Insônia - Dorme com esse barulho

Por Diego Rosinha | 04/05/2009 | Crônicas

A cidade dorme enquanto espanco as teclas dessa parafernalha tecnológica,
Foram tantos os dias maldormidos
Com a necessidade de se livrar dos fantasmas
Malditos infames que transformam minhas madrugadas
Em longas e cansativas batalhas...

Quando se fala na solidão das grandes metrópoles,
os estudiosos e intelectuais contemporâneos não estão blefando,
talvez, numa rara oportunidade.
Quantos milhões estão dormindo ao pé do meu ouvido,
sonhando com seus umbigos transcendentais e essa merda toda?
Quantos estão somente envolvidos no seu cotidiano sem sentido por toda a eternidade
e não tem tempo de ouvir seu próprio coração cansado de apanhar?

Ah, esse bando de moscas tontas
correndo e correndo atrás do doce sem saber que,
quando finalmente alcançarem a guloseima açucarada
se matarão de tanto comer, somente isso...

Moscas semi-mortas é o que somos,
sempre em busca de um mimo qualquer que nos tire do ostracismo,
nos resgate dessa selva de moribundos...

e depois o maluco sou eu, o semmoral, semética,
o cara aquele que não respeita as regras, a não ser as suas,
e que acredita no grande deus
em meio às pernas gordas e delgadas de mocinhas
tão inocentes quanto à virgem,
a VIRGEM Maria que teve de parir todas as mágoas e culpas do mundo.

Droga, e esse acidente sangrento que me faz acreditar na vida?
Traz-me de volta toda a lembrança de um mundo que ainda não vivi?
Sim, os que conhecem os limites são os que ultrapassaram,
eles não podem voltar, sir Thompson.
E qual o limite da bala de sua Magnun 44?