INDISCIPLINA NO COTIDIANO ESCOLAR: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E AÇÕES. 

Adriana Bueno dos Santos Menegelli

Rodrigo Leandro Barbosa Menegelli 

Resumo: O presente artigo analisa a indisciplina, suas principais causas e consequências que se estendem desde o ambiente familiar até a instituição escolar. Entendemos a mesma como um dos maiores obstrutores do processo de aprendizagem. Procuramos destacar alguma sugestões para o professor repensar a sua prática enquanto mediador do conhecimento, considerando a importância da convivência dentro da instituição bem como a função de formar o aluno para que o mesmo possa desenvolver a sua autonomia, com ajuda e responsabilidade dos pais que também devem assumir seu papel.

Palavras-chave: Indisciplina. Causas.  Responsabilidade. Pais. Professores

Introdução 

        Tendo  como  objeto de estudo   a  indisciplina vivenciada frequentemente nas escolas, percebemos  uma fonte de estresse nas relações interpessoais que   tornou-se um dos maiores obstáculos pedagógicos nos dias atuais.

         A justificativa que levou a realização deste estudo é, então, fazer uma revisão sobre algumas tendências teóricas que têm permeado a discussão sobre a indisciplina escolar, apontar as possíveis causas dessa carência estrutural no educando, fatores como problemas familiares, problemas nas relações interpessoais entre professores e alunos, além de versar sobre propostas de prevenção e intervenção referentes ao tema em questão.

          Nosso objetivo principal não é criar soluções mágicas que resolveriam todos os problemas de indisciplina, mas  trazer todos os envolvidos na construção do educando para uma possível reflexão a fim de  apontar caminhos para combater esse problema. Servir de apoio com orientações fundamentais para a construção das práticas pedagógicas em sala de aula.

        Optamos por abordar o tema como processo iniciado na família, depois com agregação da escola como responsável pela passagem dos estágios para a vida em sociedade.

        Sendo assim, o primeiro tema versará sobre a relação família, escola e sociedade versus indisciplina.

        O segundo, será sobre as consequências da indisciplina no contexto escolar. 

        O terceiro, trará algumas sugestões aos pais para  auxiliarem  a diminuir os casos de indisciplina.

        O quarto tema apresentará  sugestões de Intervenção Pedagógica  para prevenir ou tratar a indisciplina .

         No quinto tema, abordaremos a importância da Equipe Gestora como parte responsável na construção da disciplina.

         Lembramos que  todos os caminhos aqui apontados precisam levar em conta particularidades e contextos envolvidos para que possam ter o resultado pretendido.

         Para tanto a metodologia utilizada é bibliográfica. 

1- Relação: família/ escola/sociedade versus indisciplina 

        Sabemos que a família é o ponto fundamental para a educação da criança, pois é no seio familiar que recebemos amor, segurança, confiança e aprendemos sobre  ética, respeito, que fazem parte da nossa vida em  sociedade .  Para Aquino (1996) a tarefa de educar é, essencialmente, da família e a tarefa docente encerra-se no conhecimento acumulado e, esta já é difícil de ser executada.

   É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social. Seus maiores treinadores, professores, mestres e modelos são os pais ou alguém que cative sua admiração. (TIBA, 1996, p. 178)

Quando isso não acontece, conflitos emocionais são gerados, crianças tornam-se agressivas, desatentas e desobedientes, são os intitulados “indisciplinados” .

    Outros fatores como omissão dos pais, separação,  educação direcionada apenas para a escola ou a terceiros,  também podem prejudicar a vida da criança. Por isso pais devem estar atentos ao cotidiano dos filhos.

A relação família – escola é a mais conflitante, porque apesar de ambas terem como objetivo central a educação de uma criança, os papeis de cada uma devem ser diferenciadas durante esse processo. A família, de maneira generalizada, delega algumas obrigações da educação ao filho à escola e ao professor, eximindo-se do seu papel fundamental de parceira da instituição de ensino na educação da criança. Os professores, frente a essa nova obrigação, se vêm forçados a responder pelo comportamento positivo ou negativo do aluno, além de se preocupar com o programa curricular, provas, exercícios e etc. (CECON et al. 2001, s/p apud JARDIM, 2006, p.44)

        E ainda de acordo com TIBA:

[...] não cabe ao professor tratar o aluno com base em sua visão pessoal do caso, pois, além de estar abandonando sua função de dar aula, acabará invadindo uma área para qual não foi preparado. Assim sendo, ele deve avisar a direção da escola, que se encarregará de chamar os pais e com eles, discutir formas de disciplinar aquele aluno/filho. (TIBA, 1996, pp.170 e 171)

    Quanto à  sociedade Tiba (1996) ressalta esta não ensina quase nada, apenas sinaliza as regras a serem obedecidas. Ainda afirma que o desrespeito aos pais pode ser justificado, aos mestres implicará em uma advertência, já na sociedade, onde houve desacato às autoridades será punido.

    Contudo a instituição educacional precisa ter uma relação família/escola, para obter melhores resultados no aprendizado do aluno.

        Resumindo, família, escola e a sociedade ensinam e advertem de maneiras diferentes mas todos têm sua  parcela de responsabilidade na formação do indivíduo.