Introdução

            Este artigo tem o intuito de apresentar a gestão ambiental focando na necessidade da redução dos impactos ambientais gerados pelas organizações, no sentido de prevenir antes que eles ocorram ou de controlá-los no caso de já estarem ocorrendo.

            Serão apresentados diversos assuntos inerentes a gestão ambiental, como: ISO 14000, avaliação do ciclo de vida do produto, produção mais limpa, ecoeficiência, “Ecodesign”, “marketing” ecológico e responsabilidade social. Assuntos atuais e que são alvo de muita discussão, já que são de suma importância para se analisar a vida do planeta hoje e o que será dela daqui algum tempo.

            Todos estes assuntos serão essenciais para entendermos melhor como as empresas atuam, ou devem atuar na busca de um mundo sustentável, mais limpo e menos agressivo. Um mundo onde todos têm que “fazer a sua parte” para que em breve alcancemos plenamente os objetivos propostos aqui.

Desenvolvimento

A gestão ambiental representa um conjunto de medidas e procedimentos bem definidos e adequadamente aplicados com o fim de reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente. Visa o uso de práticas que garantam a conservação e preservação da biodiversidade e a reciclagem das matérias-primas. Sua abrangência se dá desde a concepção do projeto até a eliminação efetiva dos resíduos gerados pela empresa durante toda sua vida útil.

Está atrelada a políticas de recuperação de áreas degradadas e técnicas de reflorestamento. Além disso, a gestão ambiental interfere no planejamento empresarial, pois se seguida corretamente propicia a redução de custos diretos, ou seja, reduz o desperdício de matérias-primas e de recursos escassos, e também, há a redução de custos indiretos, pois se a empresa não utiliza meios de regulação dos impactos causados ao meio-ambiente ela está causando danos a ele e a sociedade, podendo ser responsabilizada por isso.

O maior objetivo desta gestão deve ser a busca permanente da melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organização. Essa necessidade se dá, também, pois a sociedade tende a se conscientizar e a buscar produtos e serviços de empresas que zelam pela conservação do planeta, ou seja, que apresentam em seu contexto a responsabilidade social.

Existem vários documentos que visam promover o desenvolvimento da padronização de atividades relacionadas, a fim de facilitar a troca ou comercialização de produtos e serviços de forma ética, e esta é a missão da ISO.  

A Organization for Standardiozation - ISO foi estabelecida em 1946 como uma confederação internacional de órgãos nacionais de normalização (ONNs) de todo o mundo. É uma organização não governamental e tem a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT como um de seus membros fundadores.

O objetivo da ISO é publicar documentos, internacionalmente aceitos, contendo especificações técnicas e outros critérios precisos para serem utilizados constantemente como regras, guias ou definições de características, para assegurar que materiais, produtos, processos e serviços estejam de acordo com os seus propósitos. Existem cerca de 10.000 normas publicadas por ela e todos os documentos são revistos a cada cinco anos, para que seja verificada a necessidade ou não da readequação dos termos contidos neles.

A partir da década de 80 houve uma crescente necessidade de introduzir o conceito de sustentabilidade em busca de uma demanda da produção de produtos saudáveis e “ambientalmente corretos”.

Na década de90 aglobalização de mercados atrelada aos ideais de uma população mais conscientizada acarretou na necessidade de se criar um indicador, reconhecido internacionalmente, que assegurasse a produção dentro de padrões éticos exigidos pela sociedade. Com isso surgiram os selos de certificação de qualidade de produto e de ambiente.

Atrelando a gestão ambiental à ISO, surgiu, na década de90, aISO 14.000, uma série de normas internacionais criadas a partir desta necessidade de desenvolver “regras” na área do meio ambiente. Elas definem parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental, aplicadas em organizações públicas e privadas. Os aspectos importantes presentes neste documento são: sistema de gestão ambiental (SGA), auditoria ambiental, rotulagem ambiental, avaliação do desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida e terminologia.

Os princípios desta ISO são: resultar em uma melhor gestão ambiental, ser aplicável em todas as nações, promover um amplo interesse do público e dos usuários destas normas, serem economicamente aplicáveis, não prescritivas e flexíveis para permitir que possam reunir as diferentes necessidades do tamanho ou atividade, serem cientificamente fundamentadas, serem práticas, úteis e aplicáveis para diversas situações.

A norma ISO 14001 é a única de sua família que possibilita a obtenção de certificado, pois ela descreve requisitos a serem cumpridos com posterior verificação e avaliação. As demais somente apresentam diretrizes, orientações e atitudes a serem adotadas. Seu objetivo é definir um sistema de gestão como um conjunto de procedimentos, atividades, estruturas organizacionais e controles utilizados por uma organização de forma a auxiliá-la a gerenciar e controlar as atividades, produtos e serviços que possam interagir com o meio ambiente. Outro detalhe desta norma é que ela não aborda requisitos relativos à gestão da segurança do trabalho e da saúde ocupacional.

O SGA é a parte que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. É uma ferramenta que possibilita a qualquer organização controlar os impactos ambientais da sua atividade demonstrando seu comprometimento com o meio ambiente.

A implementação deste SGA traz alguns benefícios para as empresas, que são:

Acesso a novos mercados e melhoria na competitividade empresarial – Uma certificação ambiental pode ser uma oportunidade para realçar a imagem de um produto e, com essa vantagem sobre seus concorrentes, conquistar mais facilmente uma maior porção de determinado mercado.

Melhoria na performance do desempenho ambiental da organização e atendimento as legislações  - A implementação de um SGA faz com que os aspectos ambientais possam ser identificados e melhor controlados. Os riscos potenciais dos impactos adversos ao meio ambiente já existentes tornam-se conhecidos podendo ser corrigidos, reduzidos e até eliminados, além de poder atuar na prevenção destes impactos desenvolvendo planos de ação, evitando multas e interdições por parte da fiscalização.

Facilidade na identificação de causas de problemas e suas soluções – A sistematização inerente do SGA faz com que seus gestores adquiram raciocínio lógico e desenvolvam a sistematização na implementação de ações corretivas e preventivas, podendo-se assim solucionar com mais eficiência os desvios de qualidade ambiental identificados.

Evitar desperdícios e redução de custos – Um programa ambiental promove a redução de custos, pois incidentes ambientais são caros. O sistema de gerenciamento faz com que haja a identificação e controle, de forma rápida e eficiente, de um provável acidente ambiental. Com isso evitam-se perdas de materiais e custos. Esse programa deve incluir um Plano de Contingência com o intuito de possibilitar a redução dos efeitos dos acidentes ambientais que estejam em descontrole.

Redução e eliminação de riscos e responsabilidade ambientais – No caso de riscos de acidentes ambientais ainda não identificados ou não controlados, os elementos do sistema em desenvolvimento têm como objetivo fazer com que os profissionais integrantes do programa identifiquem esses riscos e estabeleçam ações para seu controle e eliminação.

            Melhoria na imagem e na relação com os funcionários, clientes, fornecedores, vizinhos, fiscalização ambiental e outros detentores de interesses – A participação no desenvolvimento do SGA e a imagem obtida pela empresa, após a implementação desse programa, é conseqüência de grande parte da motivação dos funcionários, no sentido de estarem inseridos neste contexto, serem participantes desse resultado positivo. Esse fator resulta na melhoria da qualidade do trabalho e na redução da rotatividade, o que é positivo para empresas que prezam pela padronização e pela manutenção da qualidade dos produtos e serviços prestados.

A satisfação dos clientes, como foco da empresa, está atrelada a responsabilidade social e ambiental presente nela, pois eles têm uma expectativa com relação à qualidade dos produtos/serviços que adquirem. Um acidente ambiental tem efeitos devastadores para a organização, que perde credibilidade junto ao mercado consumidor. Já uma imagem ambientalmente correta traz ganhos inestimáveis para ela, além do respeito e admiração de quem se utiliza dela.

Em relação aos fornecedores, as empresas que seguem esses padrões obtêm vantagens competitivas e devem ser exemplo para seus parceiros, no sentido de estimulá-los a aderir a esta causa.

A sociedade em geral, no momento que conhece a forma que a empresa conduz seu trabalho, tende a se orgulhar dela e também seguir seu exemplo, como ocorre no caso da separação do lixo. Tende a valorizar as ações advindas dela e a enxergar neste contexto um futuro melhor para si e para as próximas gerações.

  A mídia é fator importantíssimo para as organizações, pois é através dela que se pode divulgar o que vem sendo feito de bom, assim como também se pode disseminar o que vem sendo feito de ruim, ou seja, para se ter credibilidade é preciso estar agindo de acordo com o que é esperado por todos, caso contrário, certamente terá sua vida útil reduzida.

Acesso a capital de baixo custo, menores impostos e seguros mais baratos – Toda empresa precisa captar recursos financeiros e se está inserida num programa ambiental pode ter algumas vantagens, como: créditos com prazos mais longos, com taxas mais baixas e com respostas mais rápidas na solicitação dos mesmos, cláusulas para obtenção de recursos menos restritivas e cláusulas contratuais ambientais mais simplificadas.

Em 2007, devido ao mesmo fato, já existia uma tendência nacional para que fossem promulgadas legislações cujos objetivos são: redução de impostos de empresas que possuam comportamento ambiental correto, elevação proporcional dos impostos para empresas que gerem maiores volumes de efluentes sólidos, líquidos e gasosos e tarifas proporcionais maiores para empresas que sumam maiores quantidades de insumos de produção provenientes de recursos naturais (água, energia elétrica e outros).

Na ISO 14010 tem-se a definição de auditoria ambiental, ou seja, é um processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais específicas ou informações relacionadas com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente. Através dela são determinados: os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental provocados pelas atividades, as condições de operação e de manutenção dos equipamentos e sistemas de controle de poluição, as medidas a serem adotadas para restaurar o meio ambiente e proteger a saúde humana e a capacitação dos responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas, rotinas, instalações e equipamentos de proteção ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores.

A rotulagem ambiental, na ISO 14024, trata da certificação de que um produto é adequado ao uso que se propõe e apresenta menor impacto no meio ambiente em relação a produtos comparáveis disponíveis no mercado. Ela também é conhecida como “Selo Verde” e já é praticada em vários países.

Na ISO 14031 é apresentada uma ferramenta para ajudar uma organização a monitorar e melhorar seu desempenho ambiental. A avaliação de desempenho é um processo planejado para selecionar indicadores apropriados para medir, analisar, avaliar, relatar, comunicar e etc, a performance ambiental de uma empresa. As informações obtidas neste processo são importantes para determinar ações futuras.

A avaliação do ciclo de vida, indicado a partir da ISO 14040, é um processo objetivo para avaliar os impactos ao meio ambiente e à saúde, associado a um produto, processo, serviço ou outra atividade econômica, em todo o seu ciclo de vida. Esta análise inclui todo o processo: extração, processamento de matérias-primas, produção, distribuição, uso, reuso, manutenção, reciclagem e disposição final. No longo prazo a ACV pode promover mudanças tecnológicas fundamentais na produção e nos produtos, em parte devido ao efeito multiplicador ao longo da cadeia de produção.

Esta avaliação permite identificar os impactos além dos limites da área produtiva, ou seja, estes podem, em muitos casos, se apresentarem de maior relevância que os ocasionados diretamente pelo processo de manufatura do produto. Por exemplo, a super exploração e uma gestão inadequada de recursos florestais podem degradar significativamente a qualidade do solo, ocasionando um impacto sobre a qualidade da água derivado da erosão do mesmo.

No processo de avaliação estão incluídos todos os participantes diretos da cadeia de valor, como os fornecedores e consumidores, e aqueles indiretamente interessados no desempenho ambiental da cadeia de valor, os stakeholders ambientais, incluindo-se entre eles o governo, sociedade, ambientalistas, comunidade, vizinhança, população em geral e até gerações futuras.

O método pode ser utilizado na indústria para fazer comparação de produtos concorrentes e oportunidades de melhoria de desempenho ambiental dos produtos, além de ser útil no apoio à tomada de decisão, atendimento às normas e legislações, principalmente na comunicação, podendo desenvolver o marketing “verde” de forma segura e embasada.

No governo, a ACV pode ser aplicada para estabelecer novas políticas de produtos (especificações) e compras, gerenciamento de resíduos e diretrizes para projetos sustentáveis e, também, na regulamentação de rotulagem ambiental e de produção limpa.

Para a sociedade, os benefícios são a divulgação de informações ambientais, que ajudam na escolha do produto e fornecedor, decisões de compra e o estabelecimento de diretrizes para padrões de consumo sustentável.

Existem dois conceitos fundamentais quando se trata de gestão ambiental: produção mais limpa (PML) e ecoeficiência.

            A PML envolve a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integral que envolve processos, produtos e serviços, de maneira que se previnam ou reduzam os riscos de curto ou longo prazo para o ser humano e o meio ambiente. Para alcançar seus objetivos ela se concentra em duas vertentes: difusão da informação e capacitação. Ela ainda adota alguns procedimentos, que são:

            Quanto aos processos de produção – Conservar as matérias-primas e a energia, eliminando as tóxicas, reduzindo, assim, a quantidade e a toxidade de todas as emissões e resíduos.

            Quanto aos produtos – Reduzir os impactos negativos ao longo do CVP, desde a extração até a disposição final, através de um “design” adequado aos produtos.

            Quanto aos serviços – Incorporar as preocupações ambientais no projeto e fornecimento dos serviços.

            Essa estratégia proporcionou a mudança do enfoque das empresas em relação as questões ambientais, ou seja, antes o foco era o controle da contaminação, já hoje o importante é a prevenção, fazer com que não ocorra.

            Em 1972 foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, principal autoridade global em meio ambiente. É a agência da ONU responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável.

Segundo ela, o programa PML busca:

            Aumentar o consenso mundial para uma visão de produção mais limpa.

            Apoiar a rede de organizações dedicadas à promoção de estratégias de produção mais limpa e à ecoeficiência.

            Ampliar as possibilidades de melhoria ambiental das empresas mediante a capacitação e a educação.

            Apoiar projetos que sirvam de modelo de referência.

            Fornecer assistência técnica.

            O outro conceito é a ecoeficiência, que se trata do alcance de maiores níveis de eficiência de forma contínua, evitando a contaminação mediante a substituição de materiais, tecnologias e produtos mais limpos, a busca do uso mais eficiente e a recuperação dos recursos através de uma boa gestão. Ela é atingida através da oferta de bens e serviços a preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas e contribuam para a qualidade de vida, além de reduzir de forma progressiva o impacto ecológico e a intensidade de utilização de recursos ao longo do ciclo de vida.

            Esse conceito tem três objetivos principais:

            Redução do consumo de recursos – Minimizar a utilização de energia, materiais, água e solo, favorecendo a reciclabilidade e a durabilidade do produto e fechando o ciclo dos materiais.

            Redução do impacto na natureza – Minimizar as emissões gasosas e descargas líquidas, eliminar desperdícios e a dispersão de substâncias tóxicas, além de incentivar a utilização sustentável de recursos renováveis.

            Melhoria do valor do produto ou serviços – Fornecer mais benefícios aos clientes, através da funcionalidade, flexibilidade e modularidade do produto, oferecendo serviços adicionais e concentrando-se em vender as necessidades funcionais de que, de fato, os clientes necessitam, o que levanta a possibilidade de o cliente receber a mesma necessidade funcional com menos materiais e menor utilização de recursos.

O “design” dos produtos, segundo critérios ecológicos, e a compra ambientalmente correta têm muita importância porque definem a funcionalidade do produto. É importante salientar que o conhecimento acerca dos materiais que serão utilizados na produção, seu uso e manutenção e etapa final como resíduo são essenciais na análise e verificação da possibilidade de reaproveitamento ou não.

            Fortemente ligado aos conceitos acima descritos se tem o “Ecodesign”, ou seja, é um método de desenvolvimento de produtos sustentáveis que tem como objetivo a redução do impacto ambiental e do uso de recursos não-renováveis. É uma ferramenta necessária para se atingir o desenvolvimento sustentável. Seu processo de integração deve ser contínuo e flexível, e deve levar em consideração a função do produto, sua performance, segurança e saúde, custo, aceitação pelo mercado, qualidade, legislação e regulamentos em vigor.

            Há vários benefícios ligados a ele, como: redução de custos, melhor desempenho ambiental, estímulo à inovação, novas oportunidades empresariais e melhor qualidade do produto.

            Os princípios do “Ecodesign” são:

Escolha de materiais de baixo impacto ambiental – menos poluentes, não tóxicos e recicláveis.

Eficiência energética – utilizar processos de fabricação com menos energia.

Qualidade e durabilidade – produzir produtos que durem mais tempo e funcionem melhor a fim de reduzir o lixo.

Modularidade – criar objetos cujas peças possam ser substituídas em caso de defeito, pois assim não será necessário o descarte de todo o produto.

Reutilização/Reaproveitamento – fazer produtos por meio de reciclagem de outros e que possam sobreviver ao seu ciclo de vida.

             Toda estas questões que envolvem a gestão ambiental, responsabilidade social, compra consciente, enfim, tudo que envolve o cuidado com o meio ambiente e o controle com o intuito de reduzir o impacto sobre ele fez surgir um fenômeno de “marketing” novo.

            Os consumidores são os responsáveis por esse fenômeno, pois buscam produtos ecologicamente corretos, mesmo que tenham que pagar mais por isso, tendo em vista que o valor agregado está fortemente ligado ao valor social. Em contrapartida eles repudiam produtos que prejudiquem o meio ambiente. Sendo assim, surge o “marketing” ecológico.

            O “marketing” ecológico, verde ou ambiental vem sendo adotado pelas empresas com o intuito de mostrar aos consumidores que suas práticas comerciais não são agressivas ao meio ambiente. Deve haver sempre um equilíbrio entre as necessidades dos clientes e as da sociedade em geral, tanto no presente quanto do futuro, ou seja, se determinado produto é necessário a uma parcela dos consumidores, mas sua produção causará a contaminação do local, a prioridade não será o atendimento desses consumidores, e sim, o cuidado com o local que está diretamente relacionado com a sociedade em geral.

            Essa forma de “marketing”, então, pode ter origem numa necessidade da empresa, que se vê obrigada a se adaptar às demandas ambientais dos seus mercados e das organizações que regulam as suas atividades em termos de contaminação do ambiente.

            Como uma abrangência maior, podemos defini-lo como um conjunto de políticas e estratégias de comunicação (promoção, publicidade e relações públicas, entre outras) destinadas a obter uma vantagem comparativa de diferenciação para os produtos ou serviços que a empresa oferece em relação às marcas concorrentes, conseguindo desse modo incrementar sua participação no mercado, consolidando seu posicionamento competitivo.

            Dessa forma é importante ressaltar que ele:

            Baseia-se num processo de gestão integral.

            É o responsável pela identificação, antecipação e satisfação das demandas dos clientes.

            É o responsável a sociedade, à medida que garante que o processo produtivo seja rentável e sustentável.

            Por fim, não poderia deixar de abordar a responsabilidade social empresarial ou corporativa.

            A idéia de responsabilidade social atrelada ao mundo corporativo é relativamente recente e é fruto do surgimento de novas demandas e maior pressão pela transparência dos negócios. Ela não está ligada somente ao bem-estar social, mas também é uma maneira de aumento da lucratividade.

            A base da responsabilidade social, assim como das relações corporativas é, e deve ser sempre, a ética. Se a empresa não agir de forma ética em relação aos seus clientes, aos seus funcionários, fornecedores, a sociedade, ao governo, ao meio ambiente e etc, não estará praticando a responsabilidade social. Sendo assim há alguns preceitos básicos para sua existência:

            Construir relacionamentos éticos e transparentes com todos os públicos.

            Estabelecer metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável.

            Preservar os recursos ambientais e culturais para as gerações futuras.

            Respeitar a diversidade.

            Promover ações concretas e duradouras para eliminar ou minimizar as desigualdades sociais.

            Outro ponto importante é que, atualmente, a educação, saúde, meio ambiente, segurança, cultura, esporte e lazer são responsáveis pela continuidade de um crescente ciclo de consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva em torno da sociedade. Sendo assim, as empresas e as comunidades devem zelar pelo consumo consciente, ou seja, o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas e tragam uma melhor qualidade de vida à população, e que ao mesmo tempo minimizem a utilização de recursos naturais, materiais tóxicos, e emissão de poluentes, de forma que não traga prejuízo às futuras gerações.

            As ações em torno desta causa estão se tornando um forte diferencial competitivo, e as empresas precisam, cada vez mais, procurar ser inseridas neste contexto e divulgar suas ações para que consigam permanecer no mercado. E essa divulgação pode ser chamada de “marketing” social.

            O “marketing” social nada mais é do que a gestão estratégica do processo de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas individuais e coletivas, orientada por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na equidade social. Seu objetivo principal é transformar a maneira pela qual um determinado público-adotante percebe uma questão social e promover mudanças comportamentais visando melhorar a qualidade de vida de um segmento populacional.   

           

Conclusões

            Hoje o mercado consumidor, de modo geral, vem sofrendo uma mudança de pensamento que obriga as organizações a seguirem certos padrões, caso contrário existem inúmeros concorrentes de “portas abertas” para os insatisfeitos. Com isso, pode-se dizer que estamos nos tornando mais exigentes, mesmo que isso ocasione em maiores gastos, não importa, o principal é termos produtos de qualidade e que respeitem o mundo onde vivemos, afinal é aqui que nascemos, nos desenvolvemos e morremos, deixando uma gama de novos cidadãos que passarão pelo mesmo processo, pelas mesmas etapas e que merecem, assim como nós, viver num ambiente limpo e harmonioso.

            As empresas estão tendo que ceder as exigências dos consumidores, e isso é um ponto muito importante, pois demonstra o poder que um grupo de indivíduos tem sobre uma instituição, mesmo ela parecendo infinitamente maior, ela é dependente e precisa se readequar, buscando melhorias, inovação e etc.

            Através dos assuntos explanados aqui, pude entender melhor o que está acontecendo no mundo corporativo, em relação à necessidade de reduzir os impactos de suas atividades no meio ambiente, e que ainda há muito que se fazer. Não basta pregar por um mundo melhor, mais justo, menos poluído, é preciso criar um plano de ação efetivo para que todas as idéias e projetos saiam do papel e sejam colocados em prática.

            Todas essas hipóteses levantadas hoje pela mídia acerca do fim do mundo estão intimamente ligadas a degradação que o homem vem, a muitos e muitos anos, causando ao meio ambiente e isso gera muita preocupação e muitas dúvidas do que será feito de nós num futuro próximo.

              A produção para ser efetiva e correta precisa levar em consideração todas estas questões e tornar-se mais rentável para quem a faz e mais sustentável para quem sofre com ela. E isso vem sendo feito, de forma gradual, pelas empresas que têm como uma de suas missões reduzir para melhorar.