INOVAÇÃO E MUDANÇA NO ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

RESUMO

 Esta pesquisa tem como objectivo, reflectir em torno da inovação e mudança no ensino superior. É finalidade deste trabalho, implantar para no cenário académico universitário uma educação prospectiva, baseada na mudança e na inovação na vivência do tempo. Pois, vivemos numa época de pura transformação profunda de mentalidade e de estruturas cada vez mais desafiadoras; onde cada instante é precioso porque permite a vida estabelecer-se na sociedade. Escolhemos a este assunto para melhor perceber a incidência humana no agora e no depois; tendo como pano de fundo os estudantes universitários e a própria realidade das universidades de Angola de modo geral. Estamos num contexto tão mutável da vida humana (em todas as esferas) que nos releva e eleva para a construção paralelamente de uma sociedade dinâmica e inovadora. Para a pesquisa, usamos os métodos dedutivo e indutivo, com enfoque no paradigma qualitativo, dada a natureza do tema. Apegamo-nos à revisão de literatura tendo como foco a análise e interpretação bibliográfica. Vale sublinhar que a inovação e a mudança são conceitos que caminham lado a lado, pois que se referem à introdução de novas ideias, produtos ou processos e à adaptação a novas circunstâncias. Como resultado da pesquisa, vemos que a mudança e a inovação são duas ferramentas que geram, por sua vez, mudanças em todos os ramos de nossas vidas, seja ela social, académica, religiosa, seja de ordem financeira. Trata-se aqui de uma reflexão de índole académica e científica, olhando para a universidade no contexto actual de Angola. Depreende-se que a inovação envolve a criação de algo novo que traz valor, ao passo que, a mudança é o processo de transição de um estado actual para um desejado. Estes dois conceitos juntos, garantem o crescimento e a competitividade em diversos sectores das organizações. Como conclusão, a mudança e a inovação são ferramentas cruciais para ajudar o desenvolvimento e acima de tudo para o crescimento no ensino, em particular o superior. Para que isso aconteça, as instituições de ensino, devem primeiro conhecer e acompanhar as necessidades específicas do mercado de trabalho e as suas exigências. A inovação e a mudança são realidades que vêm para recriar e adaptar sempre o nosso foco onde quer que estejamos, seja na universidade, no nosso local de actuação laboral, seja na própria sociedade em si. Estas são peças fundamentais para o processo de transformação societária dos homens.

 Palavras-chave: Ensino; Estudantes; Inovação; Mudança; Universidade; Professores.

1. INTRODUÇÃO 

Desde as épocas mais remotas, o homem sempre sentiu a extrema necessidade de se desenvolver, razão pela qual, observou atenciosamente tudo a sua volta para então transformar as coisas mais complexas em mais simples; dito de outra forma, mudança e inovação sempre fizeram parte do desenvolvimento e do etinerário homem. O ser humano é um ente em desenvolvimento gradual e contínuo. Isto porque ele organiza-se ao redor de algumas viragens ou períodos de maturação que questionam as maturações anteriores, transpondo-as para outro nível. E mais, o desenvolvimento não se faz nunca de forma linear e não é apenas uma fase de amadurecimento. Ele varia de pessoa a pessoa, mas com uma sequência puramente uniforme. O homem não é apenas um ser, mas é principalmente um poder-ser. Ele é “a medida de todas as coisas”, na visão de Protágoras. Na vida, existem escolhas impreteríveis ou inadiáveis, e, concomitantemente, decisivas para o nosso curso. Varias são as razões da mudança: primeiro por conta da reviravolta das relações entre o homem e a natureza que o rodeia; segundo pela cultura, seja a tradicional, seja a contemporânea. O homem sente-se arrastado pelo tempo, graças ao progresso da ciência e da técnica; tem de se acostumar a viver no relativo (VEIGA, 1997, pp. 47-48), pois, ao homem muito se exige dele hoje: como a liberdade, a responsabilidade, o discernimento, a coragem e a capacidade de gestão dos desafios do porvir; ele tem que estar atento às mudanças globais e às adaptações de tais mudanças, com a sua criactividade e espírito de inovação. Com esta reflexão, queremos mostrar que há sempre um passo a dar-se em extensão, profundidade e elevação; e a vida do homem (como actor e autor social, estudante universitário, docente, servidor público, etc.) é uma educação co-extensiva; e educação é vida. E a vida é evolução, é movimento, é esperança, é caminho para a realização completa do mesmo. Somos todos chamados a ser, sem nos esquecermos do contexto em que temos de viver (aqui entram em cena a inovação e a mudança como peças indispensáveis de nossa história e trajectória). Pois, toda a tendência educativa de hoje, se quer ser humana e personalizante, tem que ser também vista numa dimensão prospectiva.