BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO

HISTÓRICO

O ser humano, pela sua natureza, sempre precisa de informação para existir, e existindo cria informação. A informação assumiu uma especial importância, tanto para a sociedade quanto para os indivíduos. A sociedade atual caracteriza-se porque o desenvolvimento da economia, do comércio, da indústria, da agricultura, da educação, da cultura e de todos os domínios das atividades da vida humana, depende da informação que se tenha. 

Desde os últimos decênios do século XX, o aumento do valor da informação para a solução dos problemas industriais, económicos, educacionais, culturais, etc., provocou que a informação seja considerada como um recurso, do mesmo modo que o trabalho, as matérias-primas e o capital. Estas e outras realidades, impõem aos domínios do conhecimento que têm o universo informacional como objecto do conhecimento uma significativa relevância. Dentro de uma perspectiva maior, a informação é parte do processo de geração de conhecimento.

Os campos que reúnem conhecimentos e habilidades necessárias na teoria e prática informativa correspondem a várias áreas de estudo, originadas nas conjunturas históricas diferentes que se desenvolveram até no fim do século XX, como espaços de conhecimentos autónomos, apesar da evidente proximidade de seus objectivos cognoscitivos. A integração disciplinar é uma das tendências actuais do conhecimento científico, que tem a sua expressão na forte tendência mundial para os estudos interdisciplinares e transdisciplinares. 

Os domínios do conhecimento que têm a INFORMAÇÃO como o seu objecto de estudo, nas suas aproximações e convergências, conseguiram delimitar um espaço do conhecimento denominado CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO, que envolve desde uma perspectiva interdisciplinar as tradicionais disciplinas informativas, pondo ênfase nos elementos comuns existentes entre as mesmas e preservando as especificidades próprias de cada uma dessas disciplinas. 

CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO é uma denominação que abrange domínios tais como: Arquivística, Bibliotecologia, Ciência da Informação e Museologia. Tem a peculiaridade de estudar os aspectos nos quais convergem e dialogam estes campos, bem como as especificidades próprias de cada um deles. O curso assume esta perspectiva e instrumenta o seu programa formativo focalizado na concepção que destaca o diálogo disciplinar entre as disciplinas informativas mencionadas e as particularidades delas.

O curso de CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO  tem como objecto de estudo a INFORMAÇÃO, quer seja científica, tecnológica, económica, jurídica, política, administrativa, empresarial, artística, etc., em qualquer dos portadores e cenários em que a mesma esteja presente.

ENQUADRAMENTO LABORAL

O profissional da informação identifica-se e responde às necessidades de informação das pessoas, instituções e comunidades, facilitando o acesso e uso dos recursos da informação. Também seleciona, adquire e processa as informações em qualquer tipo de suporte, no intuito de armazená-las, recuperá-las, preservá-las e divulgá-las. 

A interdisciplinaridade que toma conta desta área do conhecimento faz que o profissional da informação possa ter espaços abrangentes no mercado de trabalho. O profissional com formação em Ciências da Informação é peça-chave para a efetividade no trabalho com os fluxos de informação nas organizações, e no percurso de sua actuação facilita o aumento da produtividade das empresas e corporações, a competitividade, a capacidade de liderança das organizações em seus respectivos mercados, assim como evidentes oportunidades de negócio. No entanto, recomenda-se a existência de um diálogo entre o mercado (empresas, recrutamento e seleção de recursos humanos) e as instituições formadoras, para que as percepções entre elas detectadas possam ser transformadas em contribuições mútuas. 

O trabalho do profissional da informação é desenvolvido em qualquer organização que gere, possua e use de maneira intensiva a informação. Tendo em vista que as profissões da informação têm-se caracterizado, históricamente, pela variedade e pela multiplicidade de suas funções, parece plausível que um mesmo profissional realize, ao mesmo tempo, atividades consideradas tradicionais e atividades emergentes.

Num palco onde se aposta ademais pelo empreendedorismo, o profissional da informação conta com capacidades para desenvolver múltiplas actividades, em contacto directo com as comunidades ou por meio do teletrabalho.

Nesse sentido, os principais sectores de ocupação são, nominadamente: 

1. Bibliotecas, mediatecas e museus  

2. Arquivos administrativos e históricos 

3. Centros de informação e/ou documentação 

4. Serviços, meios e redes de informação 

5. Órganos de gestão do patrimonio cultural

6. Centros culturales

7. Consultorias y asesorías de informação

8. Sistemas de ensino

9. Empresas, fundações, agências, cooperativas (mesmo públicas e privadas) 

10. Comunas, municipios e governos provinciais

O profissional da informação desempenha-se como:

1. Gestor documentário

2. Gestor de informação, de qualidade e do conhecimento

3. Gestor de bibliotecas, arquivos e museus 

4. Consultor de informação

5. Auditor de informação e do conhecimento 

6. Assessor de políticas públicas em matéria de informação e de investigação

7. Arquitecto de informação e especialista em estudos de usabilidade

8. Analista de sistemas de informação

9. Analista de informação

10. Docente e pesquispesquisador

In. Plano Pedagógico do Curso de Ciências da Informação, ministrado no Instituto Superior de Ciências da Comunicação (ISUCIC)-2015