude alcança cotas aproximadas de 40m. Entretanto, mais ao Sul do Município, essas cotas crescem um pouco mais. A geologia do Município é representada pela formação de Itapicuru, do  Cretáceo, que apresenta arenitos, predominantemente vermelhos, finos, caulínicos, argilitos vermelhos laminados e calcário margoso fossilifico. Existe, ainda, a presença de sedimentos do Terciário, Barreiras e Quaternários sub atual e recente. O relevo apresenta tabuleiros relativamente elevados e aplainados, formas colinosas dissecadas, baixos tabuleiros, terraços e várzea. Morfoestruturalmente faz parte da unidade que se convencionou chamar de Planalto Sul do Pará/Maranhão. 

3.2. AMOSTRAGEM

Os dados para a realização deste estudo foram oriundos da medição de 70 árvores. As árvores foram submetidas em parcelas de 484 m², com espaçamentos irregulares, por se tratar de uma regeneração da floresta primaria “capoeira”. Ecossistema formado a partir, da ação do homem por meio de uma degradação parcial de sua flora nativa presente no meio (Figura 2).

Em cada parcela, foi medido o diâmetro á altura do peito (DAP), tomando como base (gabarito c/1.30m solo) e altura total (gabarito c/5,0m solo). A medida total da área, volume e comprimentos, foi obtida conforme as escalas de medição.

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