Jihad não significa Guerra
Publicado em 16 de maio de 2012 por Chops Carvalho
Vivemos num mundo em que cada vez mais as fronteiras estão se diluindo. As diversas culturas estão se reduzindo a uma só, a cultura do Fast Food. A chamada globalização está engolindo os povos que não se enquadram ao sistema capitalista. O importante, para o mercado, é reduzir as diferenças entre as pessoas. Quanto mais gente consumir determinado produto, dirigir certo carro, vestir tal grife, maior será o mercado consumidor, e, conseqüentemente, maior será o lucro. O mundo ocidental é o grande responsável por esse processo de globalização. Ele impõe comportamentos, pensamentos e sistemas políticos.
Os povos islâmicos conseguem fortemente lutar contra a invasão cultural ocidental. Por isso, são, atualmente, os mais perseguidos. Sofrem pressão política e econômica por parte das elites capitalista para que se tornem mais flexíveis ao sistema. Um meio muito utilizado para desestabilizar esses povos é a mídia. A televisão e os jornais, de forma maniqueísta, colocam o Ocidente como o defensor da liberdade e o Oriente como o protetor do terrorismo.
A grande mídia ocidental deturpa princípios do Alcorão a fim de manipular os leitores mais desatentos, visando denegrir a imagem do Islamismo. Tentam mostrar que tal religião possui uma justificativa para o terrorismo.
Nazanín Amirian, uma escritora iraniana exilada, em seu texto “Jihad não significa Guerra”, tenta desmoronar o conceito de Jihad tão difundido pela mídia ocidental. Para a maioria dos nossos meios de comunicação, Jihad é uma guerra santa. Amirian afirma que tal palavra não significa nem guerra, nem santa. Ela possui dois sentidos. Se for a grande Jihad, “faz referência à luta espiritual diária dos fiéis, ao treinarem a alma para controlar os instintos básicos e para o aperfeiçoamento interno”, se for a menor, “a defesa dos territórios do Islã, dos seus habitantes e do próprio Islã perante os perigos externos.” Não necessariamente a Jihad menor se refere a conflitos armados. A autora cita o exemplo de brigadas formadas no Irã, no período do Khomeini, que tinham como objetivo levar água, luz e serviços básicos a milhares de aldeias desatendidas, ou outras que lutavam contra o analfabetismo.
O Cristianismo também é vítima de conceitos interpretados de forma tendenciosa para atender a interesses capitalistas ou a outros interesses. O presidente americano George Bush tratou a invasão do Iraque e do Afeganistão como uma Cruzada contra o Terrorismo. O grupo terrorista irlandês Ira, que é fundamentalista, utiliza-se da bíblia para justificar os crimes cometidos contra os protestantes. O próprio vaticano manipula as escrituras bíblicas. Um exemplo disso é o Tratado de Latão, que marcou o início de uma aliança da igreja com o fascismo italiano.
REFERÊNCIAS:
AMIRIAN, Nazanín. Jihad não significa Guerra. Disponível em:http://www.infoalternativa.org/cultura/cultura024.htm