Uma grande parte da comunidade internacional teme que a continuação da colonização não sela o destino para um eventual estado palestino, já que esses assentamentos judeus roem o território ocupado por Israel. Cerca de 600 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. O Conselho de Segurança da ONU aprovou, 23 de dezembro de 2017, pela primeira vez desde 1979, uma resolução que condena a colonização, graças à excepcional abstenção dos EUA..

 Os Estados Unidos desafiam a comunidade internacional , uma vez que seus instrumentos da política externa alimentam o conflito, a favor do Israel do que a Palestina. Esta temática  é tradicionalmente explicada, por uma sensibilidade histórica, religiosa e política, decorrentes de uma influência política dos judeus americanos

 Lembrando que os Estados Unidos começaram a se interessar pelo Oriente Médio, durante o período entre guerras, descobrindo a importância estratégica desta região, rica em petróleo. 

 Em 14 de fevereiro de 1945, o Pacto de Quincy foi assinado entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos, permitindo a esta primeiramente manter a sua segurança e segundo garantir o petróleo do reino por um perído de 60 anos.

 Este é o ponto de partida da política de aliança dos EUA no Médio Oriente, mas logo os americanos se veem obrigados a reconciliar no sentido de boas relações com o mundo árabe, apesar da aliança estratégica com Israel. 

 Para  entender por que e como os americanos fundaram seus relacionamentos com Israel, é importante entender o motivo de apoio sem limites, do reforço diretamente de suas políticas na região.

 Num primeiro momento, percebe-se  a existência de uma dimensão moral nessa relação e, numa segunda parte, uma dimensão política nacional e, finalmente, uma estratégia regional. A qual envolve outros aspectos existencialistas entre os dois países, em diferentes aspectos morais e espirituais.

 Os americanos são considerados como povos religiosos, e essa dimensão foi certamente um dos fundamentos nos quais se baseam para entender a relação entre os dois países. O retorno profetizado do povo hebreu à Terra Santa, um dos argumentos presente no inconsciente coletivo deste povo americano. Apesar de tudo isso, a história da construção de Israel interpeta os americanos sobre suas  identidades comuns, bem como a história do enraizamento de um sentimento de pertenencia a um novo território.

 Aquele que reforça a consciência sobre o Holocausto, os políticos americanos e seus artifícios mentais, que servem os mecanismos de defesa dos filmes, dos documentários ou da literatura de Hollywood.

 Hoje, Israel é considerado pelos americanos como uma democracia pacífica pluralista ou como um país pequeno, forte e determinado dentro de um caótico Oriente Médio.

 O compromisso dos presidentes dos Estados Unidos, perante a segurança israelense é ilimitada, porque eles acreditam que Israel, um parceiro indispensável, remonta seu fundamento a história bíblica, a escatologia protestante, e as razões de uma política interna.

 Tais considerações constituem a visão democrática e republicana do problema que levou a criação de Israel em 1948, todas as administrações democráticas apresentaram as características comuns, seja favorecer este país por razões de identificação á democracia e a inclinação política no sentido do socialismo e da simpatia a favor dos sobreviventes do Holocausto

 Dos interesses de política nacional

 Os americanos judeus (6 milhões) são duas vezes mais numerosos que os americanos de origem árabe. Em 2000, eles representavam 15% do eleitorado democrata. No entanto, nos últimos anos, os republicanos por sua política de apoio sistemático a Israel influenciaram as fileiras dos oponentes.

 Diante de tudo isso, não é o número de judeus nos Estados Unidos que importa, mas o envolvimento de uma importante fração da população, preocupada com a defesa e a sobrevivência de Israel. Os Estados Unidos dão, em sua tomada de decisão, um lugar importante para os lobbies. As principais organizações do lobby judaico - como o Comitê de Assuntos Públicos israelenses (AIPAC), e a Conferência dos Presidentes das principais organizações judaicas, bem como o Grupos de reflexão- Think Tanks, fundaram a imagem de Washington, instituto for Near-East Policy – propagando os meios e propagandas que são muito influentes no mundo e na política externa.

 Assim a comunidade judaica americana continua apoiando, automaticamente, as políticas de Israel, sobretudo durante períodos de relativa estabilidade no Oriente Médio. Enquanto muitos judeus se opuseram, por exemplo, à imagem da violência que surgiu durante a violência no Líbano em 1982 ou da Intifada de 1987 a 1990. Esse comportamento de oposição pode constituir uma espiral de violência futura, pondo em perigo a segurança do Estado hebraico,

Uma estratégia regional

 O apoio militar dos Estados Unidos para Israel começou na década de 1960. Ele alcançou seu clímax com os falcões da administração Bush.

 Lembrando que em 19 de outubro de 1962, Mike Feldman, assessor da Casa Branca , J. F Kennedy graças a seus laços infalíveis entre o poder dos EUA, e Tel Aviv, desvendeu a estratégia de David Ben-Gurion e Golda Meir, do presidente que decidiu autorizar a venda de mísseis Hawk para Israel.

 Foi desde a crise de Suez 1956, que Eisenhower impôs um embargo de armas a Israel. No entanto, o levantamento do embargo por Kennedy foi apenas parcial. O que levou o presidente americano, através de duas cartas para Ben-Gurion, 18 de maio e 15 de junho de 1963, a advertir sobre a entrega de mísseis, destinados para evitar qualquer ataque ao local nuclear de Dimona israelense.

 Pois este comportamento de Kennedy em relação a segurança de Israel, explica a conspiração de  22 de novembro de 1963, torando-se uma alvo, logo substituído pelo Lyndon B. Johnson. Este último decide retomar a venda de um grande número de veículos blindados e aeronaves de combate, antes da "Guerra de 6 dias", dando a Israel uma clara vantagem sobre seus vizinhos.

 Johnson foi então o pai da aliança militar EUA-Israel, fundando como uma indústria moderna e lucrativa que beneficia a economia dos EUA. Estas relações entre os Estados Unidos e Israel continuam sendo um obstáculo para qualquer desenvolvimento para os povos da região.

 Posteriorlente, Henry Kissinger mantém a relação de amizade que existe hoje entre os dois países. Desde 1970, a Jordania ficou preocupada com a revolta de palestinos e dos sírios. O rei Hussein da Jordânia, mostrou-se incapaz face à ajuda dos americanos e do Kissinger que confia uma grande missão a Israel. Cada vez mais os sírios se encontram repelidos e os palestinos massacrados, resultando no acontecimento do "setembro negro".

 Em detrimento disso, Kissinger desenvolveu uma nova estratégica entre os Estados Unidos e Israel. Israel deve ser mais poderoso que nunca e ser capaz de opor a qualquer aliança dos estados árabes, das reivindicações e dos territórios ocupados em 1967. A OLP que deu forma ao Estado palestino, o que não constitui até hoje como um intermediário para negociar. Os elementos que seguirão, são a invasão do Líbano por Sharon em 1982, e o caos desta política americana no Oriente. 

 Mesmo com a crise da Jordânia, Israel continua a receber ajudas,  545 milhões de dolares foram para fortalecer suas fileiras internas. Os Estados Unidos, com isso, garantem abertamente a Israel uma vantagem sobre seus inimigos na região, dando concessões no campo da economia e da defesa.

 Hoje Washington, o governo americano, sem dúvida, mostrou-se mais pro-Israel do que qualquer administração anteriores. Após 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos e Israel se identificaram mutuamente no contexto da guerra contra o terror e os atentados suicidas.

 Os dos países, unilateralmente ligados, são a favor de uma  política de guerra preventiva, o que o ocorre no Líbano traduz a política de Tramup e do Israel, que visa a violação da soberania deste país, como o caso do Iraque 2003 e Síria 2016.

 Os Estados Unidos, ao dar um apoio incondicional a Israel, estão tornando difícil uma solução de negocião entre israelenses e palestinos. A América impede com o seu apoio que o Israel esteja atavada imediatamente pelos países vizinhos. Lembra-se que a pressão norte-americana ao lado do Israel aumenta o sentimento de vingança  e de guerra contra os interesses ocidentais.

 Lahcen EL MOUTAQI

Professor – Rabat -Marrocos

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