Ideologia Alemã.

1818-1883.

Marx nasceu em uma época que o capitalismo estava em pleno desenvolvimento econômico, a colonização atingia seu ponto máximo, todas as esperanças estavam depositadas no capitalismo. Ricardo elaborou sua teoria liberal em defesa do Estado e da economia.

Marx ainda moço percebeu as contradições do capitalismo entendeu que o mesmo não seria capaz de resolver os problemas sociais, principalmente à vida dos operários, motivo pelo qual era necessária uma revolução proletária na superação do capitalismo.

Questões políticas, da sua ideologia, ele foi expulso da Prússia, logo em seguida da França, mas tarde conseguiu residir em Bruxelas, onde encontrou com Engels, redigindo, isso no ano 1847, o livro que veria mais tarde ser denominado de a Ideologia Alemã.

Um grande trabalho epistemológico formou-se um excelente preâmbulo a introdução à Filosofia política e econômica desenvolvida por Marx, procura compreender os pensamentos da chamada esquerda Hegeliana, particularmente os jovens hegelianos, particularmente Feuerbach e Bauer.

Os jovens hegelianos tidos como idealistas entendiam como aqueles que deveriam abrir os olhos da classe trabalhadora alienada. Eles pensavam que a emancipação econômica dependia apenas do desenvolvimento crítico das ideias, seria necessário entender o espírito da não alienação dos mundos representativos pelas ideias.

O espírito da mudança dependia  do desenvolvimento crítico do entendimento do pensamento representativo, que justificaria a lógica do próprio domínio, ou seja, para Marx a questão não podia ser idealista, entender o desenvolvimento pela  lógica crítica das representações, era exatamente erro de análise.

O mundo precisa ser entendido, pela critica do movimento da materialidade da produção, que leva compreender, a ideologia do domínio fundamentalmente examinar os conceitos de modo crítico do entendimento, posicionar-se de acordo com as leis da materialidade da produção como objeto das relações sociais. A libertação é um ato prático e não apenas da análise. Crítica ao idealismo de esquerda hegeliano.

A Filosofia da libertação não pode ser essencialmente  ideológica, não adianta lançar um olhar crítico sobre o mundo, para fazer que o mesmo seja livre, a mudança é muito mais que um produto da ação cultural.

 É inútil direcionar a crítica à religião ou a moral, a crítica por outro lado, diz Marx, acaba ocultando as relações econômicas, para ele não são os pensamentos que governam o mundo.

 Mas as relações econômicas que condicionam os pensamentos, que levam a sociedade pensar de um determinado modo e organizar politicamente de acordo com suas ideologias de interesses econômicos.

É uma ilusão tentar entender a sociedade, fora do seu contexto de produção material, o pensamento é fruto desse contexto, motivo pelo qual Marx fundou e desenvolveu o seu materialismo histórico.

 Qualquer pensamento desenvolvido que não esteja nessa perspectiva pura metafísica e não tem nenhuma significação para política ou para formulação da história.

Ao contrário das ideologias idealistas, que ocupam tão somente com o mundo das ideias, o materialismo histórico diferentemente exclusivamente com a realidade objetiva da sociedade produtiva, das relações que o ser humano desenvolve com a natureza e com os demais homens, de como a sociedade organiza politicamente por meio do Estado na defesa da concentração da renda.

O ser humano é fundamentalmente diferente das demais espécies exclusivamente por um único motivo, ele produz os meios necessários a sua existência, esses meios são determinados por forças da produção, que determinam em nível técnico a divisão do trabalho e concentração da riqueza.

 Isso só é possível pelo Estado, à força política que detém o referido, acumulou-se riqueza, no caso específico a burguesia, a riqueza é resultado no velho conceito de ideologia, alguém adquiriu porque trabalhou pura falácia ideológica Marx. A produção da riqueza sustenta se em bases institucionais.  

A sociedade civil é a organização, a evolução dos meios de produção determina-se a sociedade, condiciona o modo de pensar de cada tempo histórico, a condição do pensamento é essa historicidade.

 As ideias dominantes de uma sociedade não são outras senão a expressão da realidade dominante das relações desse domínio, o mundo é exatamente fruto desse mecanismo institucional.  

O Estado é exatamente essa tipificação de domínio, o que a burguesia tenta fazer que as pessoas ingenuamente acreditem em interesse coletivo e um Estado acima do mal, como se o mesmo não fosse a expressão do domínio de classe, todos os conflitos resultam dessa perspectiva, o que significa exatamente o capitalismo.

 O materialismo histórico estuda a evolução das relações entre o ser humano e a riqueza, de como tudo isso funciona no mundo prático, mostra as relações entre o poder econômico e o político e de como a burguesia não consegue acumular riquezas sem ter em mãos a institucionalidade do poder, tal lógica pode realizar-se com eficiência pelo mecanismo da democracia.

O materialismo histórico mostra que chega a um determinado ponto, que as relações econômicas passam a ser destrutiva devido a sua força antagônica na produção da miséria e de suas crises permanentes.

A  única saída para história é a mudança de produção, os bens têm que serem divididos, mas enquanto o Estado for um mecanismo de poder nas mãos da burguesia torna-se impossível.

É necessário abortar as condições de vida, abolir a propriedade privada, a divisão da sociedade, fazer escolha por um modo de produção, cujas riquezas produzidas sejam para todos.

 Portanto, para que  possa acontecer, tem que mudar o Estado, retirar o mesmo das mãos da burguesia, esse processo revolucionário não é  apenas uma questão de consciência, mas uma ação prática, motivo pelo qual Marx, formula sua crítica ao idealismo de esquerda do pensamento dos neo hegelianos.

Edjar Dias de Vasconcelos.