Certa pessoa, ao visitar um sítio no interior do Estado de São Paulo, resolveu conhecer as belezas naturais da região, passeando numa canoa tendo um simples caboclo como seu cicerone. Ao perceber que o mesmo era desprovido de qualquer cultura, aproveitou a oportunidade para humilhá-lo, esnobando seu saber. E começou pegando pesado, perguntando-lhe:

         -“O senhor sabe o que astronomia?”.

         -“Sei não senhor, moço!” – respondeu o matuto.

         -“Pois pela sua ignorância o senhor acaba de perder 1/3 da sua vida!”.

         -“Mas já ouviu falar sobre o FMI?” – continuou o pedante.

         -“Nunca, moço. Que bicho é esse?”.

         -“Acaba de perder então 2/3 da sua vida ignorante!”. E continuou:

         -“E a respeito da AIDS, o que senhor sabe?”.

         -“Nada, moço, nada!”.

 

         Após falar assim, coincidentemente, com a chegada repentina de um vento forte, aconteceu um acidente, virando a embarcação. Então, enquanto aquele homem que se dizia um sabichão bebia água, afogando-se desesperadamente, o tabaréu nadava com firmeza e gritava:

         -“Nada, moço, nada!”. Ao que o outro respondeu:

         -”Eu já entendi”. “Você não sabe de nada mesmo, seu matuto!”

         -“Aí o senhor se engana, homem inteligente, eu sei de uma coisa importante: sei nadar!”. “E o senhor, por acaso, sabe?”.

         - “Não, homem de Deus, realmente, não entendo patavina disto”. “Sinceramente, eu não sei nadar!”.

         -“Sendo assim, o senhor não perdeu 1/3 nem 2/3 da sua vida, mas sim, perdeu foi ela toda!”.

 

           Evidentemente, ele falara assim só para lhe dar uma grande lição. Pois em seguida, salvou-o daquele apuro, daquela situação constrangedora.

           Toda pessoa em são consciência sabe que ninguém é melhor do que ninguém e que jamais se deve humilhar os semelhantes. Como bem escreveu o renomado Dom Hélder Câmara: “NINGUÉM É UM MAL OU UM BEM CONCENTRADOS!”.