IDEAlismo
... Ouvi um disparo e instintivamente corri em direção ao barulho. As portas abertas, um nevoeiro abrandava a cena terrível, no chão , lá estava ele, olhos abertos, imóvel, e uma pequena mancha de sangue no peito. A mulher se afasta e com ela a promessa de dias melhores que se concretizariam através de um ideal , de poucos a favor de muitos. Uma utopia, não passou disso. Uma teoria que foi dissipada com muitas mortes. Deixaram dores que ecoam até hoje .Essa é o final da historia de Ernesto Che Guevara, morto num vilarejo dentro de uma sala de aula e teve como última confidente uma professora , a ela fez promessas de um sistema educacional melhor.
-Por que tudo isso? 
- Por um ideal.
-tem família, filhos?
- Sim, mas primeiro meu ideal.
Esse diálogo marca a dicotomia entre a realidade e o ideal. 
Hoje o mundo vive disputas de grupos com seus diversos ideais,frutos muitas vezes de mentes doentias que imperam no nosso século. Eu,particularmente me proíbo de levantar qualquer bandeira, não me julgo capaz de discernir onde esta o ideal e onde entra os interesses escusos que sempre nascem junto com o ideal, leia-se: partidos políticos, instituições, etc . Nem devo confiar em mim mesma se não tiver o principio de me conhecer profundamente.Quanto ao homem e seu ideal, atire a primeira pedra quem nunca teve fortes convicções e no seu desvario entregaria a própria vida.Fanatismo!!!!!.cuidado com o sufixo ismo, ele evoca exagero, exagero é descontrole .Em nome da convicção cega,Che foi capturado e ouviu seus algozes escolherem quem iria por fim a sua trajetória. Entre os soldados ,foi escolhido aquele que fazia aniversário naquele dia , seria um presente.
O duelo de convicções se silencia com um tiro. No chão da sala de aula,apenas um corpo inerte e ali a certeza de que somente o conhecimento nos permitirá distinguir o que realmente existe por trás de um ideal.