Leandra Fagna Sena Mendes¹ , José Robério de Sousa Almeida²

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1-Graduanda em Ciências Biologicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE),

Faculdade de Filosofia Dom. Aureliano Matos (FAFIDM). Av. Dom Aureliano Matos, 2058,

Limoeiro do Norte – CE .

E-mail: [email protected]

2-Professor Mestrando da Faculdade de Filosofia Dom. Aureliano Matos (FAFIDAM) – UECE

INTRODUÇÃO

A educação está na pauta das discussões mundiais em diferentes lugares do mundo discute-se cada vez mais o papel essencial que ela desempenha no desenvolvimento das pessoas e das sociedades. E, nesse contexto a figura do professor assume preponderante papel, visto que o mesmo é responsável em adequar o ensino à aprendizagem, possibilitando dessa forma um ensino mais relevante e significativo para os alunos, garantindo assim a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem (BRASIL, 1998).

Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de políticas de valorização dos professores, visando a melhoria das condições de trabalho e de salário, assim como é igualmente importante o investimento na sua qualificação, capacitando-os para que possa oferecer um ensino de qualidade (BRASIL, 1998).

É preciso também melhorar as condições físicas das escolas, dotando-as de recursos didáticos de comunicação e da informação, tendo em vista que a escola é um espaço de convivência social, em que as pessoas cooperam, constroem sua identidade, preservam sua especificidades culturais e, respeitam o pluralismo (BRASIL, 1998).

Percebemos pois, que essa tão almejada educação de qualidade só será possível mediante o atendimento aos itens anteriormente expostos como ao engajamento e comprometimento de todos que fazem educação.

E, merece atenção o papel do professor, já que seu trabalho consiste de modo geral, em preparar discentes para vida social, sendo assim, considerada uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades. Então, é necessário entender melhor a realidade da profissão de professor (LIBÂNEO, 1994).

Atualmente algumas investigações em torno da problemática da satisfação docente estão sendo realizadas e, muitos desses estudos existentes estão associados ao mal estar docente. A satisfação profissional é definida como um conjunto de sentimentos positivos ou negativos que o individuo manifesta em relação ao seu trabalho resultante da comparação do esperado de uma situação e o que conseguiu obter dela. O mal estar docente por sua vez é definido segundo Esteves (1922) apud Pedro (2006) como o conjunto de efeitos permanentes de caráter negativo que vão afetando a personalidade do professores em virtude das condições psicossociais em que estes exercem a sua profissão. Essa insatisfação traz consigo conseqüências à sua prática educativa como também no que diz respeito a sua saúde, causando muitas vezes alienação perante o ensino, pedindo de transferência, absentismo, esgotamento, estresse, ansiedade permanente, auto-desvalorização, abandono da profissão, aumento dos pedidos de aposentadoria, entre outros (AMARAL; BITTENCOURT, 2006).

Essa insatisfação ora mencionada pode ser devida a diversos fatores, como por exemplo, atuação em disciplina em que não é formado, baixo salários, desvalorização do professor, exigências do sistema educacional perante a constante reciclagem do profissional frente aos avanços tecnológicos, muitas vezes em condições inadequadas para o exercício da profissão e com a carga excessiva de trabalho. Tudo isso pode gerar um desgaste emocional acarretando o estresse ou a sua cronificação que é a síndrome de Burnout (GUIMARÃES, 2007).

Esta por sua vez é ainda pouco conhecida pelos profissionais, inclusive os da área de saúde, que deveriam estar aptos para orientar, encaminhar ou até mesmo intervir quando diante de um diagnóstico dessa natureza. Alguns estudiosos conceituam o Burnout como uma síndrome relativa a cronificação do estresse ocupacional, tendo como conseqüência comprometimento do trabalhador nas áreas pessoal, profissional, familiar e social

O burnout é dessa forma uma expressão utilizada para designar o fenômeno de estresse acentuado dos professores, ou seja, um estado de tensão em que os professores manifestam um esgotamento de suas energias que eles conseguem, de fato, continuar trabalhando (LAPO, 2002).

Tudo isso gera insatisfação, representando um perigo para as próprias instituições escolares, visto que é um fenômeno dotado de característica epidêmica que tende acontecer por contágio.

E para uma melhor compreensão dessa insatisfação docente que vem se acentuado nos últimos anos, algumas variáveis profissionais e pessoais dos professores devem ser analisadas a fim de identificar os fatores que colaboram para esse sentimento de insatisfação.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado a partir de uma fundamentação teórica sobre o assunto com base da leitura de artigos científicos que enfocam a problemática apresentada e, também em livros relacionados à educação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente estudo foi detectado que a insatisfação docente é uma constante no meio escolar, acarretando inúmeros fatores, como por exemplo, a evasão docente. Esta, por sua vez pode ser atribuída a diversos motivos, como por exemplo, a baixa remuneração associada às péssimas condições de trabalho. Por meio deste estudo também podemos perceber um outro fator que concorre para este quadro de insatisfação, que é a qualidade das relações interpessoais no ambiente de trabalho, visto que na maioria das vezes essas relações não estão de acordo com as expectativas e representações dos professores, afetando assim a própria realização pessoal.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Regina Sélia Durães; BITTENCOURT, Rita Argollo. Psicólogo: atuação profissional e a síndrome Burnout. REVISTA PSICOLOGIA BRASIL. São Paulo: Criarp, LTDA, nº30, abril. 2006.

BRASIL, Parâmetros Curriculares NacionaisIntrodução. Secretaria da Educação Fundamental, Brasília, DF: MEC/SEF. 1998. 174p.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais – Tema Transversais. Secretaria da Educação Fundamental, Brasília, DF: MEC/ SEF. 1998. 436p.

GUIMARÃES, Arthur; FARIA, Fabiana. Uma profissão, várias realidades. REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, nº 201, abril. 2007.

LAPO, Flavinês Rebolo; BUENO, Belmira Oliveira. Professores retirantes: Um estudo sobre a evasão docente no magistério público do Estado de São Paulo (1990-1995). Psicologia USP, São Paulo, v.13, nº 2, 2002. Disponível em: http://www.scielo.ocesmetes.pt/scielo.php.script=sci-arttext. Acesso em 17 de maio de 2008.

LIBÂNEO, J.C.; Didática.São Paulo, SP: Cortez, 1994. (Coleção magistério, formação e trabalho pedagógico).

REIS,E.J.F.B.; ARAÚJO, T.M.; CARVALHO, F.M.; BARBALHO, L.; SILVA, M.O.. Docência e exaustão emocional. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 27, n° 94, jan/abr. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?. Acesso em 02 de outubro de 2008.