Aluno: Philippe Matheus Freitas e Silva
Professor: Gernot Muller

Resumo

O mercado de trabalho moderno tem exigido cada vez mais dos profissionais; metas cada vez mais desafiadoras e ambiente extremamente competitivo são apenas alguns dos fatores de pressão e estresse aos quais os colaboradores são submetidos. Quase sempre focadas em resultados, as organizações esquecem de investir no recurso mais precioso que possuem: os recursos humanos. Muito além das cobranças para o atingimento de metas e resultados é necessário que as organizações compreendam a responsabilidade que possuem de estimular o crescimento intelectual dos seus colaboradores, e, além do QI (quociente intelectual), trabalharem também o desenvolvimento do QE (quociente emocional) dos mesmos. Trabalhando com empatia, um dos princípios da inteligência emocional, será possível que os stakeholders compreendam as necessidades de todos os níveis de uma organização, seja ele estratégico, tático ou operacional e desenvolvam estratégias para que se alcance um bem comum, ou seja, o sucesso da organização.

Palavras-chave: Autoconhecimento. Emoções. Empatia. Inteligência Emocional. Pensamento.

1. INTRODUÇÃO

Compreender a necessidade de estabelecer limites e entender o quão importante é encontrar um equilíbrio entre a razão e emoção, vida pessoal e profissional, é um dos caminhos para o autoconhecimento, mas não é o suficiente. A inteligência emocional vai além, ela redefine o conceito de inteligência e revela a importância do equilíbrio entre o lado emocional e racional da mente humana.

Uma pessoa emocionalmente inteligente, ou seja, aquele que possui o seu QE desenvolvido, será capaz de lidar melhor com os problemas enfrentados dentro da vida cotidiana, sejam estes em sua vida pessoal ou em sua trajetória profissional dentro de uma organização. Desta forma, é possível compreender que a prática dos princípios da inteligência emocional traz benefícios não somente para a vida profissional, mas, também, para a vida pessoal de um indivíduo.

No ambiente corporativo a inteligência emocional tem sido fator preponderante para a escolha dos profissionais que irão ocupar determinados cargos. “Hoje em dia, as empresas de todo mundo olham rotineiramente através das lentes do QE para contratar, promover e desenvolver seus empregados”. (GOLEMAN, 1995, p.12).

Em uma época onde parece faltar tempo para o cumprimento das atividades a compreensão e difusão dos princípios da inteligência emocional é um fator que será capaz de gerar um maior bem-estar aos indivíduos, e estes, consequentemente, trarão ganhos às organizações, contribuindo para os seus resultados financeiros. Dentro desta temática, é necessário que as organizações compreendam a sua responsabilidade em desenvolver o QE dos seus colaboradores, entendendo que isto não será perda de tempo ou dinheiro jogado fora, mas um importante investimento e de extrema relevância para ganhos futuros, além de contribuir para a satisfação pessoal dos seus colaboradores. “O equilíbrio emocional preserva a nossa saúde e bem-estar”. (GOLEMAN, 1995, p.25)

Ultizando-se de uma metodologia qualitativa e descritiva, com base em pesquisas na bibliografia já existente, onde serão analisadas situações do cotidiano das organizações e rotina da vida de um profissional, o objetivo deste artigo é identificar ideias que possam servir de facilitadores para que as organizações contribuam e estimulem, não somente o desenvolvimento intelectual, mas também o emocional dos seus colaboradores; além de contextualizar a atual realidade do mercado de trabalho no que diz respeito à inteligência emocional; apresentar termos e situações mais utilizados no mercado de trabalho e que estão correlacionados com a inteligência emocional e Identificar fatores que possam ser facilitadores no desenvolvimento destas competências nos colaboradores.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A inteligência emocional, seus conceitos e importância na vida cotidiana.

De forma bem sucinta é possível definir uma pessoa emocionalmente inteligente como àquela que consegue ter equilíbrio entre o lado emocional e o racional do seu cérebro. Partindo deste pressuposto, é como se a nossa mente fosse dividida entre razão e emoção, mas esta não é uma simples equação. A capacidade de ter os dois lados da mente em perfeita sinergia contribui para um melhor desempenho de todas as atividades que uma pessoa se propõe a fazer, seja ela na sua vida pessoal, ou dentro de uma organização, realizando suas atividades laborais.

O termo inteligência emocional tem sido bastante difundido na atualidade, uma vez que as pressões e o estresse da vida cotidiana tem minado a capacidade de equilíbrio das pessoas tornando-as emocionalmente doentes, haja vista o fato do crescimento exponencial de indivíduos com doenças como estresse, depressão e síndrome do pânico. “A depressão é um problema de saúde pública, e será o mal do século XXI” (IVANCKO, 2017).

Em um passado recente pouco se ouvia falar sobre inteligência emocional, até porque a preocupação com a saúde e bem estar do indivíduo era infinitamente menor do que nos tempos atuais. Além disso, as organizações não compreendiam que o bem estar de seus colaboradores poderiam maximizar seus resultados. Os pesquisadores Peter Salovey e John Mayer foram pioneiros em propor este conceito, mas ele se tornou realmente conhecido após a publicação do livro Inteligência Emocional, pelo psicólogo americano, Daniel Goleman. “Num certo sentido, temos dois cérebros, duas mentes - e dois tipos diferentes de inteligência: racional e emocional. Nosso desempenho na vida é determinado pelas duas - não é apenas o QI, mas inteligência emocional também conta” (GOLEMAN, 1995, p.53).

Daniel Goleman defende que a inteligência emocional pode ser dividida em cinco habilidades, são elas: autoconhecimento, controle emocional, automotivação, empatia e relacionamentos interpessoais. O desenvolvimento destas habilidades por um indivíduo o faz ser emocionalmente inteligente. Quando analisamos minuciosamente estas habilidades percebemos que as organizações contemporâneas tem exigido cada vez mais dos seus colaboradores estas competências, mas até onde elas tem responsabilidade no desenvolvimento, ou não, destas competências?

Em suma, é possível compreender que com o passar do tempo a dinâmica de vida e de trabalho dos indivíduos mudam, e que as competências atribuídas à inteligência emocional são essenciais para a permanência de um profissional no mercado de trabalho atual. Estes são os preceitos básicos da vida moderna. Portanto, é importante que a alta gestão das organizações, em especial as áreas de gestão e desenvolvimento de pessoas, compreendam a sua responsabilidade em estimular e desenvolver a competência da inteligência emocional, entendendo que um colaborador com o quociente emocional (QE) desenvolvido trará ganhos em todos os aspectos à empresa, além de desenvolver habilidades para lidar com as situações do seu cotidiano pessoal. [...]