Indústria de Papel e Celulose - Economia Internacional
Por Camila Beatriz da Silva | 09/11/2017 | EconomiaCamila Beatriz da Silva¹
Luana Ayres Dutra Martins da Silva¹
Sidney Renato de Moura¹
1 INTRODUÇÃO
A competitividade é considerada um fator primordial no processo de crescimento e consolidação econômica de um país. Assim, os trabalhos elaborados por Michael Porter podem ser considerados como um exemplo desta noção de competição nas últimas décadas. Os escritos de Porter, em particular a secção “A vantagem competitiva das nações” influencia hoje variados estudos estratégicos empresarias dos grandes centros comerciais do mundo. Busca-se, neste artigo, realizar uma análise sobre a influência e poder de explicação do modelo de Diamante Porter no plano de ação e comportamento da indústria de papel e celulose (P&C) no Brasil. Inicialmente, procede-se uma análise acerca do conceito e metodologia do Diamante de Porter, e uma breve conceituação do passado industrial brasileiro. Em sequencia, é realizada uma revisão fundamental dos aspectos relacionados às estratégias desenvolvidas por Porter, destacando quais as características seriam mais relevantes em ambientes competitivos nas grandes empresas do país. Para tal, foi aprofundada a análise da indústria de papel e celulose com sede no Brasil, mas que direciona suas atividades para vários mercados deste setor, a fim de manter a sua competitividade no mercado interno e externo. “A competitividade de um país depende da capacidade da sua indústria de inovar e melhorar.” (PORTER, 1999, p. 167). Por fim, é realizado um estudo de caso para comprovar a efetividade das teorias de competitividade de Michael Porter, no setor de papel e celulose, destacando a empresa brasileira Fibria, líder mundial na produção de celulose de eucalipto e com uma importante participação no mercado de ações. Ao longo do artigo foi procurado explicar e encontrar formas de direcionar a indústria de Papel e Celulose na busca pela vantagem competitiva.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Diamante de Porter
Com o objetivo de explicar como e porque a prosperidade nacional não é algo herdado, mas fruto de um investimento e direcionamento prévio de ações do setor industrial inerente às diferentes nações do mundo em relação ao comércio mundial, Michael E. Porter desenvolveu seu estudo alinhando as principais características físicas, históricas, culturais e econômicas. Porter inicia sua tese econômica se amparando em quatro pontos essenciais para explicar a possível hegemonia das principais nações do mundo em alguns segmentos econômicos.
Para tal, o autor destaca que para obter sucesso no comércio internacional, as empresas de um determinado país deveriam se preocupar essencialmente com:
- As estratégias, estruturas e rivalidade no segmento em que atua;
- As condições de fatores;
- As condições de demanda;
- As indústrias correlatas e transporte.
Quando uma empresa internaliza as principais características e funções deste ciclo produtivo e comercial, significa aceitar que esta empresa detêm vantagem competitiva no segmento em que segue atuando. Porter menciona que a prosperidade de uma nação não é algo herdado, de ciclos passados de desenvolvimento, mas sim resultado final do esforço humano. Ou seja, para que um país seja destaque em âmbito mundial, este necessita promover as condições necessárias para que suas empresas nativas possam adquirir tal status. Em algumas situações, quando é realizada uma análise generalizada da pauta industrial de um país (os latinos, por exemplo), esta afirmativa se comprova. No entanto, é inegável reconhecer que países que detêm um excesso de recursos naturais, commodities e mão-de-obra de baixa qualificação também irão conseguir certo grau de sucesso naquelas atividades que são intensivas em terra, e não qualificação como um todo.
O nível de competitividade e afirmação de uma empresa em determinado ramo depende principalmente de suas respectivas capacidades de inovação e adaptação às diferentes condições sociais e macroeconômicas que surgiriam ao longo do tempo, ou seja, o governo e o acaso desempenham um papel relevante para a prosperidade das empresas. "As empresas conquistam uma posição de vantagem em relação aos melhores competidores do mundo em razão das pressões e dos desafios aos quais estão suscetíveis." (PORTER, 1999, p.165). O padrão de consumo elevado de determinada sociedade colabora para a formação de produtos cada vez mais elaborados para atender ás necessidades destes consumidores mais sofisticados. O que impacta de maneira direta no padrão de produção que as empresas que atendem a tais públicos irão oferecer.
O fato de os países serem diferentes colabora diretamente por esta busca constante de suprir suas necessidades transformando suas deficiências produtivas em incentivos de desenvolvimento em técnicas e serviços alternativos de produção e arranjos estruturais que permitam a diminuição gradual de suas perdas, transformando-as futuramente em pontos relevantes em arranjo produtivo e econômico mais eficiente para estas empresas.