Ídolo abstrato
Por GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA | 03/12/2010 | PoesiasÍDOLO ABSTRATO
 Nazaré, 07-10-1968
 
 Ídolo estimado por mim,
 Nada me atrasa, nada me adianta,
 Vivo parado no mesmo lugar. Estou pregado no chão.
 Mãos mágicas me atraem, não posso me livrar.
 Estou quase perdido. Surgem outras mãos;
 Agora, todas elas, disputam meu trágico destino.
 As maiores abateram as menores
 Como os peixes grandes, destroem os peixes pequenos.
 Como eu estou me destruindo. Não sei o que fazer.
 Ajude-me, ídolo querido. Você é a minha salvação.
 Agora, as mãos vem todas em minha direção,
 Agarram-me e agora me destroem.
 Já não existo pela metade.
 Ídolo querido, chegue perto de mim,
 Abata essas terríveis mãos.
 Agora, uma coisa me dói. A dor é terrível
 Porem, desconhecida.
 É uma dor extraordinária.
 É incrível, ídolo querido.
 Chegue perto de mim, peço outra vez.
 Não agüento mais.
 Só me resta a cabeça.
 Agora, só faço pensar.
 Felizmente você chegou,
 Agora me toque.
 Acorde-me porque eu estou
 No fim de um terrível pesadelo.