Lágrima! 

Cai dos olhos da noite uma lágrima colorida

Ela vem para regar a minha solidão

Este gesto bendito é pura metáfora

Que povoa de sonhos o meu coração

Cai dos olhos dos deuses uma lágrima reluzente

Cai clara e fria como a neve branca

Santa é a face que esta lágrima recebe

Deixando espalhar seu cheiro de madressilvas

Cai esta lágrima serenamente

Como fio de ouro, ela cai levemente sobre o meu corpo

E, como pluma soprada pelo hálito do vento

Esta lágrima passa por entre meus dedos cativos

Na verdade...

Esta lágrima vertida pelo desprezo teu

Cai morna e lenta dos olhos meus.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Geraldo Gerraro Goulart

Novembro de 92