JESUS: GOVERNADOR DA MATÉRIA

 

Iniciamos com o seguinte questionamento: Qual é a essência mesma da moral espírita? Ou melhor: que preceitos morais seguem os espiritistas, adeptos do Espiritismo?

 

Para o primeiro questionamento: a moral espírita é a mesma moral cristã; e, portanto, para a segunda questão: os espiritistas seguem, ou, procuram seguir os preceitos que dimanam do Cristianismo; ou melhor: do mais puro Cristianismo. E o codificador colocava a questão nos precisos termos:

 

“Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, quer dizer, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, Ele mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Bem aventurados, disse ele, os pobres de espírito, quer dizer, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem aventurados os que têm puro o coração; bem aventurados os que são brandos e pacíficos; bem aventurados os que são misericordiosos;”...

 

E, prosseguindo, acentuava ainda mais:

 

“Amais ao vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem; amai aos vosso inimigos; perdoai as ofensas se quiserdes ser perdoados; fazei o bem sem ostentação; julgai a vós mesmos antes de julgar os outros;”...

 

E finaliza tal parágrafo nos termos de:

 

“Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e ele mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater; mas faz mais do que recomendar a caridade, coloca-a claramente, e em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura”. (Vide: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – AK – Ide).

 

Vê-se, pois, que os mais importantes postulados de Jesus são os mais importantes postulados do Espiritismo e que, se fossem seguidos neste Mundo provacional, seríamos todos felizes e estaríamos bem mais próximos da perfeição inaugurando um Novo Mundo: o de Regeneração.

 

Todavia, ainda se discute sobre a natureza do Corpo que Jesus teria envergado quanto esteve entre nós, os terrícolas. E, temos o direito de saber? De, humildemente, questionar? Óbvio que sim. Mas é provável que esta parte final de nossa tese venha a levantar a ira dos adeptos mais radicais de J.B. Roustaing (Rustenismo), e dos defensores pouco arrazoados de Allan Kardec (Kardecismo). (com relação ao referido termo que se consulte nosso e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”).

 

É que Roustaing (“Os Quatro Evangelhos” – Feb), como se sabe, pretendera que Jesus fosse dotado de um Corpo exclusivamente fluídico, porém, condensado ou materializado; e Kardec (“A Gênese” – Feb), por sua vez, defendera a possibilidade de que o Mestre houvesse envergado, como todos nós, um Corpo naturalmente humano, de carne e osso, como um outro qualquer. (Vide: “Médium de Deus: Jesus”, nosso próximo e.Book).

 

Sendo que seus seguidores, rustenistas e kardecistas, sobretudo mais ortodoxos, pretendem engessar o saber doutrinário ao estritamente codificado por um (Roustaing) e por outro (Kardec), esquecendo-se de que referido saber é progressivo, e não paralisante, comportando, sempre, novas e mais novas, amplas e mais amplas revelações, sejam elas humanas ou sobre-humanas, venham elas dos homens ou dos Espíritos, cujo trabalho, como o nosso mesmo, não se encerra jamais.

 

Mas asseguro-lhes que não estou nem um pouco apreensivo, seja com uns, seja com outros, pois que, afinal, ao âmbito do nosso saber, somos livres pensadores, de fé consorciada à razão, e, por isso, quando escrevo alguma coisa procuro analisar, sobretudo, se não estou extrapolando muito e se há algum traço de racionalidade e de lógica contida em meus escritos.

 

E, confesso que não vi, assim, tanta heresia na ideia aqui expressa que, talvez, possa agradar aos mais inclinados às novidades e coisas que tais do vibrante Meb (movimento espírita brasileiro). Se bem que isto não importa muito, mas sim, se a ideia tem o aval da verdade ou não, coisa que só o tempo e a lógica intrínseca da mesma, poderão dizer, porquanto a discussão dentre rustenistas e kardecistas prossegue num embate sem fim.

 

Por outro lado, um dos mais confiáveis instrutores espirituais do Século 20, em relatando fatos da vida de Jesus, declara a um dado momento de seus memoráveis ensinos que:

 

“Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmaterializando-se, ante a expectação geral (João, 7:30), e, na mesma cidade, perante a multidão, produz-se a voz direta, em que bênçãos divinas lhe assinalam a rota (João, 12:28-30). Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dissociando-lhe os agentes e reintegrando-os à vontade, com a colaboração dos servidores espirituais que lhe assessoram o ministério de luz”. (Vide: “Mecanismos da Mediunidade” – André Luiz - Feb).

 

E, por isto, questiono:

 

-O que conhecemos de coisas atinentes a um Plano de Ordem Cósmica, ou, minimizando um tanto mais, de um Plano Superior ao nosso de ordem terrena, e, portanto, um Plano Superior que, de sua parte, escapa-nos em sua transcendentalidade, expressando, pois, mais alta sabedoria e moralidade?

 

-O que sabemos do intrigante jogo de forças físicas, energéticas, espirituais e morais que, por sua vez, regem toda a nossa bioquímica planetária?

 

-O que se conhece da transcendente bioquímica de outros Orbes universais, e, no caso, superiores ao nosso, situação em que, os corpos físicos de seus habitantes se vão aperfeiçoando, se sutilizando, tornando-se mais eterizados e capazes até mesmo de volitar pelos espaços circundantes, quando tais Seres, (encarnados e desencarnados), por sua elevação intelecto-moral, detêm amplo domínio e conhecimento das técnicas de materialização e rematerialização de seus próprios veículos de manifestação, bem como das coisas circunscritas ao seu ambiente natural?

 

-Que conhecimento se tem, hoje, das possibilidades e razões cósmicas de um Espírito tão elevado, tão puro, como o de Jesus de Nazaré e seu polêmico veículo de manifestação quando esteve entre nós: físico/carnal ou simplesmente materializado pelos fluidos diversos, ectoplásmicos e outros tantos elementos da natureza, do ambiente que nos cerca?

 

Estando claro, que, quando me refiro às ‘razões cósmicas’, não me refiro, apenas e tão somente às suas razões de vir a este Mundo nos instruir e nos mostrar o Caminho da Redenção, mas também à sua faculdade espiritual a que se poderia denominar Razão da Inteligência Crística, que se pode e se deverá concebê-la como uma forma de razão inimaginável pelos nossos tão restritos padrões de entendimento.

 

Ora, se ela, a razão, em nosso plano experiencial, é uma faculdade evolutiva, então existirão razões acima da mais alta das razões humanas, ou seja, acima do entendimento, da razão, digamos assim, da Inteligência Formal que, por sua vez, transcendera a razão concreta, e que, da parte que lhe toca, é procedente da razão pré-lógica e das fases sensório-motoras da inteligência em paulatina progressão.

 

Portanto, André Luiz pode e deve sim, ser levado em conta; mesmo porque, referido autor não vem sozinho, pois que ele é parte de imensa falange da Espiritualidade Maior. (Vide: e.Book de nossa autoria: “André Luiz e Sua-Voz”).

 

O que não se pode, conquanto se o faça, é condenar o que se desconhece, sobretudo nos tempos dos mais relevantes estudos da eletricidade, do magnetismo, da energia, dos campos da vida, bioplásmáticos, bem como da relatividade, e, sobretudo, das certezas e incertezas da física quântica e das mais interessantes e sábias instruções da Espiritualidade, em que destaco, sobremaneira, no Século 20, as de Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier, com os iluminados Espíritos de Sua-Voz, Emmanuel e André Luiz.

 

O Universo que nos cerca, pois, já não é mais o das coisas físicas, e sim, o das não-físicas, das ondas, dos elétrons, das oscilações de um vasto mundo de corpúsculos dinâmicos que nos envolve, e de que, afinal, somos constituídos, feitos e refeitos a todo instante na incessante renovação da matéria que nos serve de base e composição temporária neste Mundo provacional, mas tão complexos que tão-só por agora principiam conhecer, faltando-nos muito ainda pela frente para pesquisar e sondar.

 

E, se o nosso corpo físico, biológico e material, se renova permanentemente, conquanto a um longo prazo, porque o Corpo do Ente Maior, que fora representando por Jesus Cristo durante sua estada dentre nós, não poderia também renovar-se, porém, de forma instantânea e quando assim o quisesse, no instante mesmo de Sua Soberana Vontade.

 

Cogita-se, assim, com a possibilidade do Cristo ter sido portador de um Corpo físico Bio-Transmutável, ou seja, biologicamente humano, mas capaz de tomar aspectos igualmente tangíveis da forma fluídico-materializada, e, também, com a possibilidade tornar-se invisível aos olhos carnais humanos encerrando forma transcendental, ou, puramente espiritual, quando assim o quisesse e fosse o desejo de Sua Soberana Vontade.

 

Jesus, pois, quando esteve entre nós, poderia ter-se apresentando com um Corpo de carne e osso que, graças à sua imensurável evolução (vide texto: ‘Evolução em Linha Reta’), seus poderes e vontades de um Ser Crístico, poderia transmudar-se para as mais diversas formas situadas entre tal condição humana até às mais altas e mais puras situações da refinada energia espiritual, quando assim o quisesse e o pretendesse, consoante dados a seguir dispostos:

 

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[(Estado Biológico) (Estado Fluídico-Material) (Estado Espiritual)]

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Com isso, Jesus poderia estar na Terra e no Céu, entre os homens e Deus, experienciando, ainda uma vez, a Soberana Vontade do Pai, que se acha ausente de nada, estando presente em Tudo.

 

No âmago da maior das contradições doutrinárias (Roustaing e Kardec, visto supra) encontrar-se-ia, pela referida e presente tese, a semente de uma possível consensualidade com a mais sublime luz da Verdade em Cristo, Nosso Senhor.

 

O Nosso Mestre Maior, portanto, sofrera como todo homem teria sofrido para levar sua cruz ao calvário que lhe sacrificara o Corpo carnal; sendo que, por isto mesmo, Ele não cometera, e, não cometeria tão indigno simulacro de sofrer quando não sofria, de chorar quando não chorava, de se derramar em sangue quando não sangrava, paródia indigna de um Espírito com tão altas patentes de Sabedoria, Honestidade e Amor.

 

A Tese do Corpo Bio-Transmutável de Jesus não pretende, em tão sintética exposição, resolver todas as questões relativas à tão debatida problemática, mas quem sabe, não possa representar o início de uma solução para tão “insolúvel” questão doutrinária.

 

Logo,

 

-Se Kardec pretendia, para o Cristo, um corpo de carne e osso; e,

 

-Se Roustaing pretendia, para o Mesmo, um corpo fluídico materializado desprovido de carne e osso;

 

Nota-se com isso que:

 

Fundamentados em André Luiz e Alta Equipe da Espiritualidade, poder-se-ia, com a tese do Corpo Bio-Transmutável - deste humilde autor - que, como visto, acrescenta o item de: Carne e Osso (não citado por André Luiz), atinar-se com a possibilidade de Jesus transmudar-se de uma forma à outra quando assim o Determinasse Sua Vontade Soberana que, como se sabe: Jesus É Uno com o Pai, sendo detentor, pois, de tantas e infindáveis potências como o Pai Mesmo: Senhor dos Mundos, das Galáxias, do Multiverso infinito dos Universos finitos, tal como pudemos mostrar em mais um dos nossos modestos e.Books intitulado: “Mecanismo Ontogenético”. 

Sendo o que tinha a dizer, despeço-me com um abraço de gratidão aos meus inspiradores, extensivo, como sempre, a Você: Caro Leitor. 

Fernando Rosemberg Patrocinio

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