LAZER E RECREAÇÃO: ENSINAR NO ENSINO SUPERIOR

BERNADETE MARIA PELETTI DA SILVA

Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior – Anhanguera PR

Especialista em Educação Física Escolar – IMPE Sorriso MT

 

RICARDO ROBERTO DE OLIVEIRA

Esp. em Metodologia do Ensino Superior pela UNOPAR – Londrina PR

Esp. em Educação Física Escolar pela UNOPAR – Londrina PR

Esp. em Educação Especial Inclusão e Libras pela Faculdade Dom Bosco PR

Docente Faculdade Centro Mato-grossense FACEM Sorriso MT

 

RESUMO

Este trabalho visa apresentar uma discussão sobre a formação do professor de educação física no que se refere ao trabalho com o lazer e a recreação. Apresentamos aqui alguns conceitos e fatos históricos acontecidos no Brasil e em outros países sobre o tema lazer e recreação. Abordaremos também sobre a construção e a reconstrução de conhecimentos através de experiências vivenciadas, percursos formativos, profissionais e interação entre teoria e a prática. Nesse sentido, procurou-se ressaltar o entendimento de como ocorre o processo de formação de saberes do docente de educação física da disciplina de lazer e recreação no curso de graduação, quais são as fontes de aquisição de saberes do docente, quais os desafios da formação e o compromisso profissional. Além de uma reflexão para o entendimento de alguns fatos, pessoas, lugares e várias possibilidades de ações que venham a contribuir para uma formação sólida do professor, levando-o a desenvolver conhecimentos reflexivos, formativos e investigativos.

INTRODUÇÃO

A formação do docente Universitário em lazer e recreação começa na graduação, momento em que o docente em formação se familiariza com a prática, a pesquisa, a vivência de sala de aula e a importância de se tornar um pesquisador crítico-reflexivo.

Tal formação advém de vários caminhos, um deles é o conhecimento adquirido mediante a trajetória profissional construindo e reconstruindo conhecimentos de acordo com a necessidade de utilização, com nossas experiências e com nossos percursos formativos e profissionais. É fundamental ampliar o campo de estudos sobre a construção de saberes profissionais em nossa realidade. Essa formação também é responsável pela formação teórico-prática do aluno dando condições de seguir sua carreira profissional.

Diante disto, surgiu a curiosidade de compreender o processo de construção de saberes do docente, bem como o planejamento das suas aulas e a construção de saberes do docente de Educação Física que atuam na área de lazer e recreação do curso de graduação.

O docente sempre deve estar preparado para os desafios, buscando novos caminhos, para que sua aula não caia numa rotina, ocasionando assim, a repetição de práticas e atitudes. Assim sendo, vamos ressaltar nesse trabalho: como o docente constrói seus conhecimentos de lazer e recreação e quais os recursos que o apoia na formulação desses saberes.

DESENVOLVIMENTO

Durante muito tempo acreditou-se que a única fonte que possuia o caminho para o conhecimento, apredizagem e desenvolvimento do indivíduo era somente a escola, ou seja, transmitia-se conteúdos formais, principalmente por meio de livros, onde o professor reproduzia de forma repetitiva e mecânica, não havendo a participação dos alunos pois, acreditava-se que eles não eram providos de algum conhecimento. Hoje, grande parte dos docentes compreendem uma nova visão de que o corpo humano não deve ficar na inércia, somente sentado e parado. Um novo conhecimento deve ser incorporado a todos os docentes, isto é, deixar de lado somente o referencial teórico e partir para um novo referencial e novos procedimentos que provoquem alterações nas práticas escolares, exigindo que os docentes planejem, usem de diversos recursos didáticos interessantes, formas de intervenção e de avaliação para desempenhar bem sua tarefa fazendo com que ela seja eficiente e eficaz.

A valorização do aluno surgiu, depois de estudos realizados exigindo do professor um novo aprender e um novo ensinar, destacando a importância de refletir sobre suas atitudes, suas formas de adquirir conhecimentos e proporcionar uma prática consciente enquanto educadores, e as instituições de ensino contribuíram abrindo espaço para essa valorização exigindo do professor uma conscientização como educadores e quanto a suas práticas, possibilitando assim a comunidade uma escola mais crítica e adequadas aos seus alunos. A preocupação básica na formação de professores não pode ser somente a de lhes oferecer os conteúdos das disciplinas pedagógicas, mas deve prepará-los para um comprometimento maior com projetos sociais voltado para a edificação do homem ético, moral, político e social. Segundo Louro:

(...) “à medida em que a instituição se tornava um espaço de formação privilegiado, tudo o que se passava no seu interior ganhava importância. Outros modos de educação e de aprendizagem continuaram a existir, é claro, mas as sociedades modernas ocidentais passavam a colocar a escolarização – uma atenção especial. Isso representou não apenas olhar para as crianças e jovens e pensar sobre as formas de discipliná-los, mas também observar – e disciplinar – aqueles que deveriam “fazer” a formação, ou seja, os professores”. (LOURO 1997, p.91).

O professor deve estar sempre em busca de novas possibilidades, valorizando o conhecimentos de seus alunos e atuando em sala de aula de forma que corresponda com a realidade em que os estudantes estão vivenciando...