Inventadeira VII

Marcamos nosso encontro de hoje na Padaria da Esquina, pois o dia amanheceu meio estranho, como se fosse chover, e ao mesmo tempo como se fosse fazer um sol de secar roupa em poucos segundos.

Mal tínhamos nos acomodado, o tempo mudou de tal forma, que apesar do sol foram caindo tantos granizos, que em pouco tempo cobriram o chão numa altura de mais ou menos dez centímetros, lembrando a cidade de Franca onde meus primos até esquiaram.

Mas esta situação inusitada acabou tão depressa quanto começou, nos deixando a pensar se... Bem, melhor deixar para lá e ouvir o que nossa amiga tem a dizer.

Vamos lá...

O irmão mais velho de minha avó, disse ela, depois de fazer uma arte daquelas, ouviu de seu pai que depois do jantar lhe daria uma boa surra. O danado encheu-se de travesseiros e cobertores  e foi dormir. Quando o pai foi a seu quarto, encontrou-o molhado de suor e dormindo o sono dos anjos, sem sequer jantar. Olhou-o e foi embora. No dia seguinte o pai disse tinha-lhe dado uma surra daquelas!!!!!!!! E ele acreditou.Pode??? Bobão!

A família de um tio de minha avó, era formada pelo marido, mulher, um filho e uma filha.Num dia de muito frio, ninguém queria levar o cachorro para passear. Decidiram que quem falasse uma palavra primeiro, levaria o cachorro, tipo Vaca Amarela, sei lá... Mais que depressa a filha, sem dizer sequer uma palavra e com cara de enterro, arrumou-se, colocou a coleira no cachorro, e quando ia abrir a porta, seu  irmão gritou: Tai, gostei!  Espertinha, né?

Meu pai  às vezes saia com o carro de minha avó, e descuidado que era  sempre dava uma "batidinha no veículo". Só que o danado, a primeira coisa que fazia ao chegar em casa era esconder os óculos de vovó para que ela não visse nada, nadinha,E era ela que levava a culpa ao sair com o carro e todos notarem o que  tinha acontecido!  Boa idéia, né?

Mais ou menos dois meses atrás, o folgado do vizinho de minha avó, deixou seu trabalho da faculdade para ser entregue em cima da hora. E não é que deu um apagão na cidade e ele fico apavorado! Mas acontece que  minha avó tirou o fio da tomada, e colocou no focinho de um porco que passava por ali, e a internet funcionou! Imaginativa, né?

 E ai, ele conseguiu entregar o trabalho? Sei lá, minha avó não contou o fim da história...

Um compadre do compadre de minha avó, mudou-se para a casa ao lado da nossa. Contava ele que na época em que os bichos falavam, um macaco que ele criava desde bem pequenininho, chegou em casa tristonho, a contar que ao passar ao lado de um rio, viu um bichinho dentro da água e querendo salvá-lo de morrer afogado, pegou-o e colocou na grama com todo carinho. O coitadinho ficou tão feliz, que pulava de um lado para outro, mas  acabou morrendo. Com lágrimas nos olhos dizia a quem quisesse ouvir, que se tivesse chegado um pouco mais cedo o bichinho não teria morrido. Tadinho do peixe... Ô dó!

A muitos anos atrás, quando o bairro onde minha avó mora desde sempre, era muito, mas muito diferente do que é hoje, a molecada gostava de nadar num córrego perto de um casebre onde se dizia morava um índio. Nadavam nus, pois precisavam da roupa sequinha ao voltar para casa. Um belo dia passou por lá um "espírito de porco", e levou a roupa de todos.

E aí, o que aconteceu, perguntamos curiosos.

Os peladões esperaram anoitecer, e voltaram para casa com as mãos cobrindo a parte da frente. Depois de rir muito da molecada, o "espírito de porco" resolveu entregar a roupa para eles, mas a seu modo.

Como assim, a seu modo, perguntamos.

Entregou para eles a roupa toda trocada. Para o mais alto, a roupa do mais baixo, para o gordo a roupa do magro, e assim por diante...

Coitadinhos, né?

O namorado de uma amiga de minha avó era goleiro. A bem da verdade, era o M. Neuer da época. Mas ele era tão bom, mas tão bom e tão rápido, que chutava a bola para seu gol, e chegava a tempo de defender e não deixá-la entrar. Ligeiro, né?

Depois dessa o melhor é ir para casa rapidinho. Sabe-se lá se não começa cair granizo de novo, né?

Depois dessa fomos para casa rapidinho, dando asas à imaginação!