LETRATAMENTO
Publicado em 23 de setembro de 2012 por JOÃO BOSCO MARTINS
TEMA:LETRAMENTO |
RESUMO O presente trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão sobre a importância da aquisição da escrita e da leitura. O ponto de partida para o mesmo foi a análise das condições adequadas que norteiam as discussões nesse campo. A maneira como as pessoas se aproximam da escrita no contexto social pode ser reconhecida em seus comportamentos e atitudes diante de situações em que a escrita torna-se um instrumento fundamental para as suas interações e inserção no mundo. Evidentemente, crianças e adultos participam de diferentes eventos que contribuem para o desenvolvimento cognitivo de cada um e neles tem a oportunidade de ampliarem seus conhecimentos acerca da linguagem e escrita. Entretanto, a escola desempenha um papel fundamental na inserção das crianças no mundo letrado, bem como na sua formação como usuário desse sistema simbólico. O interesse pelo tema surge da necessidade decorrente do grande desafio para a área de conhecimento e desenvolvimento e criará condições para que o aprendizado contínuo seja estimulado dentro das práticas sociais diante da exigência cada vez maior pela qualificação do ensino-aprendizagem e, em consequências disso, melhores qualificações para os educando, que levarão pela vida afora, as consequências de tal processo.
Palavras-chave: Formação; Letramento; Aprendizagem; Qualificação.
INTRODUÇÃO As discussões acerca do processo ensino e da aprendizagem da leitura e da escrita antes dos sete anos tem merecido a atenção de educadores e estudiosos da área, em diferentes contextos da historia da educação brasileira. As escolas buscam diferentes estratégias para atender essa demanda exigida pelo ensino fundamental. Ao discutirem os conteúdos e as intervenções pedagógicas adequadas tanto às crianças que passaram a integrar o Ensino Fundamental, quanto àquelas que continuam na Educação Infantil, tem-se problematizado a adequação ou inadequação de se trabalhar a aquisição da língua escrita nesse período da educação da infância. Sob nova perspectiva e, diante de novos desafios, o tratamento dado à questão vem revelando sua complexidade e a necessidade de se explicitarem os diferentes pontos de vista dos pressupostos teóricos e práticos nela envolvidos. Nesse sentido, o presente trabalho toma como destaque a aquisição da leitura e da escrita e interpretações para a palavra letramento, a importância do levantamento da necessidade de alfabetizar e a avaliação da alfabetização, as considerações finais ao término das justificativas e as referências bibliográficas que foram a base das discussões aqui realizadas.
REVISÃO LITERÁRIA
Tendo em vista algumas modificações culturais, econômicas e sociais que se processam nas sociedades contemporâneas, pode-se observar, sobretudo a partir de meados do século XX, uma mudança no que durante um bom tempo, foi considerado como sendo alfabetização. Os conceitos de alfabetização e letramento ressaltam duas dimensões importantes da aprendizagem da escrita. De um lado, a capacidade de ler e escrever propriamente dita e, de outro, a apropriação efetiva da língua escrita. Na visão de Vygotsky (1998), a cultura está impregnada no modo de pensar, sentir e aprender. Compreendendo a cultura como os modos de um povo, comunidade ou grupos, fazer, ver, ser, sentir e estar no mundo e, portanto, como uns sistemas de significação não podem percebê-la como algo pronto e estático, e sim como um processo dinâmico construído pelos diferentes grupos culturais aos quais pertence. Essa proposta trata da leitura literária na fase em que as crianças estão aprendendo a ler e a escrever. Parte-se assim, do pressuposto de que a experiência com textos literários pode anteceder a alfabetização, fazendo valer o que ensina Magda Soares: “é impossível participar de práticas de letramento mesmo sem ter o domínio do sistema de escrita”. (SOARES, 1998). Sob a forte influência da psicologia e sem o necessário intercâmbio entre os olhares conceituais e metodológicos de outras áreas do saber científico, a infância foi compreendida como um fenômeno relacionado à vivência cronológica, cuja lógica e estrutura se pautavam pelos aspectos ligados à natureza. Assim fundamentados, alguns estudos no campo da psicologia concederam pouca relevância à cultura na constituição da infância. (GOUVEIA, 2000). Tendo como marco conceitual, a obra “Historia social da criança e da família” de Philippe Áries (1981), as pesquisas no campo da historia, da sociologia e da antropologia têm demonstrado que a infância, tal como a conhecemos hoje, não é um fenômeno natural e universal, mas, sim, o resultado de uma construção paulatina das sociedades moderna e contemporânea. A infância deixou de ser compreendida como uma “pré” etapa da fase adulta e passou a ser identificada como um estado diferenciado. Assim, ao mesmo tempo em que se reconhece que a definição de infância é tributária do contexto histórico, social e cultural no qual se desenvolve, admite-se a especificidade que a constitui como uma das fases da vida humana. E é nessa fase que a criança entra para a pré-escola, onde adquire as bases para um futuro processo de alfabetização, durante o qual e, para o resto da vida irá se deparar com as exigências próprias da escrita e da leitura em sua vida, seja como forma de interação ao meio do qual faz parte, seja como forma de admissão em uma vida produtiva. As aquisições da escrita e da leitura são, portanto, atividades interligadas entre si e, interligadas à sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Pavimentar bem o caminho do letramento literário antes e no início do processo de alfabetização pode ser a mais importante tarefa à qual os professores deveriam se lançar, se descobrirem a tempo o que significa o contato com bons livros que venha a contribuir para a formação humana. Por mais fáceis e simples que sejam as leituras, elas sempre requerem algum ensinamento que vai desde o modo como pegar o livro, à melhor forma de perceber aquilo que se está lendo, se é que para tal percepção exista alguma receita. A autonomia do leitor é uma conquista contínua, que não se separa definitivamente das mediações. Por mais experientes que sejam os leitores, eles sempre participam de processos mediados, condição movida pelos desafios que os textos e aqui nos interessam de perto os literários, nos colocam. O simples, na literatura infantil, não pode ser confundido com o banal, que segue os modelos de uma produção que não respeita a inteligência infantil, em nome do favorecimento de leitura autônoma, sem a mediação de um adulto. Sem repetir fórmulas ou facilitar a linguagem, a simplicidade na literatura para crianças pode propor desafios em direção a uma travessia para a autonomia, ao produzir estímulos que assegurem a continuidade de leitores apenas iniciados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981, 279 p.
AGRADECIMENTOS A Deus que permitiu a realização deste sonho, às nossas famílias, aos colegas de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica e, em especial ao nosso orientador, cuja dedicação nos permitiu novas possibilidades de estudo e interação. |