Levado

 

       Pelas levadas da vida aprendi ser estrada, não para levar aonde queriam ir, mas a trajetos que deveriam seguir; aprendi ser poeira, não para embaçar objetivos que precisavam atingir, mas para que perdessem de vista o abismo que, por falta de maturidade, iam cair; aprendi ser córrego, não para irrigar ilusões, muito menos encharcar sonhos, mas para manar o que podiam florir; aprendi até ser cachoeira, não por vaidades, mas para quando houvesse a necessidade da queda, para poder fluir.

       Edificar-se para Viver, também é entender que, às vezes a vida nos faz brotar de vertentes que, assim como a correnteza, que se submete às quedas-d’água, também nos faz descer aos lamentos, e após ruminar a mente, podermos dizer que: mesmo feridos pelos tombos, conseguimos enxergar o caminho, e seguir.