São vários os cursos de formação de professores que se utilizaram da modalidade de Educação à Distância (EAD). Um dos primeiros projetos a vislumbrar a formação de educadores foi o Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia (IRDEB) no período de 1969 até 1977. Um dos projetos que teve impacto significativo na formação de professores “leigos” foi sem dúvida, o “LOGOS”. O projeto LOGOS nasceu em 1973 através do parecer 699/72 do Ministério da Educação. O LOGOS I se constituiu como uma etapa experimental do projeto, com o sentido de se estabelecer a eficácia dos materiais e meios que seriam utilizados no curso. O LOGOS II foi desenvolvido na fase de expansão do projeto em nível nacional. O LOGOS II foi desativado no Centro de Ensino Técnico de Brasília (CETEB) em 1990, sendo substituído pelo Programa de Valorização do Magistério (PVM). Este programa começou a ser implantado em 1992, seguindo os mesmos moldes do LOGOS II. O PVM atende a professores que necessitam desde a formação de 1º grau até a formação específica do magistério. O Projeto FUNTEVE nasceu em 1985 sob o domínio da “abertura política” brasileira. Assim a perspectiva de formação dos professores no FUNTEVE tinha como base a preparação para uma escola mais crítica e contextualizada a partir da realidade sócio, econômica e política. O Projeto FUNTEVE tinha como objetivo trabalhar com os professores a participação no processo de democratização e desenvolvimento de uma nova realidade. O primeiro estado que utilizou as emissões do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa (SINRED) e da Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL) foi o estado do Mato Grosso do Sul. A proposta inicial era a de fazer a expansão da rede depois da experiência neste estado. Em 1985, o Centro Educacional de Niterói (CEN) lançou o Projeto Crescer, destinado a formação de magistério segundo grau. A primeira experiência deste projeto ocorreu no estado de Goiás em convênio com a Secretaria de Educação. O Projeto Crescer é desenvolvido até hoje. A Educação à Distância é uma alternativa possível no âmbito da democratização da educação no país. A partir das experiências aqui apresentadas, é possível perceber a tentativa de tornar a Educação à Distância em uma ação efetiva na educação brasileira. Porém, apesar das ações existirem e conforme o exposto, serem numerosas, não se percebe o estabelecimento de políticas no campo da Educação à Distância. Nestes últimos anos parece existir uma disposição no sentido de mudar, um pouco, este cenário. O Projeto “YPÊ” teve importância significativa na construção de novas posturas por parte dos professores nas escolas, do estado de São Paulo. Em 1990, o Ministério da Educação e a Fundação Roquete Pinto, através da TV Educativa, lançaram o programa “UM SALTO PARA O FUTURO” destinado à reciclagem e ao aperfeiçoamento de professores. Este programa é considerado pelo Ministério da Educação (MEC) como uma de suas linhas mais importantes na Educação à Distância, inclusive com a destinação de recursos do orçamento do próprio ministério. Hoje, o MEC investe grandes esforços na consolidação do “TV ESCOLA”, projeto que pode ser considerado uma extensão do “UM SALTO PARA O FUTURO”. Documentos do MEC indicam uma aceitação positiva dos programas. A qualidade dos programas é um ponto forte desta “aceitação positiva”. A clientela alvo são os professores das escolas públicas. As ações governamentais não estão fundamentadas em políticas ou na direção da consolidação de um sistema de Educação à Distância, mas na execução de experiências isoladas que também não se constituem em ações sistemáticas em Educação à Distância, já que para isto seria necessário se definir processos de acompanhamento e avaliação destas mesmas experiências. O desenvolvimento da Educação à Distância no Brasil requer uma discussão mais profunda e geral da educação como um todo. A Educação à Distância terá que assentar-se como uma possibilidade de acesso maior à educação. Mas um acesso que traga a preocupação com a qualidade do ensino já que o acesso, por si só, não tem sentido pleno de democratização da educação. Entre as aplicações significativas da tecnologia na educação, podemos citar a Educação à Distância na formação continuada de educadores. A mudança no papel da escola está atrelada ao redimensionamento do papel do professor, que para adaptar-se aos novos paradigmas sociais e educacionais precisa investir em sua formação continuada. A formação, inclusive a dos profissionais da educação, assume um caráter permanente. A formação continuada desses profissionais, por meio da educação à distância, deve estar pautada na pesquisa, na organização dos conteúdos em uma lógica hipertextual. A utilização da Educação à Distância na formação continuada dos educadores, tendo a Internet como mídia principal, justifica-se por esta constituir-se em uma ferramenta que possibilita atender a um maior número de pessoas, sem reduzir a qualidade dos serviços. A Educação à Distância, na formação continuada de educadores, tendo como ferramenta de mídia a Internet, deve fazer emergir vivências do processo de conhecimento. É considerar que não existe Educação à Distância sem o professor orientador. A Educação à Distância pode ter uma aplicação estratégica na formação continuada dos educadores, possibilitando a estes, independente do tempo e espaço, converterem-se em protagonistas de sua própria aprendizagem. De acordo com tudo o que foi dito anteriormente fica evidente a importância da Educação à Distância na formação dos educadores. O mundo muda e as mudanças acontecem rapidamente. O professor e os demais profissionais ligados à educação devem estudar, se aperfeiçoar, se reciclar, se formar, se reformar, se construir e se reconstruir, para poder acompanhar tais mudanças, caso contrário ficarão ultrapassados, como se fossem um jornal da semana passada. Por isso, sou a favor da Educação Continuada na educação e acredito que a Educação à Distância pode contribuir e muito para que esta educação aconteça de fato.