Inspiração, ela simplesmente surge. Sem fazer alarde. Inócua!

Talvez tenha que ser assim, afinal, tudo já está enlatado demais, estatizado demais, pré-determinado demais.

Ainda assim, isso não significa que outros fatores não possam influênciá-la, ou melhor criar possibilidades para que ela surja. Um estado de espírito. Um sentimento. Uma lembrança...

Talvez nós, amantes da linguagem e da comunicação como forma de materializar pensamentos, jamais conseguiremos descrever com palavras ou qualquer outra forma de representação gráfica a sensação magnífica, prazerosa e intensa do momento em que recebemos (se é que isso não vem de dentro) uma inspiração.

Dom? Não sei, talvez algo que faça parte do que somos. Uma relação umbilical, primária. Uma coisa sem distinção, que não permite interpretações fragmentadas. Impossível entender de maneira separada o que somos e a inspiração que temos. É algo puro. Talvez lendo este texto, com a mente livre e tranquila, consiga ao menos sentir, mesmo que em uma mísera fração de segundos, uma sensação de alegria, um ligeiro frio da barriga (para alguns um inverno inexplicável e esplendoroso). Uma sensação que acredito existir em todos. Mas que não basta esperar acontecer, senão ser buscada, sentida.

Ah! A inspiração. Chega, se vai, deixa resquícios... E permite que perpetuemos, de maneira singela (ou não) algo a ser difundido. Um algo que talvez este texto tenha lhe proporcionado um algo que além de nos satisfazer enquanto escritores satisfaz os receptores de bons conteúdos. Assim, reafirma mais uma vez, uma frase criada outrora por este que vos escreve: “Se não desejas ter um texto evasivo, não te esqueças da inspiração”.

Por Jorge Pontes