O IMPACTO PSICOLÓGICO DO CORONAVIRUS PARA OS LUANDENSES 

 

Elaborado por: Domingos Bombo Damião

Luanda aos, 25 de Março de 2020

 

Actualmente, o Mundo defronta-se com uma situação de pandemia devido ao COVID – 19 mas conhecida como Coronavírus. Este vírus surgiu na China inicialmente e agora já atingiu maior parte dos países à nível mundial, fazendo milhares de vítimas, entre elas pessoas infectadas e mortas. Desde o seu surgimento, este vírus afectou profundamente a economia mundial e tem trazido fortes abalos do ponto de vista sociopolítico e cultural em volta do Mundo. Por esta razão, muitos países e entidades governamentais têm implementado várias medidas rigorosas de prevenção ao COVID-19, numa tentativa de combater e controlar a propagação do vírus.

No caso concreto de Angola, numa ocasião em que o número de pessoas positivas com o vírus ainda é bastante reduzido, conforme Decreto Legislativo Presidencial Provisório nº 1/20 de 18 de Março, bem como o Decreto Executivo nº 01/20 de 19 de Março, o Governo Angolano também já efectuou várias medidas de prevenção tais como: suspensão das actividades escolares, culturais e religiosas, quarentena (em caso de suspeitos ou confirmados com o vírus), e para reforçar tais medidas e se fazer cumprir as recomendações adoptadas pela Organização Mundial da Saúde, o Presidente João Lourenço decretou Estado de Emergência no dia 25 de Março do corrente ano. 

Como se sabe, os Angolanos adoram ambientes festivos, festas de quintais, de aniversário, de pedido e casamento com familiares e amigos, passeios de rua, frequentar bares, roulottes, discotecas, etc., mas devido a pandemia somos obrigados a ficar em casa como forma de prevenção, sendo assim, muitos cidadãos já estão completamente perturbados psicologicamente devido as restrições de alguns bens e serviços e distanciamento social.

Com as constantes publicações de informações sobre o Coronavírus e de casos em diversas regiões do Mundo, tem se verificado uma série de mudanças comportamentais, sociais e psicológicas. Do ponto de vista psicológico, de acordo com Frota (2008, p.41), existem emoções naturais e fisiológicas que aparecem em todas as pessoas como uma importante base biológica. Elas podem ser: a alegria, o medo, a ansiedade ou a raiva, entre outras. Essas emoções são agradáveis ou desagradáveis, nos mobilizam para a actividade e tomam parte na comunicação interpessoal. Logo, essas emoções actuam como poderosos motivadores da conduta humana. Dito isto, à semelhança do que se passa em outras partes do Mundo, a pandemia conhecida como Coronavírus - COVID – 19, tem afectado o estado psicológico ou emocional de muitos Angolanos. Quanto a isto, a pergunta que se coloca é:

Que impacto psicológico enfrentam os Luandenses em relação ao Coronavírus?

Que estratégia psicológica os Luandenses têm usado para lhe dar com está situação?

O presente artigo teve como objectivo analisar o impacto psicológico do Coronavírus para os Luandenses, o mesmo foi elaborado a partir de relatos publicados nas redes sociais bem como em conversa de táxis, bancos comerciais e mercados informais que tive acesso. Com base nos relatos constatou-se que a disseminação do Coronavírus pelo Mundo trouxe um grande impacto psicológico para os Angolanos mais concretamente para os Luandenses. 

Neste contexto, o grande impacto psicológico do Coronavírus em Angola, particularmente Luanda justifica-se devido aos níveis de preocupação desesperada, angustia, medo, tristeza, ansiedade, isolamento social, frustração e estresse. Tal como afirma Teodoro (2009, p.61), no campo psicológico, algumas enfermidades, principalmente aquelas que oferecem algum tipo de risco para a vida da pessoa, […] podem provocar sentimentos de baixa auto-estima, incapacidade, exclusão, impotência, insegurança e desesperança. 

Porém, com a disseminação do vírus no nosso país a preocupação desesperada e outros fenómenos psíquicos se instalou no seio dos populares nos últimos dias devido ao isolamento social provocado pela suspensão das actividades escolares, culturais, religiosas, a escassez dos meios de higiene e prevenção, falta de água potável, especulação dos preços dos produtos da cesta básica e de higiene e prevenção ao vírus. 

Tendo em conta está situação, na capital angolana, a quem se encontra com o estado psicológico dominado pelas emoções negativas. Segundo Frota (2008, p.43), as emoções negativas são as que produzem uma experiência emocional desagradável, como a ansiedade, a raiva e a tristeza. Assim sendo, acredita-se que, as emoções positivas capazes de equilibrar o estado psicológico do indivíduo só serão restabelecidas se por porventura se cumprir com as recomendações de cuidados de higiene e prevenção ao vírus, tais como: ficar em casa, evitar aglomerados de pessoas em bancos comerciais, pontos de pagamentos de energia e água, mercados informais, roulottes, táxis e autocarros. 

Portanto, é importante lembrar que, para lhe dar com está situação de pandemia, é preciso estar cada vez mais actualizado com as informações sobre a pandemia, conhecer e seguir as recomendações de prevenção ao vírus, ser optimista apesar da situação, evitar pânicos e não seguir e não propagar notícias falsas. Nesta fase de confinamento Nacional, se prevenir ainda é uma das melhores soluções, para tal é preciso ter todas as informações necessárias, proteger e sentir-se seguro diante dessa situação de pandemia que o Mundo enfrenta, contribuirá para a redução da angústia, ansiedade, desespero, frustração e outros problemas psicológicos. Por isso, cumpra com as medidas de prevenção - fique em casa, lave as mãos frequentemente com água e sabão, mantenha distância de pessoas que apresentam suspeitas de contaminação, desinfecte as mãos com álcool em gel, use máscaras e luvas.

 

Referências 

Cury, A. J. (2001). Treinando a emoção para ser feliz. São Paulo: Academia de inteligência.

Decreto Legislativo Presidencial Provisório n.º 1/20 de 18 de Março de 2020. Angola: Diário da República - Órgão Oficial da República de Angola: I Série – N.º 31.

Foucault, M. (2008). Doença mental e Psicologia. Tradução: Hélder Viçoso. Lisboa: Edições Texto & Grafia.

Frota, D. (2008). Essência – Mapeamento da Personalidade. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores.

 Goleman, D. (2011). Inteligência emocional [recurso electrónico]. Tradução: Marcos Santarrita. – Rio de Janeiro: Objectiva.

Teodoro, W. L. G. (2009). Depressão: corpo, mente e alma. Uberlândia –MG.