Indiscrição de um fato.

Existe um segredo.

Que gostaria de revelar.

 Um segredo que desdobra.

Em vários outros.

Mundos.

Inconcussos.

Imperfeitos.

Não sei se posso refletir.

O que devo pensar e dizer.

É um olhar distante.

E melancólico.

Mas é difícil de saber.

Inclusive de pensar.

Olho para todos os cantos.

E vejo os sinais.

Impenetráveis às memorizações.

 O segredo que deveria contar.

Quem não entende.

Quer dizer o que sente.

 O que aparece indômito.

 O que esta na mente.

Sabe o que devo dizer.

A ideologicidade do mundo.

O mundo é apenas.

 A manifestação.

Da realidade não indubitável.

Da vontade não dita.

Cala quando esquece.

As dominações.

Exatamente tudo.

Ao labroste mundo.

Quem deveria saber.

Qual é o sentido.

Da imaginação.

Se pudesse falar.

Os fundamentos da razão.

 O pensamento da psicanálise.

As ideias de Lacan ou Nietzsche.

Se pudesse escutar.

Um pouco mais Freud.

Pelo  olhar.

Do tempo distante.

Entenderia Aristóteles

A destruição da destruição.

De Averrois.   

Se soubesse dizer.

Os significados lautos.

Quem sabe pouco.

Fosse o suficiente.

Para poder ter.

 O entendimento.

Lexicológico.

Improcedente.

Bastaria então.

Se você entendesse.

Mas existem acima do céu.

Outras nuvens.

Que conduzem os anjos.

Para saber então.

Qual é a razão.

Do insignificado.  

Poderia perguntar.

Os sinais do vento.

 Que o sente.

Tem medo.

Cala.

Às vezes foge.

Como se tudo fosse.

O liame da confissão.

Apenas uma grande pergunta.

A qual não se deve dizer.

Fica na alma.

O entretimento.

A  repetição.

A cobaldia do medo.

Leptossômico.

Gostaria de adivinhar.

Olhar e ver.

Um enxergar distante.

A libação de um ato.

Supostamente sagrado.

 Perto e longe.

Ao mesmo tempo.

Sem poder soletrar.

As doces palavras.

Sei que fico.

Inteiramente perdido.

Nunca quis ser grande.

Ou pequeno.

Sem alma ou sem fala.

Sem ideologia.

O que restou em mim.

É inteiramente  destoante.

Quero  lhe contar.

O que não sei dizer.

Por isso o que falo.

Tardiamente.

Escuto primeiro.

 Os sinais da intuição.

 O que é o mundo.

A vossa significação.

Um tempo e não o outro.

O que devo entender

Os restantes das palavras.

Que ainda não pude falar.

O  que  não  sei dizer.

É um grande segredo.

Incomplexo.

Que foi recusado.

Por quem não deveria.

Ter sequer excluído.

O mundo.

É cheio de significações.

Absurdas.

Todas fazem parte delas.

Os olhares pedidos à distância.

 Da imaginação.

Quem sou eu só você poderia.

Entender-me  em suas majestades.

Das vossas intenções.   

Edjar Dias de Vasconcelos.