Intervenções de Conflitos com Casais

Vanessa Ruffatto Gregoviski

Casais são estruturas complexas formadas pela singularidade de cada membro. Quando se pensa em ter um relacionamento com outra pessoa diversas ilusões de felicidade constante e eterna permeiam o imaginário. Não é difícil de se pensar que pelo convívio diário conflitos surgem, sejam por questões individuais, sociais, econômicas, ou até mesmo pelo fim dessa utopia. Não raras as vezes, o casal busca ajuda de um terceiro, o psicólogo, para auxiliá-los a sair de uma rotina que não gera mais bem-estar.

Intervir clinicamente em conflitos é mais uma área que nos permitiria preencher diversas páginas discursando a respeito, dada a gama de possibilidades e autores que tratam o tema. Nesse texto trarei algumas ideias de alguns autores conceituados para esboçar sobre a intervenção sistêmica nesse sentido.

Pensa-se que para fazer um casal se dar conta do porquê que tais conflitos ocorrem, seja importante fazê-los se dar conta de suas próprias histórias pessoais e como elas interferem em seu relacionamento atual. Para tanto, podemos citar os autores McGoldrick, Gerson, e Petry (2011) que nos trazem o genograma como uma forma de intervenção. Os autores afirmam que é deixado explícita a demanda do casal, bem como ilustra através das gerações as interações emocionais, permitindo um olhar a respeito do que se repete, do que interfere, etc.

Minuchin (2007) também fala sobre o reequadramento, atribuindo novos papéis aos membros e resignificando; a dramatização numa tentativa do casal se dar conta da própria forma que dialogam e interagem; a focalização, decidindo o valor hierárquico dos fatos apresentados; a intensidade, reforçando impacto das intervenções terapêuticas; a fixação de fronteiras; entre outros.

Acredita-se, portanto, que a intervenção deve se adequar a demanda que estamos atendendo, sempre visando abordar o contexto do casal e não somente os indivíduos como dois seres separados e com queixas um sobre o outro. É importante termos conhecimento básico sobre as que estão ao nosso alcance, mas dependendo do que nos propormos fazer, sempre é necessário se atualizar e contextualizar.

 

REFERÊNCIAS

 

MCGOLDRICK, M.; GERSON, R.; PETRY, S. Genogramas: avaliação e intervenção familiar. Porto Alegre: ARTMED, 2011.

 

MINUCHIN, S. Técnicas de Terapia Familiar. Porto Alegre: ARTMED, 2007.