JESUS CRISTO: A ESPERANÇA DE VIDA LC 7.11-17 Introdução Pouco antes deste episódio que ocorreu na entrada da cidade de Naim, Jesus é interpelado por alguns homens que foram enviados pelo seu Senhor - um Centurião da cidade de Cafarnaum. Ele ordenara aos seus serviçais que fossem até Jesus Cristo e lhe dissessem acerca de um de seus criados que estava muito doente. Naim: Era uma pequena e sossegada cidade localizada a noroeste do monte Hermon, pertencente às terras de Israel e estava distante 9 km a sudeste da cidade de Nazaré. O Centurião estava preocupado com a vida de seu empregado. Sendo assim, pediu para que buscassem o “Médico dos médicos e Senhor dos senhores, pois sabia que n’Ele haveria a cura daquela enfermidade”. Entretanto, antes que Jesus se aproximasse e entrasse em sua casa, ele enviou alguns amigos ao seu encontro: Lucas 7.6-7,9: E foi Jesus com eles, mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: “Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; e, por isso, nem ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. (...). E, ouvindo isso, Jesus maravilhou-se dele e, voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé. Desenvolvimento Verso 11: Pouco depois (...); e iam com ele seus discípulos e uma grande multidão. Por onde Jesus passava, era costume reunir uma multidão de pessoas, inclusive, em muitos casos, eles o seguiam aonde quer que fosse. Qual seria o propósito de irem atrás de Jesus? Talvez, porque n’Ele estivesse a cura duma enfermidade ou que Ele realizasse outro milagre qualquer. (Mateus 17.14 = homem lunático). Poderia ser também, que queriam garantir o seu sustento alimentar diário (Mateus 14.19-21 = multiplicação de pães e peixes). O mais importante é que estar próximo a Jesus, significava e, ainda significa ter vida, e vida com abundância (João 10.10b). João 10.10: O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. E o que é a Vida Humana? Esta palavra pode ter vários significados, no entanto, destacam-se dois em especial: “É o espaço de tempo compreendido entre o nascimento e a morte de uma pessoa”. É importante lembrar que para ter vida, o ser humano precisa ser gerado, nascer, crescer, se desenvolver, ter relacionamentos familiares e sociais, reproduzir e responder a vários estímulos externos. Uma segunda definição para a palavra vida poderia ser dita simplesmente como sendo “A ausência de morte”. Entretanto, ao nascermos já temos a garantia de que a morte nos espera, pois o que era para ser eterno, com o cometimento do pecado original, passou a ser finito (abreviado). Salmo 90.10: A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos. A vida humana tem uma característica essencial, que é a descendência, isto é, a capacidade de formar outra vida. Esta nova vida formada, acaba apresentando traços e características muito semelhantes às de seus pais. Várias são as teorias que tentam explicar como se deu o inicio da vida humana na terra, uns optam e acreditam em pesquisas feitas por astrônomos, biólogos, cientistas, entre outros especialistas, inclusive paira uma grande expectativa se existe vida humana em outros locais do universo. Para boa parte da população, principalmente nós Cristãos, defendemos que a existência humana e de todas as coisas que existem na terra, partiu dum ato criativo da parte do Deus Todo Poderoso, conforme transcrito no livro de Gênesis 1: Gênesis 1.1, 24,27: No princípio criou Deus os céus e a terra. (...). E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi. (...). Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Verso 12: Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. Esta viúva havia perdido seu marido e agora perdera seu único filho. Não havia palavras que pudessem consolar esta mulher, pois perder marido e filhos, naquela época, era como se perdesse praticamente tudo, inclusive sua própria vida. No Antigo Testamento (AT), o nosso Deus já se preocupava com esta classe de pessoas – as viúvas. O profeta Isaias e tantos outros escreveram sobre o assunto: “Aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos dos órfãos e defendam a causa da viúva”. (Isaías 1.17). Êxodo 22.22-24: A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de alguma maneira os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor, e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada. e vossas mulheres ficarão viúvas , e vossos filhos ficarão órfãos. Talvez, no caso desta mulher, a sua esperança de dias melhores, haviam se esgotado, haja vista que ela contava com seu único filho. Este rapaz, possivelmente substituiria a figura de seu pai na função de provedor da pequena família. Para ela, pairava uma insegurança e total desesperança. Quem sabe, ela pudesse estar pensando em desistir de sua própria vida. E o que é Esperança? Pode ser interpretada como “a espera de um bem ou algo que muito se deseja”. Todo ser humano vive numa verdadeira expectativa por esperar que alguma coisa venha a acontecer em sua vida. Entretanto, nada irá acontecer se continuarmos de braços cruzados, ou se não mudarmos nossas atitudes, pois assim disse certa vez Albert Einstein: “É impossível acontecer alguma coisa diferente em nossa vida, se nós continuamos a fazer sempre as mesmas coisas”. A nossa esperança tem que ir além de nossa vida terrena, de nosso mundo físico (do nosso mundinho). Ela deve nos levar a uma verdadeira libertação da alma (a vida eterna). Você precisa acreditar no processo da Salvação, pelo qual todo Cristão deve estar inserido. 1 Corintios 15.19: Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. A esperança nos leva a pensar nos sonhos que já se foram, mas também nos lembra de novos sonhos que podemos realizar. Cria em nós, uma nova expectativa e mudança de vida, o resgate de alguns valores e princípios que se perderam com o tempo: Romanos 8.24: Porque na esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Verso 12: “(...); e com ela (a viúva), ia uma grande multidão”. No AT encontramos mulheres profissionais do pranto e do luto. Essas senhoras eram conhecidas pelo apelido de “carpideiras”. No original hebraico, significa literalmente, “aquelas que são como fontes de lágrimas”. Eram profissionais contratadas para lamentar, chorar, e lamuriar nos velórios. Jeremias 9.17: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai e chamai carpideiras, para que venham; e mandai procurar mulheres sabias, para que venham também. E se apressem e levantem o seu lamento sobre nós, e desfaçam-se os nossos olhos em lágrimas, e as nossas pálpebras destilem águas. Observa-se neste versículo, que uma grande multidão acompanhava a viúva para o enterro de seu único filho. Diferentemente da multidão que acompanhava Jesus Cristo por todo e qualquer lugar, pois naquela, havia um interesse pecuniário, isto é, as pessoas eram contratadas por um preço para chorarem e lamentarem diante do enterro. Verso 13. E vendo-a, O Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. Várias são as narrativas Bíblicas, em que Jesus demonstra este nobre sentimento por pessoas que estavam passando por situações difíceis em sua vida. Ele nos exorta a ter compaixão das pessoas, estando registrado em Romanos 12.15: Romanos 12.15: Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Versos 14-15. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te. O que estivera morto sentou-se e começou a falar. Então Jesus o entregou à sua mãe. Ninguém, poderia ter sentido mais emoção pela ressurreição do jovem do que a sua própria mãe. A profunda tristeza daquela viúva cedeu lugar a uma grande alegria em seu coração. O milagre de Jesus devolveu a vida do rapaz e a alegria de viver de sua mãe. Naquele memorável funeral, do choro fez-se o riso, da tristeza fez-se grande alegria e da morte fez-se grande esperança de vida. O mais interessante desta narrativa e que desperta nossa atenção, se refere ao encontro dessas duas grandes multidões. E cada uma com propósitos totalmente distintos. A primeira era guiada pelo representante e dono da Vida - Jesus Cristo, e todos aqueles que o seguiam, queria se beneficiar de seus poderes e milagres. A segunda multidão era guiada por uma viúva, que já havia perdido seu marido, e agora acabara de perder seu único filho. Ela estava desolada pelo sentimento de abandono e de morte. As várias pessoas que a acompanhavam estavam interessadas apenas em ganhar o dinheiro contratado para atuar naquele enterro. Por certo, esta viúva estava cheia de dúvidas sobre o que fazer de sua vida no dia de amanhã. O filho acabara de morrer (o dia de ontem já havia passado), ela não podia fazer mais nada. Agora viria o dia de amanhã; e o que fazer? É sabido por todos nós, que o dia de amanhã não nos pertence, não temos como prever o que nos acontecerá. Tiago 4.14,15: No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece. Em lugar disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo. Ela precisava pensar no seu amanhã, o que iria fazer de sua vida a partir de agora? Mas, para sua sorte, o amanhã havia chegado ainda Hoje – o Senhor Jesus Cristo acabara de chegar naquela cidade, e o autor e consumador de nossa Fé, ficou amplamente impactado pelo sentimento de íntima compaixão, em detrimento da tristeza observável daquela mulher. Sendo assim, resolveu ressuscitar seu filho e trazer-lhe novamente a alegria e a esperança. Verso 16-17. O medo se apoderou de todos, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. E correu a notícia disto por toda a Judéia e por toda a região circunvizinha. Neste episódio, pessoas que integravam as duas multidões ficaram temerosas, mas depois da operação do milagre feito por Jesus Cristo, ambas glorificavam a Deus. A partir de então, saíram propagando a notícia por todas as cidades circunvizinhas. Pedro e os demais discípulos de Jesus, em certa ocasião também ficaram com muito medo. Jesus ordenou que eles entrassem no barco e fossem para o outro lado do mar, isto já era bem tarde da noite, e após se despedir da multidão, Ele foi orar. Após ter passado um período orando, lá pela quarta vigília da noite foi em direção ao barco andando sobre o mar. Marcos 6.45-46,49: E logo obrigou os seus discípulos a subir ao barco, e passar adiante para o outro lado, (...), enquanto ele despedia a multidão. E, tendo-os despedido, foi ao monte para orar. (...), mas, quando eles o viram andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e deram grandes gritos. Também na narrativa apresentada neste capítulo 6 do Livro de Marcos, Jesus Cristo estava rodeado de uma grande multidão. Registra-se ainda, que nos versículos de números 30 a 44, Ele havia promovido a primeira multiplicação dos pães e peixes, vindo a alimentar aproximadamente 5 mil homens. Conclusão Eu quero de perguntar nesta noite: Em qual das duas multidões você estava quando entrou nesta igreja? Naquela que somente se interessava para ter o alimento diário para o seu sustento ou em busca de um milagre da parte de Deus? Ou na outra, que assumiu um simples compromisso (obrigação) de chorar e lamentar pela morte do filho da viúva que acabara de falecer (de estar presente em todos os cultos aos domingos a noite na Igreja)? Como dito anteriormente, desde o nosso nascimento, já temos uma data marcada para morrer. Por isso, devemos fazer diferente da viúva de Naim, para não sermos pegos de surpresa. Precisamos nos unir e reunir diariamente com a Assembleia dos Justos para Orarmos, Lermos mais a Palavra de Deus, Jejuarmos e Levar o Evangelho para os Necessitados, os Órfãos e as Viúvas. E isso tem que ser agora, tem que ser hoje, tem que ser já, pois a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo está próxima: Maranata! (O Nosso Senhor Vem)! EDUARDO VERONESE DA SILVA Obreiro da As. Deus – Ministério IX Marcas, Cariacica/ES. Professor de Educação Física Bacharel em Direito Especialista em Direito Militar