Kant e a Autonomia - Aula para Ensino Médio em Tempos de Covid-19

PROFESSOR(A): WERNER SCHROR LEBER

ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS EM TEMPOS DE COVID-19

COMPONENTE: FILOSOFIA

TURMA (S):  2ªs Séries Ensino Médio Integral e Período Noturno.

ATIVIDADE: 3ª SEMANA Datas entre 11 e 18 de maio de 2020.

OBJETIVO DA APRENDIZAGEM: Desenvolver o senso crítico e ético a partir de referenciais escritos, visando a que os e as estudantes construam sua própria ideia do que o autor apresentado expressou. Mediante algumas indicações, os estudantes são desafiados a exprimir uma ideia coerente sobre o tema filosófico. De outro modo, intenta-se levar o e a estudante a compreender determinados princípios de entendimento filosóficos e adaptá-los ou contextualizá-los.

Habilidades envolvidas: Resiliência; Criatividade; Comunicação;

ESTUDANTE:                                                                        TURMA:

 

CONTORNOS EM TORNO DA ATIVIDADE

Olá meus estudantes das 2ªs Séries do Ensino Médio Integral e do Ensino Médio noturno. Como vocês estão? Desejo sinceramente que estejam todos bem. Hoje (06/05/2020) esfriou e está chovendo. Isso é bom porque nossos rios estão secos. Por outro lado, aumenta a possibilidade de infecção pelo Covid-19 em função justamente do frio. Que perverso né? Quanto mais frio, mais perigoso. Então, todo cuidado é pouco. Sei, vivemos tempos estranhos, inseguros, cheios de dúvidas. Estamos na Caverna, da qual Platão nos fala, encontraremos a luz. Creio que há um propósito nisso tudo. Certamente sairemos melhor dessa situação. Crise são oportunidades. Daí se segue que você e eu devemos nos preparar para ser discípulos. Na hora certa, o mestre aparecerá. É um provérbio chinês. Logo chinês né? Parece que agora tudo vem da China.

Hoje à tarde, em nossa reunião WEB de professoras, professores, diretoras, supervisora, orientadora falávamos sobre isso, sobre a crise que o corona está nos impondo, e lembrávamos com saudades de vocês. A palavra “krisis”, vem de um verbo grego “krinomé (Κρινόμη)” ou “krino (κρινω)”, que significa “julgar”, “avaliar”, “perceber os detalhes”, “distinguir”, “decidir”. É o que se faz quando se diz que “estamos em crise”. Julgamos, distinguimos, avaliamos, tomamos decisões.

O filósofo Immanuel Kant é um pensador muito reputado. Ele deu uma outra perspectiva àquele imbróglio envolvendo os empiristas (Locke, Hume) e inatistas – racionalistas – (Descartes e Leibniz). Mas a nossa atividade aqui é outra. Em 1783, Kant escreveu uma carta no semanário alemão da época, chamada “Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?”. O texto abaixo (excerto; trecho) são as palavras iniciais daquela carta. Kant escreveu sobre vários problemas filosóficos, mas aqui ele está pensando como um iluminista, vendo na razão a força capaz de mudar nossa vida, nossas ações ou não, conforme nossas decisões.   O que vou propor a vocês é o seguinte: depois do texto de Kant, seguem 4 imagens com algumas informações. Na atividade aqui vocês deverão escolher apenas 2 das 4 imagens e associá-las à carta de Kant. Isso quer dizer que vocês devem fazer uma interpretação ao que Kant expressa no texto e fazer uma ligação com o que as imagens (que também são considerados textos) apresentam. Mas vocês deverão empregar na resposta algumas palavras chave, que passarei a descrever agora. São elas: MAIORIDADE; AUTONOMIA; PREGUIÇA; CORAGEM; VENCER; TRABALHAR; ENTENDIMENTO; EDUCAÇÃO; FILOSOFIA; MENORIDADE.

Leiam o trecho de texto em destaque: 

“Esclarecimento é a saída do homem da menoridade pela qual é o próprio culpado. Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia. O homem é o próprio culpado por esta incapacidade, quando sua causa reside na falta, não de entendimento, mas de resolução e coragem de fazer uso dele sem a direção de outra pessoa. Ousa fazer uso de teu próprio entendimento! Eis o lema do Esclarecimento. Inércia e covardia são as causas de que uma tão grande maioria dos homens, mesmo depois de a natureza há muito tê-los libertado de uma direção alheia, de bom grado permaneça toda vida na menoridade, e porque seja tão fácil a outros apresentarem-se como seus tutores. É tão cômodo ser menor. Possuo um livro que faz às vezes de meu entendimento; um guru espiritual, que faz às vezes de minha consciência; um médico, que decide por mim a dieta etc.; assim não preciso eu mesmo dispender nenhum esforço [...]”.[1]

Mandela, ficou 27 anos preso por causa da política segregacionista (discriminação racial) que havia na África do Sul – Apartheid.  Ele era ativista político a favor do fim do Apartheid, imposto em 1948 e que durou até 1994. E, saído da prisão, tornou-se Presidente da África do Sul.

 

 

Essa achei bem legal. O que vocês pensam deste texto?

 

 

Kant deve estar se revirando no túmulo lá em Kaliningrado. Essa daí está certa até certo ponto. Mas depois virou falácia. Não é mesmo? Afinal, qual o erro desta afirmação?

Se eu dissesse: Todo estudo é luz; lâmpadas emitem luz; portanto, lâmpadas são estudo. Que tal? É uma falácia...por quê? Porque está tudo errado. Dizer que estudo é luz, é uma metáfora. Dizer que lâmpadas emitem luz, é tomado em sentido literal, o que está certo. Mas o fato de lâmpadas emitirem luz não sucede do fato de “estudo ser luz”. O termo “luz”, além de tomado em sentidos diferentes, é aplicado de modo incabível dentro das premissas. A lógica silogística não funciona com metáforas.

 

 

REPETINDO:

Então lembre-se, você deve empregar necessariamente em sua resposta (em seu parecer filosófico) todos os termos que seguem: MAIORIDADE; AUTONOMIA; PREGUIÇA; CORAGEM; VENCER; TRABALHAR; ENTENDIMENTO; EDUCAÇÃO; FILOSOFIA; MENORIDADE.  Além disso, deve tomar como referência, como ideia, duas das quatro imagens (que também são textos) para elaborar sua resposta. É fácil. Eu sei que vocês darão conta. Você pode usar as variantes também. Ex.: Preguiça, preguiçoso; Educação, educar, educado; educando, educador; Coragem, corajoso, corajosamente. E assim por diante. Mas terá de empregar os termos propostos, seja da forma como estão aí ou em forma derivada. Ex.: Pode ser que você esteja a escrever sobre uma pessoa e afirma “disso tudo percebe-se que a pessoa agiu corajosamente”. Você não vai escrever “disso tudo percebe-se que a pessoa agiu coragem”; a não ser que você afirma: “disso tudo percebe-se que a pessoa agiu com coragem”. São só exemplos. Mas olha eu aqui explicando coisas óbvias né? Então, boa sorte a vocês.