INTRODUÇÃO

Este pequeno esboço, pretende tão somente referenciar na história das organizações, notadamente de feição econômica, uma breve nota histórica a cerca do trabalho humano de natureza insalubre e onerosa, ao longo do período que mudaria para sempre a forma como os seres humanos produzem os bens e serviços para suas necessidades no interior dos mercados, a Revolução Industrial.

Em Administração de Empresas, entende-se por organização uma entidade social formada por duas ou mais pessoas que trabalham de forma coordenada em determinado ambiente externo visando um objetivo coletivo. As organizações envolvem a divisão de tarefas e atribuição de responsabilidades.

Dependendo do tipo de organização, há uma pessoa que exerce um papel fundamental nas funções de liderança, planejamento e controle dos recursos humanos e de outros recursos materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa.

A estrutura de uma organização pode ser formal ou informal. Uma organização formal é planejada e estruturada seguindo um regulamento interno. Organização informal são as relações geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução da empresa. Existe um conjunto de elementos que estão diretamente associados a uma organização, tais como: clientes, fornecedores, concorrentes, comunicação social, entre outros.   

As relações sociais refletem o constante grau de evolução da espécie humana. A vida em sociedade revela primordialmente nos últimos séculos, uma constante busca pelo aperfeiçoamento e melhoria das condições e padrões de vida das pessoas, notadamente em suas relações de trabalho, evidenciando a luta dos trabalhadores para conseguir desempenhar suas atividades de sobrevivência nas mais variadas situações, nações e regimes econômicos ao longo dos séculos.

A partir da Revolução industrial, com a inserção cada vez maior das máquinas e inventos acoplados ao processo produtivo, e portanto, do fator tecnológico no mundo do trabalho, ou seja, mais precisamente nas unidades fabris, tornou-se perceptível, principalmente nas nações pioneiras da chamada Revolução Industrial, em primazia a Inglaterra pós meados do século XVII (após 1776), uma grande expansão no processo produtivo, e grandes paradoxos nas relações de trabalho.

            É bem verdade, que a introdução das máquinas, como o tear hidráulico, a máquina a vapor, no interior das fábricas têxteis da Inglaterra, o país pioneiro da Revolução Industrial mormente em suas primeiras etapas, proporcionou um ganho de produtividade exponencial em relação ao processo produtivo levado a cabo de forma artesanal, pelas oficinas, tendo inclusive levado ao fechamento da maioria delas, por absoluta impossibilidade de concorrência, com as fábricas, que produziam mais, em menor tempo, e com menores custos. A despeito de tal transformação, cognominada na história moderna e contemporânea do ocidente capitalista, embora resultasse em pujança e grande crescimento econômico para os detentores dos bens, meios e modos de produção, numa palavra os capitalistas, burgueses industriais, por outro lado revelou o total abismo e descompasso da outra face do processo produtivo, representado pelo grande contingente de trabalhadores operários, ou proletários, a viver e trabalhar nas mais periculosas condições, sob o teto, de ambientes, fétidos, insalubres e totalmente desprovidos das menores condições para o bom exercício das atividades laborais.

            Realizava e vivia o trabalhador, notadamente das fábricas de tecidos ingleses, no século XVIII, nas mais abjetas e vis condições de trabalho, mediante o  pagamento pelos serviços prestados em razão dos seus salários, efetivamente miseráveis, aviltantes e baixíssimos, sem deixar de ressaltar, que pagos com notórias diferenças entre os gêneros e as idades, onde os homens, recebiam mais que as mulheres e crianças, estas de até cinco anos de existência, submetidas aos grilhões no interirior de suas masmorras, ou seja, das fábricas.

 As fontes literárias inglesas, principalmente encontradas nos manuais descritos por eminentes historiadores como, Edward Thompson (A Formação da Classe Operária Inglesa), Eric J. Hobsbauwm (A Era do Capital, A Era dos Impérios e A Era dos Extremos), e por último, mas não menos preciso, no relato de Leo Huberman (História da Riqueza do Homem), evidenciam, em seus relatos, documentos, processos, Comissões de inquérito, e dados numéricos, que retratam a gravosa situação à qual estavam submetidos os trabalhadores das fábricas ao longo das etapas da Revolução industrial, bem como os desdobramentos, das consequências históricas de tais relações de trabalho.

            A Encíclica Papal, rerumnovarum: sobre a condição dos operários (Sobre as Coisas Novas), conhecida também como “Sobre as coisas do Trabalho”, representa documento papal, que dá início à chamada Doutrina Social da Igreja, e reflete no século XIX, a situação paradoxal e antagônica das relações de trabalho, e de suas condições insalubres e onerosas ao trabalhador, principal prejudicado, e condutor da força de trabalho, como fator de produção. Outros eventos, ainda no século XIX, demonstram a reação dos trabalhadores que a despeito da ilegalidade das organizações sindicais e da inexistência de Leis e Justiça do trabalho, revoltaram-se por diversas vezes em vários lugares da Inglaterra, como nas revoltas do movimento Ludista, e, na França com a Comuna de Paris, primeira experiência revolucionária e contestadora do status quo, e da miséria do operariado europeu nos séculos XVIII e XIX.

 A Revolução Russa de 1917, constituiu-se em exemplo de movimento revolucionário, onde  também tornou-se palco das revoltas dos trabalhadores, já no século XX, em razão da sua condição de miséria nas relações de trabalho, naquele país europeu, que acaba por espalhar, nos anos seguintes a influência das ideias Marxistas e Leninistas, com a implantação de regimes do chamado Socialismo Real, no século XX, como reação e tomada do poder político e econômico aos efeitos do capitalismo concorrencial, e concentrador praticado desde o nascedouro da Revolução Industrial.

Doravante elencaremos de forma ilustrativa nas linhas seguintes maiores caracterizações de notas históricas a cerca das condições de insalubridade e onerosidade das relações de trabalho ao longo do tempo.