IDEB NEGATIVO NAS ESCOLAS: Culpabilidade de quem?
Por Sydney Pinto dos Santos | 20/02/2020 | EducaçãoIDEB NEGATIVO NAS ESCOLAS: Culpabilidade de quem?
Por: Sydney Pinto dos Santos[1]
É notório sempre que as escolas recebem os resultados quanto ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, o qual sai a cada dois anos, e é resultado de vários fatores observados nos diferentes espaços escolares, que vão desde o número de matrícula de alunos anualmente, do número de evasão e desistência, assim como observado o número de retenção, além dos resultados das avaliações externas à escola mas aplicadas dentro destes espaços de dois em dois anos no sentido de mensurar resultados dos alunos, sendo que esta avaliação externa, aplicada através do SAEB, é que configura maior pontuação no IDEB. No entanto, não são levados em consideração outros fatores, como por exemplo, a localização da escola, sua culturalidade, falta de recursos didáticos e outros equipamentos, assim como a falta de infraestrutura, nem a formação dos professores que aí atuam. Ou seja, o resultado de um IDEB, não faz menção também como a escola está situada no meio social ou na realidade a qual pertence.
Por outro lado, existem dois pesos e duas medidas quando se fala em resultados, inclusive quando a escola ultrapassa as metas as quais estão submetidas a alcança-las. Pois, se há resultados positivos geralmente os méritos não cabe as estratégias pedagógicas adotadas pela escola através de sua equipe ou coordenação pedagógica, muito menos aos esforços conjugados dos professores através de suas ações educativas ou estratégias didáticas utilizadas, nem aos alunos que são conduzidos a melhorar através de esforços pela execução de sua preparação através de testes simulados, assim como a mudança de comportamento das famílias em relação à educação. Não, muito pelo contrário, se existem resultados positivos, os méritos sempre estarão vinculados ou creditados na pessoa do gestor escolar, que fica muitas vezes trancados nos seus espaços, apenas esperando para assinar papeis, ao diretor de ensino, que vez ou outra visita os ambientes escolares, ao Secretário de Educação, que se sente no direito de não se comparado as funções de professores, pois muitos nem na área são formados; e acaba também refletindo na gestão municipal, pois esta, por ser a detentora do poder alcançado e nem sabe na realidade os objetivos da educação no seu contexto social, acaba por levar todo o ganho. Um ganho que foi obtido por muitos esforços de alunos e professores, e pedagogos e outras pessoas como o segmento da família.
Porém, se o IDEB foi mal, ou apresentou resultado péssimo ou não alcançou a meta estabelecida, a culpabilidade sempre recai nos professores, que não visão dos anteriores citados, são uns irresponsáveis, só querem saber dos seus salários, ou que estão desanimados; já os professores seguem a mesma linha, acreditando achar um culpado, como os pais que não ajudam seus filhos na educação proposta no lar, ou mesmo nos alunos, que são um bando de desanimados e intolerantes quanto ao processo ensino-aprendizagem. Assim, segue um raciocínio de que as consequências de um resultado assim, e se for negativo, sempre vai pesar ao de menor expressão. Nunca se entende que o contexto educacional e fortalecido por um conjunto de ações e estratégias de todos os segmentos que o envolve e de uma estrutura eficiente e eficaz, que não só espera resultados, porém contribuem para que os resultados positivos aconteçam e se permaneçam seguindo uma expectativa sempre de melhoria e não de retrocesso.
Pois, assim entende-se que, educação não é um mero processo de transformação social, é sim um processo social que deve ter suas bases sólidas e que devem ser sempre fortalecidas pelos segmentos os quais tem por obrigação dar-lhe suporte, assim promovendo uma integração indispensável, indissociável e imprescindível à obtenção de resultados eficientes e eficazes à construção de uma sociedade flexível, criativa, dinâmica e promotora de valores e conceitos democráticos reais.
[1] Professor efetivo da Rede Pública de Ensino do Município de Prainha. Pedagogo e docente dos anos iniciais do EF. Mestrando em Educação (Formação de Professores) UNINI/FUNIBER.