LER, EXPANDIR E CONECTAR

Por Gilmar Martins Borges | 17/09/2025 | Educação

LER, EXPANDIR E CONECTAR

 

GILMAR MARTINS BORGES

 

Aqueles que trabalham com “promoção de leitura” ocupam-se, precisamente, da leitura e jamais se ocupam da escrita. (...) Parece-me que a única maneira de superar este pensamento dicotômico é pensar em termos de cultura escrita. (...) em todas essas atividades há interfaces entre o ler e o escrever.

(Emilia Ferreiro)

 

PALAVRAS- CHAVES

Atividades. Leitura. Livros. Literatura. Texto.

 

RESUMO

O artigo em destaque se ocupará em apresentar sugestões sobre o ato de ler por meios de inúmeras ferramentas. Se ter livros nas mãos e tempo para lê-los parece, sob todos os aspectos, uma condição imprescindível para formar leitores, há que começar a pensar em forma de organização que facilitam essa vivência alfabetizada. Isso inclui preocupar-se com questões muito minuciosas: de como obter bons livros a como controlar a conservação do material escrito na aula. E, naturalmente, requerer programar o ensino das distintas matérias, como algo que se desenvolva ao redor das práticas de leitura dos alunos. Em um ambiente ativo de alfabetização, a literatura não tarda a encaixar-se de diferentes formas.

 

ABSTRACT

The featured article will focus on presenting suggestions on the act of reading through a number of tools. If having books in hand and time to read them seems, in every way, an essential condition for developing readers, we must start thinking about ways of organizing that facilitate this literacy experience. This includes worrying about very detailed issues: from how to obtain good books to how to control the conservation of written material in class. And, of course, it requires planning the teaching of different subjects, as something that develops around the students' reading practices. In an active literacy environment, literature soon fits in in different ways.

 

KEYWORDS: Activities. Reading. Books. Literature. Text.

 

INTRODUÇÃO

A leitura literária pode expandir o seu lugar na escola através de múltiplas atividades, que permitem sua integração e conferência com outros tipos de aprendizagem.

Dentre muitas opções de aprendizagem poderíamos destacar o uso do hipertexto no computador que visualiza com clareza esta operação de saltar das palavras, imagens, temas ou transferências de um texto para outros muitos conhecimentos relacionados a ele e que podem usar-se tanto para entendê-lo com maior profundidade, como para navegar caprichosamente através do continuum do conhecimento humano.

Quanto mais ativo e inter-relacionado é o ensino que se oferece, mais fácil será que os alunos se encontrem com a literatura em qualquer espaço ou matéria... sempre que nos lembremos de pôr aí as obras, é claro.

Não é necessário oferecer listas dessas obras; tampouco são leituras obrigatórias. Pode ser um texto pontual lido ou apresentado pelo professor e deixado ali para quem goste de relê-lo ou continuá-lo, como se a literatura surgisse de seus bolsos, sempre inesgotável, pronta para fazer uma evocação divertida ou mágica. Pode ser um conjunto de obras, que formem um telão de fundo enquanto duram as atividades de aprendizado concreto, livros incorporados a esse entorno temporal como instrumentos de cultura ao alcance dos alunos para que se entretenham folheando-os, sirvam-lhes como sugestão de formato ou modelo em seus escritos ou lhe ajudem a entender e relacionar conhecimentos tratados em áreas distintas.

Destaca-se também a leitura guiada de textos, por sua vez, uma prática eficaz e que melhor se ajusta à imagem que a escola tem de si mesma como lugar de formação e tem sido a atividade educativa por antonomásia ao longo da história do ensino literário. Durante muito tempo, inclusive a própria facilidade da leitura dos textos foi olhada com suspeita a partir da ideia de que uma leitura sem obstáculos impede a tarefa reflexiva do leitor ou, ao menos, não a favorece. Em certo sentido isso é verdadeiro, porque as atividades escolares de leitura necessitam de um certo nível de provocação, e já mencionamos a necessidade de que os textos ofereçam desafios interessantes para a construção de significado nas atividades compartilhadas. Mas não é uma ideia transferível a todas as atividades de leitura, e ainda menos no caso das obras integrais. Tampouco é uma ideia plenamente aceitável na medida em que revela uma concepção educativa baseada na transmissão do professor e o esforço ascético do auno.

Recordemos que é importante distinguir um espaço de leituras guiadas de outro espaço de leitura livre, porque isso permite propor leituras que não sirvam unicamente “para que ao menos leiam alguma coisa”, um objetivo próprio do espaço de estímulo à leitura. Também evita que essa leitura transcorra em paralelo (quer dizer, sem se tocar) com o ensino da literatura seguido nas aulas. Neste sentido, cabe assimilar que o fato de relacionar ambas as atividades facilitam afastar-se do trabalho comum da ficha de leitura, um trabalho que, por outro lado, tem por finalidade o simples (e ilusório) controle de que a leitura foi feita, o que requer a aplicação solitária (e apática) dos instrumentos de análise aprendidos.     

Segundo Teresa Colomer (2007), ao espaço próprio da leitura corresponde, primeiro, uma seleção de obras mais complexas do que a dos títulos que os alunos podem ler de maneira autônoma e, segundo um trabalho dentro das aulas, se o propósito é ajudar e sustentar o progresso na capacidade de interpretação das crianças. A ideia principal é que, precisamente para aprofundar sua leitura, as crianças necessitam de ajuda de leitores mais experimentados que lhes deem pistas e caminhos para construir um sentido mais satisfatório do significado dos livros. Dar para ler obras integrais não implica em anular trabalho sobre elas, mas sim refletir sobre as condições que podem convertê-las em pertinentes e interessantes para os alunos. Portanto, incorporar a leitura guiada de livros oferece uma das vias mais claras da conciliação dos diferentes objetivos presentes na educação obrigatória e de superação das perplexidades atuais através de novas práticas.

 

 

METODOLOGIA

A metodologia aplicada neste trabalho foi baseada na pesquisa bibliografia através de pesquisas em livros, revistas pedagógicas, sites da Internet entre outros.

Segundo Gil (1991, p.48), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos relacionados com o estudo em questão.

Sendo assim, na realização desta pesquisa bibliográfica foram utilizados os seguintes procedimentos técnicos:

 

a) Seleção bibliográfica e documentos afins à temática e em meios físicos e na Internet, interdisciplinares, capazes e suficientes para que o pesquisador construa um referencial teórico coerente sobre o tema em estudo, responda ao problema proposto, corrobore ou refute as hipóteses levantadas e atinja os objetivos propostos na pesquisa.

 

COSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, a renovação deste espaço de leitura escolar depende, primeiro, de uma delimitação de objetivos, uma sequência e uma programação específica dos conteúdos literários que estamos longe de possuir. O que deve saber qualquer pessoa sobre literatura em nossa sociedade? O que deve saber em relação ao seu uso e ao seu nível conceitual? Estas perguntas continuam esperando um consenso educativo suficientemente amplo, inclusive entre os setores mais implicados na renovação pedagógica.

 

BIBLIOGRAFIA

COLOMER, TERESA. Andar entre livros: a leitura na escola [tradução: Laura         Sandroni]. – São Paulo: Global, 2007.

FERREIRO, E. “Acerca de las no previstas pero lamentables consecuencias de   pensar sólo em la lectura y olvidar la escritura cuando se pretende formar al lector”, in Lecturas sobre lecturas, 3, México: Dirección Gerneral de publicaciones, 2002.

 

 

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