O laço família-escola é muito importante para um bom desenvolvimento da criança, irá servir de alicerces à família na educação dos filhos. O diálogo que é um recurso essencial à inserção da cultura.

O diálogo, como destacam os PCNs, é uma arte a ser ensinada e cultivada, acontece quando se dá lugar à criança para opinar, refletir quando os pais têm voz ativa, enquanto adulto/educadores.

A criança vivencia inicialmente os valores humanos como justiça, solidariedade, respeito mutuo, na relação que tem com a família, que terão continuidade nas relações no ambiente escolar. A aproximação entre a família e a escola é muito importante para o desenvolvimento pleno da criança. Quando a família participa diretamente na vida escolar da criança, ela obtém melhorias efetivas no seu desempenho.

Um autor interessante para pensarmos o laço família-escola é Vygotsky que liga o desenvolvimento do sujeito e sua relação com o ambiente sociocultural. Todas as relações positivas contribuem para o desenvolvimento da criança.

 Para Vygotsky (1998), um dos principais defeitos da prática educativa é a separação dos aspectos intelectuais de um lado, e os afetivos de outro, pois o funcionamento psicológico tipicamente humano, segundo ele, é o intelectual e o afetivo.

Para a criança ter um desenvolvimento pleno é preciso que afetividade, esteja equilibrada com as ações ambientais e as interações sociais, no âmbito escolar. A família é o grande pilar afetivo, as experiências e  as vivências que trazem consigo para o ambiente escolar.

 Outro autor, Henry Wallon (apud La Taille, 1992), descreve que a origem da vida afetiva da pessoa está no funcionamento fisiológico, 48 Avaliação do impacto e licenciamento ambiental marcado, por exemplo, na atividade alimentar, que apresenta três tipos de reações: 1. de natureza interoceptiva – funções de nutrição (estímulos do trato digestivo). 2. de natureza proprioceptiva – funções ligadas ao equilíbrio e aos movimentos (estímulos a nível muscular, tocar, segurar no colo). 3. de natureza exteroceptiva – funções da rotina cotidiana (estímulos nas atividades de banho, trocar as fraldas, o olhar frente a frente mãe/bebê).

“As sensibilidades intero e proprioceptivas determinam as nuances agradável e desagradável, introspecção da vida afetiva; quanto à sensibilidade exteroceptiva, ela está voltada para o conhecimento do mundo exterior” (DELDIME, 1999, p. 54).

A proposta walloniana considera a pessoa como um todo, elementos como afetividade, movimentos, emoções e espaços físicos encontram-se juntos.

Assim podemos observar a importância do papel da família, dos pais para o desenvolvimento das crianças. Pressupõe-se que os pais precisam refletir sobre o seu lugar, sua função no processo de educar os filhos.

A educação deve desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo, e o sentimento de confiança a em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania.

 

Artigo produzido a partir de leituras dos livros:

 

 

DELDIME, R. O Desenvolvimento Psicológico da Criança. Bauru; São Paulo: Edusc, 1999;

 

LA TAILLE, Y. de. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992;

 

Parâmetros curriculares nacionais: fáceis de entender. São Paulo: Abril, 1998. Edição Especial;

 

VYGOTSKY, L. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Marins Fontes, 1998.