KAIZEN

O novo professor chega à cidadezinha do interior e se escandaliza com as placas: “Penção Nosa Sinhora Aparesida”, “Cidão Borraxéro”, “Bar Du Selço”... Tinha até livraria que vendia livros de “istória”.

De repente, ele avista a “Alfaiataria Aguia de Ouro”. Falta o acento em “águia”, mas mesmo assim ele entra esfuziante no recinto:

- Meu amigo, parabéns! Além de não cometer erro grave na sua placa, escolheu um belo nome para sua alfaiataria: Águia de Ouro.

E o alfaiate, enfurecido, responde:

- Mas será possível?! O senhor não sabe ler, não? O nome certo é Agúia de Ouro!

Nosso infeliz professor percebeu que teria muito trabalho para melhorar os habitantes daquela cidadezinha. Mas um trabalho destes não traz mudanças rapidamente. Ele se faz por pequenas e regulares evoluções no nível de conhecimento dos habitantes.

Partindo deste pressuposto de que jamais devemos nos contentar com as conquistas atuais e de que, por mais que algo possa parecer perfeito, tudo pode ser melhorado indefinidamente, surgiu na década de 50 no Japão, logo após a 2ª. Grande Guerra Mundial, o conceito Kaizen.

A palavra Kaizen pode ser compreendida com Kai, que significa mudança, e Zen, que equivale a bom. Assim, o sentido de Kaizen é de mudança para melhor. Kaizen quer dizer melhoramento contínuo e é um processo que envolve todos em uma organização.

Naquela época, a maioria das empresas japonesas teve que começar ou recomeçar suas atividades da estaca zero. A cada dia, novos desafios se descortinavam para otimização dos processos e o Kaizen tornou-se um importante mecanismo de sobrevivência daquelas indústrias. E esta prática, que se tornou uma filosofia, visa o bem não só da empresa como também do profissional que trabalha nela.   

Todos são municiados de ferramentas para melhor se organizarem e buscarem sempre melhores resultados, seja reconhecendo e eliminando desperdícios, seja ganhando produtividade em processos, otimizando produtos, tornando mais eficientes as manutenções etc.

Diversos sistemas de gestão estão baseados no Kaizen e em seu foco na inovação incremental sugerida pelo pessoal da linha de produção, como o TQC (Total Quality Control), JIT (Just in Time) e TPM (Total Productive Maintenance).

Este estado de melhoria contínua do Kaizen pode ser representado pelo ciclo PDCA (planejar – fazer – verificar – agir). O PDCA pode ser entendido como uma ação contínua de nunca se estar satisfeito com a situação atual. Planejar significa estabelecer um alvo para a melhoria e elaborar planos de ação para atingir este alvo. Fazer representa implementar o plano. Verificar envolve determinar se a implementação proporcionou a melhoria almejada. Finalmente, agir significa realizar e padronizar os novos procedimentos.

Para o Kaizen, sempre é possível fazer melhor e nenhum dia deve passar sem que alguma melhoria seja implantada. Afinal, seu ditado é: “Hoje melhor que ontem e pior que amanhã”.

Pense sempre em mostrar o novo, mudar, visando melhor atender a seu sofisticado e exigente público/cliente. Tudo porque sabemos que está errado o ditado: “Em time que está ganhando não se mexe”.

 

Nádia Januário

Bacharel em Administração com Habilitação em Marketing

Especialista em gestão de pessoas

Pós-graduação em Sociologia