EDILSON NUNES DA SILVA

ADELMO JOSÉ DE SOUSA FILHO

JEANE MARINHO MUZZI

JOSLAINE DE SOUZA SANTOS


RESUMO

Sabemos que o câncer é uma das doenças de maior causa de morte no mundo hoje, e existem varios tipos diferentes de doença relacionadas ao câncer, como o caso da leucemia, que é a doença que acomete os glóbulos brancos, e traz como característica o aumento anormal das células blásticas (células jovens) na medula óssea. O presente estudo tem como objetivo analisar a influencia do exercício físico nos pacientes portadores de Leucemia. O estudo foi feito por meio da pesquisa bibliográfica, utilizando-se de livros da biblioteca da instituição, artigos científicos e sites seguros, relacionados ao câncer e ao exercício físico. Ao final deste estudo concluiu-se então que um programa de exercícios balanceado com exercícios de resistência e de alta intensidade em conjunto com atividades de relaxamento e exercícios aeróbios pode trazer grandes melhorias para os pacientes.

 INTRODUÇÃO

 

O câncer vem se destacando há mais de um século, principalmente com a melhora do saneamento básico, melhora nas condições de vida, e queda da taxa de mortalidade por doenças infecciosas. Com a maior facilidade de se chegar aos antibióticos e outros remédios, tendo assim o controle sobre as doenças infecciosas, deixando em maior incidência o câncer (INCA, 2015).

Segundo Bollmann e Giglio 2011, no ano de 1960 foi notado um cromossomo pequeno em pacientes com leucemia mielóide crônica. Foi o primeiro cromossomo anormal descrito, associado assim com uma doença oncológica. Visto então que essa alteração era ligada a translocação balanceada e mútua entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22, que levou o nome de Filadélfia, e estava presente em 95% dos pacientes com leucemia mielóide crônica.

Segundo o INCA 2015, em 2016 a estimativa de leucemia é de 4.539 mulheres e 5.540 homens com a doença,

 

“Há maior incidência da LMC em sobreviventes da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial, assim como em pacientes submetidos à radioterapia para tratamento de doenças oncológicas. Apesar dessa provável relação causal entre LMC e radiação ionizante, a maioria dos casos parece ser esporádica, não havendo fator predisponente (BOLLMANN E GIGLIO, 2011) ”.

 

As leucemias se dividem nas categorias mielóide e linfóide, de acordo com a célula envolvida. No primeiro caso, deriva da célula-tronco mielóide, e pode ser o granulócito, o eosinófilo, o basófilo, o monócito ou o eritrócito. No segundo caso, o linfócito é a célula doente. (ZOUAIN, Denise 2016).

 

A leucemia é a doença que tem origem na medula óssea, onde todas as células do sangue são produzidas. Na leucemia os leucócitos são as células agredidas, que começam a se multiplicar de forma demasiada, trazendo assim as manifestações da doença (CHAUFFAILLE, 2005).

A doença ainda é dividida de acordo com a velocidade da progressão da doença, sendo que se a progressão é lenta é uma leucemia crônica, que normalmente as células afetadas são parecidas com as normais, possibilitando assim que os pacientes conservem algumas de suas tarefas do organismo normais. Já a leucemia aguda, é classificada quando o desenvolvimento das células é mais rápido, afetando assim as células que ainda não estão totalmente formadas, conhecidas como blastos, afetando assim muitas de suas funções e a defesa do organismo. (ZOUAIN, Denise 2016)

 

“A leucemia mielóide crônica (LMC) constitui uma desordem mieloproliferativa, que se caracteriza pela presença de uma mutação adquirida, a qual afeta a célula tronco hematopoiética (BOLLMANN e GIGLIO, 2011) ”.

 

Não há causa exata da doença, porém no caso da leucemia já existem algumas condições definidas, como, por exemplo, doenças no sangue, exposição a derivados de benzeno e outros produtos químicos, tratamento radioterápico ou quimioterápico, algumas doenças genéticas entre outras. Evitar os fatores de risco já conhecidos é a única forma de prevenção. Com a diminuição das hemácias o enfermo apresentará anemia, em conjunto com palidez, sono, e um cansaço fora do normal. Além disso, os pacientes podem apresentar algumas manchinhas vermelhas ou algumas maiores roxas na pele. O paciente ainda pode sofrer febre, dores nos ossos, cabeça, enjoo, aumento no baço, nos linfonodos, e fígado. O paciente pode também ter perda de peso, além de infecções em outros órgãos pelo fato de sua imunidade estar baixa. O diagnostico é feito quando há alguma alteração no hemograma, sendo confirmado ao se fazer à coleta da medula óssea para demais exames. Já o tratamento depende de cada leucemia, algum paciente já tem que entrar em tratamento logo que são descobertos, alguns como quimioterapia, outros já serão direcionados para o transplante de medula óssea. Um dos grandes recursos é a quimioterapia, podendo ter uso oral, intramuscular, subcutâneo ou venoso, e em alguns pequenos casos, intratecal, feita por punção lombar. Em casos que precisem diminuir os linfonodos, que estejam prejudicando alguma outra estrutura, ou onde há risco de agressão ao sistema nervoso, ou em preparação para o transplante de medula ainda pode ser usada à radioterapia. Porém tudo isso depende da idade, das características da doença, prognostico entre outros fatores que influenciam na decisão da escolha certa de tratamento (LEONEL 2000; CHAUFFAILLE, 2005).

Para Lima 2015, as causas que interferem no aumento da taxa de mortalidade dos pacientes estão ligadas na recaída da doença ou intensidade do tratamento/medicação.

Conforme Ulrich et al 2013, o exercício físico tem se tornado importante na intervenção da doença, pela melhora que vem oferecendo nas funções metabólicas e fisiológicas dos pacientes, preparando-os também psicologicamente para o tratamento oncológico. Já durante o tratamento na fase da quimioterapia, o exercício ajudará nas funções neuromusculares, evitando a caquexia, e a fadiga, deixando-os assim com uma melhor qualidade de vida.

Segundo Caspersen  et al 1985, apud  Pitanga et al 2010, o exercício físico é definido como uma atividade planejada, repetida, e com estrutura com objetivos como a melhoria de itens acerca da aptidão física.

Já para Saba 2011, o exercício melhora e protege contra doenças degenerativas e crônicas, e já se tem estudos recentes que demonstram que o exercício tem grande poder de prevenir e/ou combater doenças como o câncer.

 

“Diferente de uma atividade física qualquer, que pode ser absolutamente espontânea como sair correndo para não perder o ônibus, o exercício físico é sistematizado (SABA 2011) ”.

 

O presente estudo tem como objetivo geral analisar a influência do exercício físico nos pacientes portadores de leucemia. E como objetivo especifico averiguar a ação fisiológica da leucemia, identificar os benefícios da prática do exercício nos pacientes e identificar os exercícios mais eficientes a serem realizados pelos pacientes portadores de leucemia. E tem como problema: ”O exercício físico tem influência aos pacientes portadores de leucemia? ”.

O estudo se justifica pela importância de se levar um bem-estar aos pacientes portadores de leucemia, e uma melhora na qualidade de vida, através do exercício físico em relação a relevância social, já em relação a relevância cientifica é contribuir para que mais estudantes possam ter acesso ao material e ter mais conhecimento ao tema. E a hipótese do trabalho é se o exercício físico será benéfico aos pacientes portadores de leucemia.

 

2. REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1 FORMAÇÃO DAS CÉLULAS SANGUINEAS / SISTEMA LOCOMOTOR / MEDULA OSSEA VERMELHA

 

A hematologia é a área da biologia que estuda o sangue. Especificamente estuda os glóbulos vermelhos (hemácias), os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas. Além disso, estuda a produção dos mesmos, e onde ocorre sua produção. (VIVAS, 2016).

Grande parte dos elementos figurados do sangue precisam ser alterados constantemente, pelo fato de terem a duração pequena, de semanas, dias ou até mesmo algumas horas de duração, porém, alguns linfócitos tem a duração maior, que chega até a anos (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

O termo hematopoiese se refere à formação das células sanguíneas, abrange desde a origem das células, até a sua multiplicação e maturação das células principais e outras (VIVAS, 2016).

A produção desses elementos é realizada no sistema hematopoiético, que é formado pelo baço, medula óssea e linfonodos (CARMO, 2016).

A hematopoiese é dividida em período embrionário e fetal, que se inicia no primeiro mês da vida pré-natal, onde surgem as primeiras células, que são chamadas de eritroblastos primitivos. Nessa fase o principal órgão hematopoiético é o fígado, onde tem inicio da sua hematopoiese na sexta semana, e a outra divisão é chamada de Período pós-natal, que acontece logo após o nascimento, onde encerra a hematopoiese no fígado, tornando assim a medula o único local onde ocorrem as produções de eritrócitos, plaquetas e granulócios. Quando a criança nasce, a medula vermelha ocupa totalmente o espaço medular, já na infância apenas parte desse espaço será necessário para a medula vermelha, deixando o restante do espaço para as células de gordura, que se encontram na medula óssea amarela (VIVAS, 2016).

A medula óssea vermelha é um tecido localizado entre pequenos feixes, conhecido como trabéculas, do tecido ósseo esponjoso, e é um tecido bastante vascularizado. Em torno de 0,05 a 1% das células da medula óssea vermelha são resultantes das células-tronco, que são células com capacidade de se progredir a diversos tipos de células. As células tronco pluripotentes podem gerar dois outros tipos diferentes de células tronco, dependendo do estimulo de hormônios peculiares, podendo gerar células tronco mielóides e células tronco linfóides (TORTORA, 2006 ).

A produção dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas é dada pela medula óssea vermelha, deixando assim a medula amarela responsável pela formação das células de gordura. As células do sangue se formam a partir das células-tronco hematopoéticas, intituladas como hemocitoblastos. O sangue é formado por elementos sólidos, e o plasma, que é a parte liquida. Nos elementos sólidos estão incluídos os glóbulos vermelhos, que são as hemácias ou eritrócitos, e os glóbulos brancos, leucócitos e plaquetas. O plasma constitui cerca de 55% do volume do sangue, e contém potássio, sódio, proteínas, água, vitaminas, hormônios, entre outros nutrientes (MARQUES, 2011).

O sangue tem três funções principais, transporte de oxigênio dos pulmões para as células, e dióxido de carbono das células até os pulmões, sendo responsável também por transportar calor, nutrientes do trato gastrointestinal, e resíduos para fora do corpo. O sangue é responsável também por manter a regulação e temperatura do corpo. E por ultimo ajuda na proteção do corpo, com anticorpos, proteínas sanguíneas entre outros (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

Os glóbulos vermelhos são células que não possuem núcleo, flexíveis para permitir a passagem mais facilmente pelos capilares estreitos, tem em média um tempo de vida de 120 dias, e como principal função o transporte de hemoglobina. Para que a produção das mesmas continue funcionando perfeitamente é necessário que haja substancias como a vitamina B12, o ferro, ácido fólico entre outros (MARQUES, 2011).

Segundo Tortora 2014, para que os números dos eritrócitos continuem normal, novas células maduras devem adentrar no sistema circulatório em uma velocidade de no mínimo 2 milhões por segundo, uma velocidade que se equilibra a de destruição dos mesmos.

Os eritrócitos não possuem mitocôndria, por isso produzem ATP sem oxigênio (método anaeróbico), eles não consomem o oxigênio que transportam. Cada eritrócito possui em média 280 milhões de moléculas de hemoglobina. Na molécula de hemoglobina existe uma proteína chamada globina (HALL, 2011).

Glóbulos brancos, conhecidos como leucócitos, é um grupo de células sem cor, com núcleo, e com diâmetro aparentemente maior que as hemácias. Seu tempo de vida ocorre de 4 a 5 dias nos tecidos, e de 4 a 8 horas circulando pelo sangue (MARQUES, 2011).

Os leucócitos são classificados como granulares e agranulares. Os granulares possuem vesículas citoplasmáticas cheias de substancias químicas e visíveis. Os leucócitos granulares integram-se pelos neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Já os linfócitos e monócitos se integram nos leucócitos agranulares, que são chamados assim, pelo fato de não possuir visibilidade em suas vesículas citoplasmáticas (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

Segundo Marques 2011, os leucócitos atuam na batalha contra processos infecciosos e inflamatórios. Além de auxiliar na prevenção de certas patologias. Este processo de autodefesa ocorre por uma substancia liberada por micro-organismos, atraindo os leucócitos para os demais tecidos invadidos, por um processo denominado fagocitose, que destroem o mesmo por meio de alguns leucócitos e macrófagos. Em um período infeccioso, os leucócitos fagocitários vivem em média apenas algumas horas.

A Leucocitose é a resposta de proteção a possíveis invasores, ou no caso de anestesia e cirurgia, ou até mesmo depois de exercício mais intenso.  A leucocitose faz com que os números de leucócitos aumentem acima de 10.000/ul. Já quando esse número de leucócitos é reduzido abaixo do normal (5000/ul) é chamado leucopenia (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

Segundo Hall 2011, os neutrófilos são os mais rápidos entre os leucócitos, a responder a destruição dos tecidos pelas bactérias. Os mesmos liberam substâncias como a enzima lisozima, que anulam certas bactérias, e oxidantes como o ânion superóxido, o peróxido de hidrogênio, e o ânion hipocloreto. Os neutrófilos também têm proteínas que exercem uma grande função antibiótica em fungos e bactérias, chamadas defensivas.

Com a contagem de leucócitos é possível identificar uma inflamação, infecção, monitorar os efeitos da quimioterapia, reações alérgicas, patologias sanguíneas como a leucemia, entre outros. (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

As plaquetas são também elementos do sangue, em média há 250 milhões de plaquetas presentes em cada mililitro de sangue (SHERWOOD, 2011).

Segundo Tortora 2014, as plaquetas auxiliam ao estancamento do sangramento provocado em vasos sanguíneos danificados, formando uma espécie de tampão, seus grânulos também contêm algumas substancias que são responsáveis pela coagulação do sangue. Geralmente as plaquetas tem uma duração de aproximadamente 5 a 9 dias. Plaquetas mortas e velhas são retiradas pelos macrófagos presentes no fígado e baço.

As plaquetas são células pequenas e também sem núcleo, que são formadas a partir dos fragmentos celulares na medula óssea vermelha, chamados megacariócitos. As plaquetas têm como função principal impedir sangramentos que por conta de alguma reação chegam à coagulação (MARQUES, 2011).

A medula óssea é considerada como o órgão de mais importância dentre as diversas células do sangue, pois nela estão presentes as células que dão origem as progenitoras mieloides, linfoides, entre outras, chamadas células tronco (CARMO, 2016).

Um tecido mole esponjoso que é encontrado no interior dos ossos longos é o que constitui a medula óssea. Nela são produzidas quase todas as células do sangue, eritrócitos, leucócitos e plaquetas (UGULINO NETTO; BARROS; ELOY, 2011).

Segundo Forones et al 2005, a medula óssea vermelha é um tecido encontrado especialmente dentro de ossos longos, como o fêmur, é um tecido cheio de nutrientes. A mesma trabalha como uma espécie de fábrica, produzindo todas as células presentes na corrente sanguínea e também na medula. As células tronco Pluripotentes tem grande importância, pois se tratam de células que a partir de uma se formam os outros tipos.

Os ossos do corpo têm cinco classificações principais, de acordo com o formato, podendo ser ossos longos, curtos, planos, irregulares e sesamoide. Os ossos longos são maiores no comprimento e menores na largura, além de serem pouco encurvados, para atrair a tensão do peso corporal em pontos diferentes, para evitar assim a facilidade de fraturas. São exemplos de ossos longos o fêmur, a tíbia, úmero, fíbula, a ulna e o rádio, entre outros (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

De acordo com Leonel 2000, a medula óssea está acomodada dentro de ossos como o fêmur, costelas, úmero entre outras, e é ainda o único órgão dos seres humanos, que é liquido. A mesma é responsável, por meio de células mães ou pluripotentes, pela formação do sangue.

O transplante de medula óssea ocorre quando é necessário que haja uma troca da medula anormal ou cancerosa, por uma medula saudável, com intenção de que as contagens de células sanguíneas voltem ao normal. Nos pacientes com câncer, essa medula adoentada é destruída através das grandes doses de quimioterapia e radioterapia, antes de ser realizado o transplante (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

É definido como transplante, a coleta de uma parte do liquido, denominado medula óssea, na intenção de conseguir as células mães, que levam esse nome pelo fato de formar sangue. A coleta das mesmas pode ser feita na medula óssea, e também na filtragem do próprio sangue, porém deve ser mais moderada nesse caso. Além disso, o cordão umbilical também é fornecedor de células precursoras da medula. (LEONEL, 2000).

 Segundo Forones et al 2005, o transplante pode ser autoplástico ou alogênico. Como o nome já diz, o transplante autoplástico é quando as células usadas são do próprio paciente, já o transplante alogênico que pode ser familiar, principalmente de irmãos do mesmo pai e da mesma mãe, e não familiar.

Leonel  2000 nos diz ainda que apesar do senso comum pensar que o transplante de medula óssea se trata de um processo cirúrgico ele não é, se trata de um procedimento clínico.

O transplante autoplástico é indicado geralmente em tumores sólidos, principalmente na área da pediatria oncológica, como em casos de sarcoma de Ewing, neuroblastoma, entre outros. Já nos adultos é indicado em casos como os linfomas não Hodgkin, mieloma múltiplo, doença de Hodgkin, e em casos de leucemias agudas em remissão hematológica e clínica

De acordo com Leonel 2000, existem três tipos de TMO:

  • Autólogo: Quando o doador é o próprio paciente.
  • Alogênico: Quando o doador é outra pessoa, na maior parte das vezes um irmão.
  • Singênico: Quando o irmão gêmeo idêntico é o doador.

O transplante Autólogo coleta as células mães do sangue periférico da medula do paciente e é mantida em refrigeração, em seguida são realizadas varias etapas de doses fortes de quimioterapia, com o objetivo de cura da doença. Após a aplicação destas doses acarretará um forte dano, irreparável na medula que está presente no paciente. Após 48 a 72 horas após a quimioterapia, as células mães que foram retiradas para o tratamento são devolvidas a medula para que haja a reconstituição do funcionamento da formação sanguínea. No transplante alogênico ou singênico, o processo é basicamente o mesmo, a única diferença é que a medula óssea ou as células mães são retiradas de outra pessoa.

 

2.2 SISTEMA LINFÁTICO

 

O sistema linfático auxilia na homeostasia, contribuindo no mecanismo de defesa contra doenças e drenando o liquido intersticial. Para que a homeostasia tenha eficiência faz-se necessário o combate continuo contra os agentes que possam prejudicar nosso ambiente interno e externo (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

De acordo com Gardner e Osburn 1980, o sistema linfático é um conjunto vascular diferente do sistema sanguíneo, e dá auxilio ao venoso na drenagem dos líquidos dos tecidos. O sistema linfático não há artérias e o mesmo não chega ao coração, acaba em veias na base do pescoço.

Para Tortora 2014, a linfa é o liquido que compõe o sistema linfático, em conjunto com os vasos linfáticos, que transportam a mesma, e inúmeras estruturas e órgãos que contém o tecido linfático e a medula óssea vermelha, onde as células-tronco se transformam em diversos tipos de células sanguíneas, inclusive nos linfócitos.

No abdômen está presente o baço, que pertence intimamente aos sistemas linfático e sanguíneo (GARDNER e OSBURN, 1980).

Conforme Tortora 2014, a capacidade de se proteger contra doenças ou danos, por meio de nossas próprias defesas é denominada imunidade ou resistência e quando há ausência ou vulnerabilidade da mesma é chamada suscetibilidade. A imunidade é dividida em inata e adaptativa, a inata faz referencia as defesas que se fazem presente no nascimento, e são sempre presentes e disponíveis, nos fornecendo rapidamente respostas contra doenças. Já a imunidade adaptativa se refere à identificação de um micróbio específico, quando as defesas inatas foram quebradas, a mesma baseia-se na resposta específica de um micróbio, adaptando-se de acordo com ele, porém ela tem uma resposta mais lenta em relação à inata. Na imunidade inata estão presentes barreiras químicas e físicas da pele, células assassinas naturais, fagócitos, febre e etc, na adaptativa estão presentes linfócitos T e B. O sistema responsável pela imunidade é o linfático.

Para Gardner e Osburn 1980, a formação da linfa é muito parecida com a formação do plasma sanguíneo. Os capilares linfáticos recebem macromoléculas e proteínas que não passam pelos capilares sanguíneos.

O sistema linfático recebe três funções principais:

  • Drenagem do liquido intersticial em excesso: Os vasos linfáticos são responsáveis por esgotar liquido que está em excesso nos espaços teciduais, levando-os de volta para o sangue.
  • Transportes de lipídios da dieta: Os vasos linfáticos são responsáveis também por conduzir vitaminas lipossolúveis e lipídios absorvidos pelo trato gastrointestinal.
  • Execução das respostas imunes: O tecido promove respostas contra micróbios ou células anormais (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

A linfa possui composição parecida com a do plasma sanguíneo, porém com quantidades de proteínas reduzidas em relação ao plasma (MARQUES, 2011).

 De acordo com Graaff e 2003, a rede linfática se inicia com os capilares linfáticos, que são tubos que formam uma grande rede nos espaços dentro da maioria dos tecidos. A linfa é o nome que se dá ao liquido no momento em que o mesmo entra nos capilares linfáticos.

Tortora 2014, nos diz que a linfa passa primeiramente pelos capilares linfáticos, em seguida pelos vasos linfáticos, e depois chega aos linfonodos. Conforme os vasos linfáticos deixam os linfonodos, em determinada região do corpo, os mesmos se unem para formar os troncos linfáticos.

Segundo Marques 2011, os vasos linfáticos estão localizados por quase todo o corpo, apenas não estão presentes no tecido avascular do sistema nervoso central e da medula óssea vermelha. Os vasos linfáticos se unem para formar os capilares linfáticos, e em seguida os capilares linfáticos se unem e formam os ductos linfáticos, denominados ducto torácico e ducto linfático direito.

Nosso corpo possui cinco troncos linfáticos principais:

  • Troncos lombares, que drenam a linfa dos membros inferiores, da pelve, rins, da parede abdominal, e glândulas suprarrenais.
  • Tronco intestinal, que é responsável pela drenagem da linfa dos intestinos, pâncreas, estômago, parte do fígado, e baço.
  • Tronco broncomediastinal, que drena a linfa do pulmão e coração.
  • Troncos subclávios, responsáveis pela drenagem da linfa dos membros superiores.
  • Troncos julgares, drenam a linfa da cabeça e pescoço. (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

O sistema linfático é formado pelo baço, timo, linfonodos e tonsilas (GRAAFF, 2003).

Os órgãos linfáticos segundo Tortora 2014, são divididos em órgãos linfáticos primários, que são os locais em que as células troncos se dividem e tornam-se capazes de desenvolver uma resposta imune, denominados imunocompetentes. Os órgãos linfáticos primários são a medula óssea vermelha e o timo. Das células tronco pluripotentes tem origem às células B imuno competentes maduras e também as células pré-T, em seguida as células pré T seguem para o timo e se tornam células T imunocompetentes. Já os órgãos e tecidos linfáticos secundários são os locais onde acontecem as respostas imunes, que são os linfonodos, baço, e nódulos linfáticos. O timo, linfonodos e baço, possuem uma cápsula de tecido conjuntivo por esta razão são considerados órgãos, o que não acontece com os nódulos linfáticos.

De acordo com Marques 2011, os linfonodos são pequenos órgãos em formato de feijão, que variam de 1mm a 1-2cm, podem ser chamados também de gânglios linfáticos, e são formados pelo tecido linfoide.

Linfonodos atuam como filtros, retirando substâncias estranhas que possam adentrar juntamente com a linfa (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

Os linfonodos geralmente estão apresentados em agrupamentos em determinadas regiões do corpo. Alguns dos principais agrupamentos dos linfonodos são o poplíteo, os linfonodos inguinais do membro inferior, os linfonodos lombares da região pélvica, os linfonodos axilares e cubitais do membro superior, os torácicos, e os cervicais (GRAAFF, 2003).

Segundo Tortora 2014, a parte funcional de um linfonodo é dividida em uma medula profunda e um córtex superficial. Dentro do córtex estão os nódulos linfáticos, que são um oval da célula B. Os mesmos se formam em resposta a uma ação provocativa antigênica. Já a na medula do linfonodo encontramos células B, anticorpos produtores de células plasmáticas que, vem do córtex para a medula e macrófagos.

 Já o timo é um órgão formado por dois lobos, e localizado na parte posterior ao osso esterno, entre os pulmões, na mesma altura dos grandes vasos do coração. Formado por linfócitos T, macrófagos, e células epiteliais, produzindo assim hormônios como a timopoietina e timosina, que estão ligados ao amadurecimento e multiplicação dos linfócitos T. Auxiliando no sistema imunológico e distribui os linfócitos T a outros órgãos linfáticos (MARQUES, 2011).

Segundo Graaff 2003, o timo é bem maior no feto e na criança do que no adulto, pelo fato dele regredir o seu tamanho durante a puberdade.

Já o baço tem um formato oval, e é a maior massa do tecido linfático no nosso corpo, tem aproximadamente 12cm de comprimento. Ele esta localizado entre o estômago e o diafragma. A parte superior do baço é lisa e convexa, adaptando-se assim a face côncava do diafragma (TORTORA e DERRICKSON, 2014).

De acordo com Marques 2011, o baço não filtra a linfa, e uma das principais funções do mesmo é o armazenamento do sangue, para que caso aconteça de o corpo perder sangue em grande quantidade acontece à liberação do sangue armazenado no baço, para manter o volume da pressão sanguínea.

Já as tonsilas de acordo com Graaff 2003, formam um anel em volta das cavidades nasal e oral e a faringe, transformando-se em proteger do tecido linfático.

As tonsilas são órgãos formados por grupos de folículos linfáticos grande, em forma de anel. As mesmas são diferenciadas conforme a sua localização, as localizadas na cavidade oral e faringe são chamadas de tonsilas faríngeas (adenoides) e as que se localizam na cavidade oral são chamadas de tonsilas palatinas, por último a tonsila lingual, que se localiza na base da língua, as mesmas participam na defesa do organismo pelo ar ou ingestão de alimentos e substâncias estranhas, dando inicio a resposta imunitária. Produzem linfócitos T e B (MARQUES, 2011).

 

2.3 CÂNCER

 

De acordo com Forones et al 2005, o câncer ocupa a terceira posição no ranking das causas de morte na população mundial, ficando atrás somente de doenças parasitarias e infecciosas e doenças cardiovasculares. Porém em alguns países o câncer chega a ocupar a segunda colocação desse ranking.

Segundo Alberts et al 2010, pelo menos um quinto de todos os seres humanos sofrerá de câncer um dia. Estima-se que, por ano seis milhões de pessoas morrem vitimas de câncer.

 

“O termo “câncer” é derivado da palavra grega karkinos (caranguejo), provavelmente devido ao seu comportamento similar ao das garras desse crustáceo-aderem e infiltram (LEONEL, 2000) ”.

 

De acordo com o INCA (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER) 2015, o câncer é o nome que se dá a um conjunto com mais de 100 doenças, que tem o crescimento desenfreado de células que se apoderam dos tecidos e órgãos, podendo ainda se espalhar para as outras regiões do corpo. Estas células se dividem rapidamente, o que as torna muito agressivas e incontroláveis, causando assim a formação de tumores, que é o acumulo das células cancerosas. Porém, um tumor benigno é apenas uma massa de células que se multiplicam devagar e parecem com o tecido original, sendo assim é raro que as mesmas tragam um risco de vida.

Para Leonel 2000, a célula maligna pode se multiplicar desordenadamente em um órgão especifico, assim como pode alastrar-se para outros locais. É esse crescimento desordenado que leva a denominação de câncer.

De acordo com Alberts et al 2010, nos mostra que os cânceres são classificados conforme os tipos celulares dos quais eles derivam, e também dos tecidos. Os mais comuns em humanos são os que são derivados das células epiteliais, chamados de carcinomas. Os sarcomas são decorrentes das células musculares e do tecido conectivo. Há também os que não se encaixam em nenhumas das duas categorias citadas, que são as leucemias e linfomas que são originados das células precursoras e da linhagem branca, assim como os que se originam das células do sistema nervoso.

Na área da cabeça e pescoço as maiores incidências são: câncer de lábio, faringe e glândulas salivares, laringe, boca, tireoide entre outros, tendo também o câncer de pele grande incidência principalmente no Brasil, pelo fato de o país ser tropical, e ter grande exposição à luz solar. Considera-se que dentre todas as neoplasias diagnosticadas o câncer de cabeça e pescoço representa 10% (FORONES et al  2005).

Os sintomas variam de acordo com o local do câncer, aparecem sintomas como, por exemplo, lesões ou ulceras na boca, rouquidão, lesões na pele que tenham sangramento com contatos mínimos, mudanças nas características das pintas existentes entre outras (LEONEL, 2000).

Já nos casos de câncer de pulmão tem há uma taxa de incidência de 52,5 casos a cada 100mil habitantes, e a mortalidade tem a taxa de 48,7, com maior incidência ainda no sexo masculino. Em média 90% dos casos de morte em homens e 80% em mulheres, causadas pelo câncer de pulmão se atribui aos hábitos de fumar (FORONES et al 2005).

O câncer de pulmão traz sintomas como a tosse com escarro, com presença de sangue e o emagrecimento (LEONEL, 2000).

De acordo com Forones et al 2005, o câncer de mama é, desde 1980, a maior causa de morte nas mulheres brasileiras. Em 2003 os dados do Ministério da Saúde do Brasil demonstravam que o câncer de mama era o com mais incidência, ocupando o 1º lugar, a frente até mesmo do câncer de pele, com um numero aproximado de 36,47 a cada 100mil mulheres, com 33,590 novos casos no ano de 2005. Segundo os autores, o sedentarismo pode ser um grande culpado para a mesma, a partir das fases de carcionogêneses começadas após a adolescência. Além do sedentarismo, o consumo de álcool e a terapia de reposição hormonal podem estar ligados com os efeitos ao câncer.

Segundo Leonel  2000, o câncer de mama tem sintomas como, nódulos na mama ou região, retração do mamil e assimetria dos seios.

O câncer Gástrico é uma das grandes causas de morte no mundo todo. Foi visto nas últimas décadas que, a incidência do mesmo nos países ocidentais e asiáticos teve queda, apesar de o número geral de novos casos estar crescendo. Os locais com mais altos índices são: América do Sul e Central, Japão, e leste da Ásia, os com índices mais baixos são Austrália, Estados Unidos e Canadá. No Brasil ele é considerado a 3ª causa de morte no sexo masculino e a 5ª no sexo feminino, em relação ao câncer (INCA, 2003)

A doença atinge em maior número o sexo masculino, com uma maior frequência após os 50 anos (FORONES et al 2005).

Atualmente, segundo Forones et al 2005, o câncer de próstata é o câncer interno mais diagnosticado de forma precoce, com chances ainda de cura. As chances de ter o câncer de próstata aumentam em 2, 5 ou 10 vezes mais quando se tem um, dois e três parentes de primeiro grau que apresentam a doença. A agressividade da doença é dada pela escala de Gleason, que fornece duas notas de 1 a 5, de acordo com as alterações da glândula.

Os sintomas do câncer de próstata envolvem a dificuldade para urinar, a ardência na uretra e polaciúria, que são micções em pequenas quantidades e frequentes (LEONEL, 2000).

Já o câncer de testículo é menos frequente, com um número de apenas 0.8% de casos, ele é mais frequente na faixa etária de 15 a 35 anos, e é cinco vezes mais comum em homens brancos do que em homens negros (FORONES et al 2005).

Conforme Zouain 2016, o câncer é hoje um grande problema da saúde pública do mundo. A OMS traz uma estimativa de que no ano de 2030, espera-se 27 milhões de casos de câncer, dentro desses casos, serão 17 milhões de mortes, e 75 milhões de pessoas vivas, no ano, na luta contra o mesmo. Ainda pode-se dizer que os países de baixa e média renda, serão os que mais irão sofrer com esse efeito.

Segundo Leonel 2000, a maior parte dos cânceres não é hereditária, porém em algumas famílias os casos de câncer são maiores, certamente causado a uma transmissão genética, de alguns genes responsáveis do controle da proliferação da célula. Isso é observado principalmente em casos de câncer de mama, ovários, retinoblastoma e cólon.

De acordo com Alberts et al 2005, o problema inicial para entender um câncer se a causa é de uma alteração genética, que é uma alteração na sequência do DNA ou, se é causada por uma alteração epigenética, que é a alteração no padrão de expressão dos genes, sem que mude a sequencia do DNA.

A mais eficiente forma de prevenção aos diversos tipos de câncer é saber quais os principais agentes causadores da doença, e tentar combate-los e evita-los. Sabe-se que existem vários agentes, biológicos, químicos, farmacológicos, e físicos que levam ao câncer. Como agentes químicos podemos citar o álcool, benzeno e tabaco; nos agentes físicos se encaixam os raios ultravioletas e a radiação ionizante; Vírus da hepatite B, papiloma vírus entre outros são considerados agentes biológicos; E por ultimo os agentes farmacológicos, que são os esteroides anabolizantes, imunossupressores e estrógeno (LEONEL, 2000).

De acordo com Forones et al 2005, a infecção pelo vírus da AIDS, estimula o individuo a evolução de certos tipos de câncer, em especifico o sarcoma de Kaposi e o linfoma não-Hodgkin, que provavelmente é consequência da eliminação das células T CD4+ e também ao dano ao sistema imunitário do hospedeiro. O ajuste dos linfócitos B, dependem dos mesmos, e com a sua destruição causada pelo HIV, provoca uma proliferação descontrolada dos linfócitos B.

Para Leonel 2000, uma das características principais das patologias oncológicas é o seu silêncio, tanto o surgimento quando o crescimento, costumam ser silenciosos. Os sintomas podem vir a aparecer somente dias ou meses após o surgimento da doença, dependendo da localização e velocidade do crescimento do tumor.

 

2.4 LEUCEMIA

           

 “O conceito de leucemia abrange uma série de entidades diferentes que têm em comum o fato de serem doenças clonais malignas que se caracterizam por crescimento descontrolado de células da medula óssea. As leucemias são divididas em agudas e crônicas, mielóides ou linfóides conforme a linhagem celular envolvida (CHAUFFAILLE, 2005) ”.

 

 

O câncer linfático é o aumento desordenado das células do sistema linfático. As mais frequentes que se tornam cancerosas são os linfócitos. Basicamente, os tumores evoluem dentro dos gânglios linfáticos. As leucemias se introduzem por transformações malignas de células da composição do sangue, originados da medula óssea. Na maior parte das vezes as células leucêmicas transbordam para a corrente sanguínea, podendo assim alojar-se em outros órgãos, como o baço, fígado, e outros tecidos do corpo (LEONE   L, 2000).

Conforme Chauffaille 2005, as leucemias agudas são o resultado da modificação neoplásica da célula “mãe” hematopoiética multipotente, que caracteriza o aumento de blastos anormais com prejuízo na produção das células normais.

Sintomas típicos das alterações nos linfomas (câncer) incluem febre, suores noturnos, aumento do fígado e baço, e emagrecimento (LEONEL, 2000).

As leucemias agudas trazem sintomas ligados à queda dos elementos do sangue. Correspondente à anemia, o paciente manifesta fraqueza, palidez, fadiga, mal-estar, palpitações e etc. já em razão da plaquetopenia o paciente apresenta petéquias, equimoses e sangramentos prolongados, sangramento mucoso entre outros. Infecções e febres devido à diminuição dos granulócitos. Além de todos esses sintomas o paciente pode apresentar dor óssea, recorrente ao aumento de blastos na medula, podendo haver necrose, erosão, ou até comprometimento de periósteo. As células doentes podem ainda atingir o sistema nervoso central, com invasão meníngea, que pode se associar a sintomas típicos de meningite ou paralisia de nervos cranianos (CHAUFFAILLE, 2005).

“Nas leucemias agudas (recém-instaladas), o tratamento é bastante intensivo através da quimioterapia, com duração que varia de poucos meses a 2 anos (LEONEL, 2000)”

 

A leucemia mielóide aguda é dada pelo aumento dos mioblastos anormais. Em suas principais causas estão à exposição ao benzeno, à radiação e tratamento com drogas citotóxicas e agentes alquilantes. A LMA é mais frequente em pessoas adulta, tendo o risco aumentado de acordo com o aumento da idade. Acimas dos 45 anos corresponde em media a 90-95% do total de casos de leucemias agudas (CHAUFFAILLE, 2005).

 De acordo com Leonel 2000, é necessário que o paciente faça exames complementares precisos, como o mielograma e a biópsia de medula óssea, que deveram ser estudados por um hematologista, para que haja o diagnostico definitivo, levando assim o paciente para a melhor forma de tratamento.

Segundo Chauffaille 2005, a meningite leucêmica em LMA é rara em adultos, quando se compara a leucemia linfóide aguda, por isso não há tanta necessidade de se fazer o tratamento do SNC, porém pacientes que tenham elevados números de blastos em circulação ou portadores de leucemia monocítica deve investigar para que não haja comprometimento no SNC.

 

“A leucemia linfóide aguda (LLA) resulta da proliferação clonal de precursores linfóides na medula óssea. Sua incidência é bimodal, maior em crianças de 3 a 4 anos, mas com outro pico de incidência, menor, após os 60 anos (Chauffaille, 2005) ”.

 

Conforme Leonel 2000, as leucemias são divididas em agudas e crônicas. Sendo as agudas com  inicio súbito e progressivo, subdividida em vários tipos, de acordo com o tipo de células brancas que foram atingidas e transformaram-se em malignas. Esse tipo de leucemia tem mais de 50% de chances de cura em crianças, e 30% de chance em adultos. Já a leucemia crônica só obtém cura possível, em alguns casos, e com o transplante de medula óssea.

A maioria dos avanços no tratamento da leucemia linfóide aguda do adulto vem da moldagem de técnicas bem sucedidas no tratamento da LLA infantil. Porém a sobrevida de cura da doença ainda é baixa e insatisfatória (CHAUFFAILLE, 2005).

As leucemias crônicas em sua maioria são denominadas incuráveis, porém o uso do tratamento corretamente pode favorecer o aumento da sobrevida do paciente em vários anos (LEONEL, 2000).

Para Forones et al 2005, a leucemia mielóide crônica, é uma doença clonal mieloproliferativa, que tem origem na célula “mãe” multipotente doente. A idade media de apresentação da doença, de acordo com a Unifesp-EPM, é de 42 anos, em outros locais internacionais a média de idade é 53 anos. Porém todas as faixas etárias estão sujeitas à doença, inclusive crianças, e a média de sobrevida é de 48 meses.

Segundo Leonel 2000, nos casos de leucemia crônica (que são as que estão alojadas há mais tempo), o tratamento é menos agressivo ou tóxico do que nas leucemias agudas, porém é mais extenso.

A LMC do ponto de vista clínico é uma doença de duas ou três fases, denominada de bi ou trifásica. A fase inicial é denominada fase crônica, onde o paciente costuma se queixar de cansaço, fraqueza, dor abdominal, aumento do volume abdominal devido o aumento do baço. Nessa fase o paciente apresenta leucocitose, com a medula óssea hipercelular. Apresentam também basófila e eosinofiia, além de trombóticos e eritroblastos que circulam no sangue periférico. Em seguida a doença evolui para a fase avançada, chamada de crise blástica. Nessa fase as células não conseguem diferenciar-se umas das outras, predominando os blastos, tanto linfóides quanto mielóides. Nessa fase os pacientes costumam sofrer febre, dor nos ossos, sangramento e sudorese. Essa fase (CB) é responsável por 60 a 90% dos casos de morte nos pacientes com leucemia mielóide crônica. De acordo com a Unifesp-EPM, a média de sobrevida de pacientes na fase CB é de 4,5 meses, sendo 6,2 meses para linfóide e 4,1 nos casos mielóide (FORONES et al, 2005).

De acordo com o Zouain 2016, a Lmc é tratada com quimioterapia-alvo, que é um tratamento especifico nas células doentes. Esse tipo de leucemia possui a presença de uma alteração genética particular, o cromossomo Philadelphia, que é resultado de uma anomalia entre os cromossomos 9 e o 22. Dessa alteração é gerado o gene bcr-abl, que é uma proteína, alvo dos quimioterápicos. São comprimidos e os mesmos têm enorme impacto no tratamento dos portadores de leucemia mielóide crônica.

Na fase crônica da doença é indicado o transplante de medula óssea alogênico, que pode ser curativo. O êxito do transplante depende da idade, que apresenta melhores resultados em pacientes com idade abaixo dos 40. Porém apenas 15 a 20% dos pacientes possui um doador compatível, porém se doadores não aparentados idênticos estiverem disponíveis em bancos de medula as chances podem subir para 30% (FORONES et al, 2005).

O transplante alogênico é aquele em que o doador da medula é outra pessoal, geralmente um irmão (LEONEL, 2000).

O paciente pode fazer o uso ainda o Interferon-alfa, que traz efeitos imunomoduladores nas células com tumor e predispõe resposta hematológica em grande parte dos pacientes. Os efeitos colaterais do mesmo são febre, calafrios, dor óssea, diarreia, impotência, boca seca entre outros, 1/3 dos pacientes abandona este tipo de tratamento impaciência. Outra forma de tratamento que pode ser usada é o mesilato de imatinibe, que apesar de ser uma droga bastante tolerada também apresenta alguns efeitos colaterais como câimbras, vômitos, diarreias entre outros. E por último as drogas citotóxicas, que geralmente são utilizadas na fase crônica da doença, para evitar complicações trombóticas, porém esses medicamentos não paralisam ou alteram a evolução da doença (FORONES et al, 2005).

Conforme Leonel 2000, os tumores benignos crescem de forma bastante lenta. Já o tumor maligno tem velocidade variável. Tumores como nos casos de linfoma agressivo, leucemia, e câncer de testículo crescem numa velocidade maior do que os demais. Porém quanto mais velocidade o tumor tiver no seu crescimento, melhor o mesmo vai responder as sessões de quimioterapia, porém o principal e mais importante é ter o diagnóstico cedo para que o tratamento possa ter sucesso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1.  METODOLOGIA

 

O método atribuído para este projeto de pesquisa será embasada numa Pesquisa Bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já formado, composto principalmente de livros e artigos científicos. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas (GIL, 1996).

De acordo com Marconi e Lakatos (1992), pode-se conceituar a pesquisa bibliográfica como o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Essa tem a finalidade de fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou no entendimento de suas informações, pode ser também considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.

  Para o bom desenvolvimento desse trabalho, utilizamos artigos científicos e livros, todos voltados para o câncer, em especifico a leucemia e a relação do mesmo com o exercício físico. Foram utilizados 12 livros e 15 artigos científicos e periódicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

                 De acordo com um estudo realizado por Silveira e Gorini 2009, durante o tratamento da doença é comum o paciente sentir vários efeitos colaterais, entre eles a fadiga, que é considerada muito complicada de ser tratada, por outro lado à mesma pode ser controlada, e esse controle auxiliaria o paciente no decorrer do seu tratamento, pelo fato de a fadiga provocar um alto índice de desconforto e mal estar, o que pode prejudicar o paciente no decorrer do tratamento. Os entrevistados relatavam sua dificuldade de realizar tarefas simples do dia a dia, como por exemplo, lavar louça, caminhar dentro de casa, tomar banho, sair com marido.

 O tratamento contra a fadiga consiste em tratamento farmacológico e o não farmacológico, envolvendo trabalhos de redução do nível de estresse, programa de exercícios os específicos para os pacientes, descanso e sono.

O estudo foi realizado com oito entrevistados, sendo dois homens e seis mulheres, de 35 a 59 anos de idade, portadores de LMA sendo que dois dos entrevistados se encontravam ainda em sua primeira internação, já os demais já haviam sido internados para o tratamento da doença. O estudo é qualitativo, e foi realizado na internação clinica médica no Hospital Universitário de Porto Alegre. Os entrevistados relatavam sua dificuldade de realizar tarefas simples do dia a dia, como por exemplo, lavar louça, caminhar dentro de casa, tomar banho, sair com marido. O estudo nos afirma que a solução para esses pacientes era melhorar seu condicionamento físico diminuindo a fadiga, porém isso seria feito gradativamente de acordo com o limite de cada um. Os entrevistados relatam que começam a prática do exercício físico intervalado com o descanso, por exemplo, caminha no corredor de casa, descansa e volta a fazê-lo, tendo assim a melhora gradativa da fadiga.

Outro estudo feito por Souza et al, teve como objetivo identificar o perfil dos sobreviventes de leucemia linfóide aguda, em relação ao seu nível de sedentarismo e perfil de atividade física. O estudo se baseia em estudos de casos, que foram feitos entre março e setembro de 2011, na unidade de oncologia pediátrica do IMIP, com 31 crianças e adolescentes, após pelo menos 1 ano do termino do tratamento antineoplásico. Os dados foram obtidos em conjunto com paciente/responsáveis, onde foram coletadas informações como o tempo gasto com atividades relacionadas ao sedentarismo, como assistir tv, vídeo game e computador.

O estudo utilizou-se de avaliação antropométrica, com medidas de peso, cintura e estatura. Os pacientes fizeram o uso de balança digital (Welmy®), com precisão de 0,100kg e capacidade até 200Kg para aferir o peso à altura por meio do antropômetro vinculado a balança. Os dados obtidos foram encaminhados para o programa Excel, e as análises feitas pelo programa SPSS versão 13.0.

Dos 31 pacientes 54,8% (17) eram meninas e 45,2% (14) eram meninos, com média de idade de 10,2 anos. Foi encontrado que 82,4% praticava educação física na escola e 32,3% praticava algum esporte, com prática de 3 vezes na semana em 30% dos pacientes, com duração de uma a duas horas. Já no que corresponde ao tempo em atividades sedentárias, a média de horas foi de 7,61. Estudos mostram que quando se assiste televisão por mais de 4 horas diárias, já se relaciona ao predomínio de obesidade, a Academia Americana de Pediatria recomenda que o hábito de assistir televisão não deva passar de duas horas por dia.

 O estudo concluiu que a maioria faz a prática da educação física escolar, porém o número é bem inferior quando se trata da prática esportiva independente das aulas de educação física, os pacientes então podem ser informados sobre os benefícios da pratica de exercício físico e um estilo de vida mais saudável.

Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, em 2011, com o tema, Exercício em pacientes oncológicos: Reabilitação, analisou artigos e outras fontes de pesquisa, com objetivo de levar informações sobre os benefícios advindos do exercício físico no tratamento de pacientes oncológicos.

Segundo os autores, a fadiga pode estar relacionada tanto ao tumor propriamente dito, ou aos medicamentos ou até mesmo condições nutricionais, metabólicas ou hematológicas.

Os exercícios físicos são recomendados para a redução da fadiga, para a melhora da qualidade de vida e capacidade física dos pacientes em tratamento, estando ou não com a doença ativa. Os autores analisaram um estudo com 269 pacientes em tratamento de quimioterapia, sendo 73 do sexo masculino e 196 do sexo feminino, com a média de idade de 47 anos, com vinte tumores diferentes, analisou a questão: “Exercício Físico é eficaz na redução dos sintomas de fadiga relacionada ao câncer? ” O roteiro de exercícios consistia em exercícios de alta intensidade, antecedidos de aquecimentos, treino cardiovascular e de resistência, aliado a treinos de baixa intensidade, como relaxamento e massagem corporal. Com total de nove horas por semana, com total de seis semanas. As atividades eram dividas em 5 dias na semana, sendo três vezes treino de alta intensidade, com aquecimento de 30 minutos, treino resistido por 45 minutos e cardiovascular por 15minutos, e as outras duas vezes eram intercaladas com treino de exercícios de baixa intensidade, com 30minutos de relaxamento e exercício de consciência corporal, e trinta minutos de massagem. Obteve-se melhora na fadiga com média de -6,6 pontos. Mostrando-nos que, o treino de alta intensidade em conjunto com o de baixa intensidade, pode vir a melhorar a fadiga dos pacientes, com vários tipos de câncer durante a quimioterapia.

 Os exercícios terapêuticos, com fortalecimento dos membros e tronco, são viáveis para a melhora do bem estar físico em pacientes com câncer avançado, sujeitados a radioterapia. Outra pergunta questionada no estudo foi: “Exercício melhora os sintomas respiratórios em pacientes com câncer? ”. Esse estudo foi feito com pacientes submetidos ao transplante hematopoiético halogênico de células tronco, que contou com um plano de exercícios supervisionados de uma a quatro semanas antes do ingresso no hospital, também durante a internação, e permaneceram com acompanhamento de seis a oito semanas, depois de ter alta no hospital.

O mesmo mostrou melhora na redução da fadiga, melhora do desempenho físico dos estudados quando foram comparados ao grupo controle. O grupo estudado foi submetido à tolerância de três séries, com duas sessões de resistência por semana, com atividade aeróbica leve por alguns minutos e alongamento, resistência com e sem elásticos, com diferentes graus de Resistencia, de oito a vinte repetições, de duas a três séries, e com treino aeróbico de caminhada ou bicicleta de 20 a 40 minutos. Os mesmos foram avaliados em correlação à dor, fadiga, estado emocional, e de acordo com a resposta, foram divididos em três grupos, referindo-se à tolerância ao exercício.

  • Grupo Verde: Com exigência maior na série de exercícios, realizados entre trinta a quarenta minutos.
  • Grupo Amarelo e Vermelho: Com exigência média nas séries de exercícios, de vinte a trinta minutos, ou de quinze a vinte minutos, conforme a condição individual de cada paciente.

Os pacientes deveriam ainda, independente do grupo que foi colocado, realizar caminhadas sem interrupção quando fosse possível. Os exercícios só foram contraindicados em casos que o paciente indicava sintomas de infecção, como febre acima dos 38º, dor, náusea e tonturas, hemoglobina abaixo de 8g/dL e plaquetopenia, que é abaixo de 20mil. Chegou-se então a conclusão de que os exercícios, quando bem orientados, beneficiam os pacientes que passam pelo transplante, quando realizados durante e depois do período de hospitalização.

Um estudo realizado por Moraes 2014, que teve como objetivo verificar a viabilidade do exercício físico, em pacientes com leucemia mielóide aguda e leucemia linfoide aguda, verificar a viabilidade do treinamento aeróbio por pacientes com câncer hematológico antes do transplante, e verificar os efeitos do treinamento físico aeróbio nos sintomas de fadiga, depressão, capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes. Para os estudos, foram escolhidos 20 indivíduos com neoplasia hematológica que seriam candidatos ao transplante de células tronco, que efetuaram o processo de coleta das mesmas, no período entre novembro de 2013 e maio de 2014, em Florianópolis.

 O exercício aeróbio eram as caminhadas, e foram realizadas com intensidade moderada, de inicio 20 minutos por semana, aumentando a cada semana, atingindo 150 minutos na sétima semana, mantendo então o volume constante. O local da pesquisa foi a Unidade de Transplante de medula Óssea em Santa Catarina, do total de indivíduos selecionados apenas 11 se encaixaram após os critérios de inclusão e exclusão. Dos 11 pacientes, eram 5 homens, e 6 mulheres, 4 com mieloma múltiplo, 3 pacientes do Linfoma Hodkin, e 4 do linfoma não-hodgkin. Nesse estudo observou-se melhora da qualidade de vida, e capacidade física. A capacidade funcional teve aumento de 42,45% na quantidade total de metros caminhados. Já a composição corporal não demonstrou alteração.

Um artigo publicado por Ulrich et al 2013, por meio da Revisão da literatura, utilizou dados computadorizados Medline, Embase e Cochrane Library. Utilizou-se de apenas dois artigos que em sua visão eram uteis em seu trabalho. Um dos estudos foi o de Baumann et al, 2011, que tinha como objetivo realizar um estudo para avaliar a influencia de um programa de exercício moderado e controlado em 47 pacientes, que foram submetidos ao transplante alogênico, divididos em grupo exercício e grupo controle, com inicio as atividades nos dois primeiros dias após a admissão hospitalar até o dia anterior a sua alta do hospital.

O grupo exercício realizou treinamento de resistência aeróbica, durante 20 a 30 minutos, duas vezes ao dia, já o grupo controle realizou um programa de fisioterapia padrão de sete dias, com duração de 5 a 20 minutos. Já o segundo estudo, feito por Chang et al, 2008, examinou efeitos de um programa de caminhadas sobre a fadiga, por três semanas, em 22 pacientes de leucemia mielóide aguda, submetidos à quimioterapia. Nesse estudo também foram divididos em grupo exercício e controle. Os pacientes do grupo exercício realizaram, por três semanas, cinco dias da semana, doze minutos de caminhada por dia, já o grupo controle recebeu atendimento normal de fisioterapia. Após a leitura dos dois artigos Ulrich et al 2013, conseguiu obter uma diferença em relação à qualidade de vida e capacidade funcional dos pacientes, tanto antes quanto depois a intervenção.

Um estudo realizado por Muratt em 2011, com o tema: Avaliação da força isocinética e efeitos de um programa de treinamento físico composto por exercícios de força de alta intensidade e aeróbio de moderada intensidade em crianças e adolescentes pacientes de leucemia linfóide aguda.

O estudo teve como objetivos, caracterizar a força muscular das crianças, na fase de manuntenção de tratamento comparando a crianças saudavéis, divididas por idade, gênero, estatura e imc. E investigar a segurança e eficácia de um programa intra-hospitalar de treinamento físico, com exercícios de força de alta intensidade, em conunto com treino aerobio moderado.

 As crianças estudadas eram do Instituto da Criança HC-FMUSP, de 5 a 18 anos, durante a fase de manutenção do tratamento da leucemia linfóide aguda, por seis meses, com a estrutura e função cardíaca preservada, estudada por ecocardiograma, sem problemas musculares que poderiam atrapalhar sua participação no programa.

Com os testes específicos realizados por esse estudo, concluiu-se que, as crianças pacientes de leucemia linfoide aguda, durante a fase de manutenção do tratamento, demonstram redução nas medidas de força isocinética de membros superiores e inferiores, quando são comparadas a crianças saudáveis, com isso, o programa demonstrou que o exercício de força de alta intensidade e aeróbios de moderada intensidade, quando bem planejados, foi totalmente seguro e conseguiu melhorar a força e a qualidade de vida dos mesmos.

Um artigo publicado Oliveira et al 2011, analisou a força muscular respiratória e mobilidade torácica em crianças e adolescentes com leucemia aguda, e escolares saudáveis. Trata-se de um estudo observacional analítico, como caso-controle, que passou pela avaliação do Comitê de Ética em /pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e foi aprovada sua realização.

O grupo estudado foi composto de crianças e adolescentes, de ambos os sexos, entre 5 e 14 anos de idade, pacientes de leucemia aguda, que se encontravam na fase de manutenção de quimioterapia, no ambulatório do hospital de referência do rio grande do Norte, Onco-Hematologia, de agosto de 2008 a maio de 2009.

Como grupo controle, foram selecionadas crianças e adolescentes saudáveis da rede pública de ensino da cidade de natal. Para cada caso, eram selecionados dois controles, com um total de 32 controles e 16 casos. Pacientes que apresentavam doença pulmonar crônica ou neuromuscular, e que tinham apresentado comprometimento neurológico ao realizar radioterapia não entrariam na pesquisa. As crianças e adolescentes foram divididas em dois grupos, A e B, sendo que o grupo A eram todos que se encontravam na fase de manutenção da quimioterapia.

O grupo B foi formado pareando-se cada criança do grupo A, com dois escolares de características parecidas, como sexo, idade, IMC. A avaliação foi iniciada por uma ficha que já tinha sido elaborada, com dados pessoais, antropométricos e dados referente a avaliação da mobilidade torácica e das pressões respiratórias, contendo valores como peso, altura, cirtometria torácica na linha xilar e no apêndice xifoide e pressões inspiratórias e expiratórias máximas.

Foi calculado também o imc de cada criança e adolescente, baseado na formula IMC= peso/altura². Após a realização dos testes, o estudo concluiu que, pode ocorrer um déficit na mobilidade torácica e na força dos músculos responsáveis pela respiração em crianças e adolescentes na fase de manutenção da quimioterapia da leucemia aguda. Isso pode nos indicar a grande necessidade de avaliar e monitorar esses pacientes, rotineiramente, a musculatura respiratória, o que pode nos permitir posteriormente uma intervenção adiantada para que possamos tentar evitar o dano à função pulmonar.

Após analisar os artigos acima citados podemos notar a resposta para os três objetivos específicos de trabalho, onde o primeiro seria averiguar a ação fisiológica da leucemia, que como foi citado pelos autores acima, a leucemia leva o paciente a muitos efeitos colaterais, porém o principal deles é a fadiga.

Já o segundo objetivo propunha identificar os benefícios da prática do exercício nos pacientes, de acordo com os autores acima já citados o exercício físico traz melhoras significantes aos pacientes como por exemplo, a melhora da fadiga, a melhora da capacidade física, a melhora também psicológica dos pacientes, tendo assim uma melhora significante de sua qualidade de vida e bem estar.

Por ultimo o objetivo era identificar os exercícios mais eficientes a serem realizados pelos pacientes portadores de leucemia, conforme demonstrado acima, os autores indicavam um programa de treinamento intercalado, sendo três dias na semana de treinamento com intensidade maior e aquecimento, e dois dias da semana exercícios com menos intensidade, como a massagem corporal, alongamentos e etc. Faz-se interessante também a prática da caminhada e os exercícios resistidos com o elástico.

 

 

 

5. CONCLUSÃO

 

Em vista dos estudos feitos e apresentados, concluímos então que um profissional qualificado pode prescrever um planejamento de um programa correto de exercícios físicos para os pacientes com leucemia, podendo assim levar inúmeros benefícios ao mesmo.

Os pacientes portadores de leucemia apresentam inúmeras condições físicas e psicológicas desagradáveis, como a fadiga excessiva, a perca da mobilidade torácica e ainda a perca de funções básicas do dia a dia, como a dificuldade para caminhar dentro de casa ou algo parecido.

Além disso, nota-se que é importante que saibamos dosar a intensidade dos exercícios, priorizando os exercícios de alta intensidade, de baixa intensidade, alongamentos, massagens corporal e etc.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ALBERTSHurts. Biologia Molecular da Célula.  Porto Alegre: Artemed, 2010.

 

ALMEIDA, E. M. P et al. Exercício em pacientes oncológicos: reabilitação. 2011. Disponível em: < http://www.actafisiatrica.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=169&nomeArquivo=v19n2a05.pdf.> Acesso em 23 nov. 2016

 

BOLLMANN, Patricia Weinschenker; GIGLIO, Auto Del. Leucemia mielóide crônica: passado, presente, futuro. 2011. Disponível em: Acesso em: 02 nov. 2016.

 

CARMO, Alípio O. Apostilha de hematologia clinica. 2016. Disponível em: Acesso em: 10 out 2016.

 

CHAUFFAILLE, Maria de Lourdes L. F. Citogenética e biologia molecular em leucemia linfocítica crônica. 2005. Disponível em: Acesso em 20 nov. 2016.

 

GARDNER, Weston; OSBURN, Willian. Anatomia do Corpo Humano. São Paulo: Atheneu, 1980.

 

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996.

GRAAFF, Van de. Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Manole, 2003.

 

INCA, Instituito Nacional de Câncer. Tipos de Câncer. 2015. Disponível em: Acesso em: 19 nov. 2016

 

FORONES, Nora Manoukian et al. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar: IFESP/Escola Paulista de Medicina. São Paulo: Editora Monole, 2005.

 

HALL, Jhon E.  Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011

 

LEONEL, Carla. Medicina: mitos e verdades. São Paulo: CIP, 2000.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas, 1992. 4aed. p.43 e 44.

MARQUES, Cristina Mendes. Anatomia e Fisiologia Humana. São Paulo: Martinari, 2011.

 

MENDONÇA, Núbia. Leucemia mielóide aguda na criança: como andamos no Brasil? 2003. Diponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572003000600002> Acesso em 15 nov. 2016

 

MORAES, Ala. et al. A viabilidade da pratica de treinamento físico em pacientes com leucemia aguda: uma revisão sistemática. 2014. Disponível em: < https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBAFS/article/view/2774/pdf171> Acesso em 23 nov. 2016

 

MURATT, Mavi Diehl.  Avaliação de força isocinética e efeitos de um programa de treinamento físico composto por exercícios de força de alta intensidade e aeróbico de moderada intensidade em crianças e adolescentes com leucemia linfoide aguda. 2011. Disponível em: Acesso em 23 nov. 2016

 

NETTO, Arlindo Ugulino; BARROS, Luiz Gustavo; ELOY, Yuri Leite. Hematologia. 2011. Diponível em: < https://www.passeidireto.com/arquivo/1862578/resumohematologia---completa> Acesso em 10 out. 2016.

 

OLIVEIRA, Kátia M. C. et al. Força Muscular Respiratória e Mobilidade Torácica em Crianças e Adolescentes com Leucemia Aguda e Escolares Saudáveis. 2011. Disponível em: Acesso em 23 nov. 2016

 

PITANGA, Francisco José Godim. Epidemiologia da atividade física, do exercício e da saúde. São Paulo: Phorte, 2010.

 

SABA, Fábio. Mexa-se: Atidade Física Saúde e bem-estar. São Paulo: Phorte, 2011.

 

SILVEIRA, Cristina Costa; GORINI, Maria Isabel Pinto Coelho. Concepções de um portador de leucemia mileóide aguda frente a fadiga. 2009. Disponível em: Acesso em: 03 nov. 2016.

 

SHERWOOD, Lauralle. Fisiologia Humana das Células aos sistemas. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2011.

 

SOUZA, Paula A. de. et al. Atividade Física e Comportamento Sedentário em Sobreviventes de Leucemia Linfoide Aguda de um Centro de Referência do Nordeste. Disponível em: <http://www.academia.edu/1940609/ATIVIDADE_F%C3%8DSICA_E_ COMPORTAMENTO_SEDENT%C3%81RIO_EM_SOBREVIVENTES_DE_LEUCEMIA_LINFOIDE_AGUDA_DE_UM_CENTRO_DE_REFER%C3%8ANCIA_DO_>Acesso em 23 nov. 2016

 

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Principios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 2014.

ULRICH, Alessandra de L. Efeitos do Exercício Físico Aeróbico em Indivíduos hospitalizados para o tratamento pré e/ou pós-transplante recente de medula óssea: um estudo de revisão. 2013. Disponível em: Acesso em: 02 nov. 2016.

 

VIVAS, Wanessa Lôrdelo P. Manual prático de Hematologia. 2016.  Disponivél em: Acesso em 18 nov. 2016.

 

ZOUAIN, Denise. LEUCEMIAS. Disponível em: Acesso em 23 nov. 2016