IMPASSES DA SUSTENTABILIDADE PARA O FUTURO NA AGRONOMIA
Publicado em 12 de setembro de 2016 por Rodollf Augusto Regetz Altisonante Borba Assumpção
INTRODUÇÃO
Quando o assunto é sustentabilidade o Brasil vem sendo razoavelmente bem sucedido, nosso pais é responsável por um modelo de desenvolvimento bem estruturado, porém mesmo com esse fator, vemos que o modelo sustentável não é aceito por grandes potências, normalmente se tem alguns impasses, tais como, a adoção de modelos econômicos sustentáveis pelas nações signatárias dos acordos climáticos e a definição de quem deve pagar os altos custos das mudanças, a sustentabilidade é algo que tem seu retorno com o decorrer do tempo, as vezes um dos motivos pela falta de estimulo por parte dos grandes países é o gasto alto e o retorno um tanto quanto tardio, neste trabalho iremos demonstrar alguns dos principais impasses relacionados ao desenvolvimento sustentável e tentarmos buscar soluções viáveis e lógicas para aplicação de modelos de sustentabilidade.
ECONOMIA vs. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Quando analisamos o quadro de desenvolvimento sustentável em primeira mão vimos que quando se adentra no assunto de desenvolvimento sustentável o maior impasse são os gastos, e quem vai arcar com eles, algumas potências alegam que não podem haver prejuízos as suas respectivas economias, e adotam esse fator como justificativa para a inércia de suas ações, utilizemos como marco inicial uma afirmação de Washington Novaes: "O meio ambiente não é nem pode ser tratado como um tema isolado. Economia, política, cultura, ética e muitos outros campos convergem para o interior do debate ambiental e, em cada um desses, também está presente a pulga verde atrás da orelha."Ou seja não podemos desvincular o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade moderna, nos dias de hoje não há maneira de deixar um fator tão importante de lado, o nosso mundo precisa buscar uma maneira ecologicamente correta de se desenvolver, pois se assim não for não haverá um amanha agradável para aqueles que vão nos suceder (ALMEIDA, 2002).
Bom dado isso vamos proceder com uma ideia no mínimo interessante, se temos tantas dificuldades em assumir os custos dessas mudanças então porque não começamos por nós ? Se houver uma mudança de rumo nas atitudes de cada um, sem dúvidas isso iria repercutir em um amanha mais saudável para o mundo, visto as atitudes do povo de cada nação sem dúvida o governo iria ao menos tentar criar mais maneiras e soluções que visam uma maior sustentabilidade. Bom de um prospecto mais amplo haveria mais investimento em tecnologias limpas e renováveis, e sem dúvida visando um futuro ecologicamente correto poderia ate mesmo ocorrer o compartilhamento dessas tecnologias entre os demais países, sabendo que esse é outro dos impasses que cercam o desenvolvimento sustentável.
Quando analisamos o quadro mundial vemos que o principal tramite é o custo alto de implantação de modelos sustentáveis e em alguns casos o retorno tardio de investimento, por esse motivo é tão importante a iniciativa governamental, pois se houver estimulo na implantação dos modelos sustentáveis as empresas irão aderir ao mesmo com maior facilidade, ora não podemos esquecer que a sociedade moderna é capitalista e visa o lucro, desta forma, por mais errado que nos pareça, as corporações desejam lucro e retorno em seus investimentos. De maneira sucinta podemos concluir que o desenvolvimento sustentável começa por cada um de nos, se formos responsáveis quanto ao consumo podemos demonstrar que há interesse na sustentabilidade, e se existir interesse então pode haver brechas para investimentos, fator que é de interesse tanto do governo quanto das empresas. O caminho do desenvolvimento sustentável se encontra em nossas mãos cabe a nos escolhermos se vamos ou não trilharmos por ele (CALLENBACH, 1993).
AGRONOMIA E A SUSTENTABILIDADE
Visto que esse é um trabalho realisado pela turma de agronomia do quarto período não poderíamos tocar no assunto sustentabilidade sem nos focarmos na nossa área, bom visto isso o que pode ser desenvolvimento sustentável para os agrônomos? Em primeira mão, ao contrário do que muitos pensam, o agrônomo não é um monstro que busca produzir e através deste arrasar com o meio ambiente, muitos destes profissionais querem aplicar uma base sustentável para gerações futuras, porém um dos maiores impasses para nós e como produzir para tantas pessoas e danificar ao mínimo a natureza, pois bem a resposta é um tanto óbvio, para um modelo sustentável é necessário investimentos, o que normalmente torna um projeto oneroso para um pequeno produtor, assim sendo, inviável (CAGNIN, 2000).
Então o que podemos fazer para minimizar os impactos da necessidade de produção cada vez maior, em uma natureza cada vez mais fragilizada pela ação do homem? Soluções há diversas como por exemplo, aplicação de meios naturais para controle de pragas, ou mesmo um controle biológico para estes, o problema que além de mais caro, é algo que tem um prazo de espera mais demorado para dar resultados, e o produtor não gosta de esperar para ter resultados, quanto mais investir caro em um modelo que demora maispara dar frutos. Podemos observar que alguns casos os biólogos tem soluções "legais" para estes problemas, normalmente insistem em dizer que devemos minimizar a ação do homem na natureza, pois essa é prejudicial. Bom ao meu ver como futuro profissional da área de agronomia, isso é bonito, porém inviável, a cada dia a humanidade cresce mais, já estamos na casa dos sete bilhões, e quem vai produzir alimento para essas pessoas? Não se pode diminuir o tanto que produzimos e em contra partida aumentarmos o nosso número no planeta terra, agora algo é verdadeiro, podemos sim aproveitar os recursos que já possuímos de maneira mais eficaz (CAMPOS, 2001).
A verdade é que nada pode ser obtido sem sacrifícios, e quando se trata de sustentabilidade normalmente estes são de natureza financeira, o importante é termos em vista um amanha menos consumista, não digo isso direcionado somente na minha área de atuação, posso dizer isso com referência a todas as áreas de atuação profissional e até mesmo pessoal, não digo que não existe, porém em grande parte dos casos, principalmente quando se trata dos biólogos, não podemos observar uma atitude sustentável, de uma maneira geral se defendemos uma causa porque não a abraçamos? quantos profissionais dessa área não possuem uma atitude consumista e exagerada? Não são eles os grandes defensores do meio ambiente? Então que se tenha início por eles as ações ecologicamente corretas, pois de nada adianta ser um profissional que ama o meio natural e o defende cegamente, se em casa e com a família empreende gastos desnecessários com coisas supérfluas e que sem duvida prejudicam o meio ambiente em que vivemos.
A sustentabilidade é uma atitude pessoal e profissional, se cada um de nós empreendermos algum tempo para refletir em que podemos ser mais corretos nesse âmbito, isso seria no mínimo de grande ajuda para a mãe natureza. Porém não basta refletirmos no assunto se não buscarmos soluções para esses impasses, e aplica-las, mesmo que em pequena escala em nossas vidas.
Como em tantas outras áreas o que falta é investimento por parte do governo, se este auxiliasse por meio de incentivos o produtor que busca uma atitude sustentável sem dúvidas iria existir uma maior taxa de aderência a modelos sustentáveis por parte dos produtores e consumidores.
CONCLUSÃO
Podemos assentir que sustentabilidade é um assunto que necessita de mais atenção e aplicação na sociedade moderna, porém por maior que seja o intuito de assim se fazer, muitas vezes é necessário investimento.
Nós como seres capitalistas temos dificuldade de fazer algo somente visando o bem da sociedade atual e futura, então podemos concluir que nada na área da sustentabilidade pode ser alcançado se não houver um prospecto rentável, e normalmente este só se alcança, pelo menos no que se diz respeito a agronomia com o decorrer da conscientização do produtor e das pessoas que consomem o seu produto, veja só, se o consumidor tem consciência que um produto é menos prejudicial a natureza, e este tem condições de compra-lo, pode-se dizer que haverá maior procura pelo mesmo, agora se isso não existir, a busca por tal produto será reduzida, o que torna mais difícil a sua aplicabilidade no mercado.
São muitos os impasses nessa área, porém se temos como principio pessoal que nossas atitudes podem inferir de maneira benéfica no meio natural, se estas forem corretas ou pelo menos mais próximas de um modelo sustentável, vamos ter uma sociedade mais saudável, mais sustentável e melhor para as gerações que estão por vir. A sustentabilidade é uma atitude pessoal e profissional, se cada um de nós empreendermos algum tempo para refletir em que podemos ser mais corretos nesse âmbito, isso seria no mínimo de grande ajuda para a mãe natureza.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecológico – Eco-Manangement – Guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecológica e Negócios Sustentáveis. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993.
CAGNIN, C. H. Fatores relevantes na implementação de um sistema de gestão ambiental com base na Norma ISO 14001. 2.000. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
CAMPOS, L. M. S. SGADA – Sistema de gestão e avaliação de desempenho ambiental: uma proposta de implementação. 2001.Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
COMISSÃO Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: FGV, p.44-50, 1988.