FACULDADE NOSSA CIDADE

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Samuel Araújo Lopes

Prof. Orientador: Lawton Benatti

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Katz e Kahn (1978), afirmam que as organizações por serem sistemas abertos possuem grandes relações com grande intensidade ligada ao meio em que se inserem, de onde tiram recursos básicos para seu funcionamento.

O ambiente também é oportuno devido ao fato de apresentar desafios que precisam ser alcançados por toda e qualquer organização que queira está num patamar de competitividade ou que ao menos anseie manter-se estável.

Por conta desses fatores, a análise permanente do ambiente externo é fundamental para o sucesso das empresas. É necessário que haja um acompanhamento e interpretação do ambiente empresarial para que seja possível acompanhar as incessantes mudanças no cenário.

As mudanças que ocorrem no ambiente empresarial são cada vez mais complexas, haja vista as influências dos fatores externos que incidem nos reais potenciais para os negócios. As profundas inovações tecnológicas, as mudanças na moda, nos gostos, a presença cada vez mais forte dos concorrentes são fatores que fazem parte da complexidade.

De acordo com Barbosa (1997), os desafios são enormes quando se trata de captação de informação acerca das empresas analisadas. Outro grande problema é a informação precisa e necessária para que se tenha um resultado esperado. Por outro lado, tem-se o bombardeio de informações e nem sempre todas são úteis. Assim, faz-se necessário a reunião da cúpula para se tomar a decisão certa na organização.

Aguilar (1967, p. 1) afirma que: “a busca de informações sobre eventos e relacionamentos no ambiente externo de uma empresa, o conhecimento dos quais irá auxiliar os executivos principais na tarefa de definir a futura linha de ação da empresa”. O monitoramento ambiental foi definido por Aguilar, onde os executivos em geral buscam informações acerca do ambiente das organizações de forma estruturada.

Pode-se dizer que a inteligência empresarial se configura como um elemento  central para o desenvolvimento do conhecimento organizacional, estando, portanto, inserido na gestão do conhecimento. Choo (1998) destaca que a formação de sentido (sensemaking) em relação ao ambiente externo à empresa, bem como a criação de conhecimento, aprendizagem organizacional e o processo decisório se caracterizam como pilares da gestão do conhecimento nas organizações.

Autores como Porter (1996), Ansoff (1993), Perry (1993) e Mintzberb et al. (2000) consideram a informação como fonte de vantagem competitiva, visto que é através dela que a organização poderá identificar de forma antecipada as possíveis manobras dos concorrentes, podendo, com isso, se antecipar a ele e ganhar vantagem competitiva, seja por meio da introdução de novos produtos, ou de promoções, entre outros. Quanto mais rápida e eficiente for a chegada da informação para a empresa, mais oportunidades poderão ser aproveitadas.

É nesse ponto que se pode falar de inteligência competitiva, que consiste basicamente em se valer da informação das manobras dos concorrentes e, com isso, antecipar-se a eles, saindo à sua frente, enfim, a obtenção de vantagem competitiva utilizando-se da informação. Vale destacar, todavia, que não há um conceito definido ainda pelos autores da párea, sua definição é dada de formas diferentes. Neste trabalho adota-se o conceito dado por Coelho (1999).

Coelho (1999) elucida que a inteligência competitiva consiste em um processo sistemático de coleta, tratamento, análise e disseminação da informação sobre as atividades dos concorrentes e, ainda, tecnologia e tendências gerais dos negócios, objetivando dar subsídio aos gestores para tomada de decisões, para, assim, atingir as metas estratégicas da empresa.

Para Roedel (2005) a introdução dos conceitos de inteligência competitiva em uma empresa para que o monitoramento contínuo e dinâmico do ambiente externo seja feito com êxito, possibilitando uma maior agilidade e atualidade no levantamento das informações necessárias à definição das estratégias.

Diante do exposto, é possível afirmar que a inteligência competitiva faz-se de suma importância, considerando que possui capacidade de gerar insumos em períodos de tempo mais curto do que o normal, podendo ser associado às metodologias tradicionais de pesquisa e planejamento, assim, dão total subsídio à empresa, sendo possível tomar decisões acionáveis, antecipadas e embasadas no que de fato está acontecendo no ambiente competitivo.

REFERÊNCIAS 

AGUILAR, F. J. Scanning the business environment. New York: The Macmillan Company, 1967.

ANSOFF, I. H. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.

BARBOSA, Ricardo Rodrigues. Monitoração Ambiental: uma visão interdisciplinar. Revista de Administração, v.32, n.4, p.42-53, 1997.

CHOO, Chun W. Information management for the intelligent organization: the art of scanning the environment. 2. ed. [S. l. s. n.], 1998.

COELHO, G. M. Inteligência Competitiva: definindo a ferramenta e seu uso no Brasil. São Paulo: IBC, 1999.

Katz, D.; Kahn, R. L.. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas, 1978.

MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de Estratégia: Um Roteiro Pela Selva do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.

PERRY, Lee T. Estratégia Ofensiva: Como tornar sua empresa tão competitiva quanto as japonesas e coreanas. São Paulo: Makron Books, 1993.

PORTER, M. Estratégia - A Busca da Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro, 1996.

ROEDEL, Daniel. Estratégia e inteligência competitiva. In: STAREC, Cláudio; GOMES, Elisabeth; BEZERRA, Jorge (Org). Gestão estratégica da informação e inteligência competitiva. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 67-86.