HOME CARE: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DOMICILIAR AO IDOSO

Por Ellen Vale de Araujo | 04/03/2020 | Saúde

HOME CARE: assistência de enfermagem no atendimento domiciliar ao idoso

Ellen Vale de Araújo

 

Resumo

O estudo objetivou analisar a assistência de Enfermagem no atendimento domiciliar ao idoso, sendo que a enfermagem possui um importante papel no desafio do atendimento ao idoso como uma ação vivida individualmente e contextualizada no mundo da vida social, sendo significado a partir do tipo de relação estabelecida com o outro. A avaliação do paciente idoso, alguns com estado de saúde aparentemente debilitado e outros com algum tipo de doença é essencial para garantir que as ações e os cuidados que se realiza para esse grupo populacional sejam corretos e eficazes. O protocolo de atendimento a esses pacientes idoso em atendimento domiciliar contribui para elevar o modo de atuação da equipe de enfermagem, proporcionando uma atenção integral e personalizada com qualidade na prestação.

 

Palavras-chave: Idoso; Enfermagem: Atendimento Domiciliar.

 

 

Introdução

A enfermagem possui um importante papel no desafio do atendimento ao idoso como uma ação vivida individualmente e contextualizada no mundo da vida social, sendo significado a partir do tipo de relação estabelecida com o outro. (Catafesta, Lacerda, 2015)

O estudo se justifica por ter relevância acadêmica por discutir uma temática atual, que envolve a população idosa, que vem crescendo no Brasil, e por buscar apresentar as formas de atuação do profissional de Enfermagem. (ANDRADE et al. 2017)

Este estudo objetiva analisar a assistência de Enfermagem no atendimento domiciliar ao idoso.

O estudo é de cunho qualitativo se caracteriza de forma inicial pela coleta de referenciais teóricos, para construção da literatura de base, com a discussão das ideias acerca da temática e análise dos fatos na verificação dos conceitos teóricos, seguindo-se pela verificação e confrontação das respectivas definições.  Realizou-se uma revisão bibliográfica no período de agosto a setembro de 2019, sendo consultadas as bases de dados (Bireme, Scielo, Lilacs) e fontes primárias, que abordam a temática pesquisada.

 

Revisão da Literatura

 

Cuidado em Enfermagem

O cuidado de enfermagem é um componente fundamental no sistema de saúde local, que apresenta os seus reflexos a nível regional e nacional e, por isso, também motivo de crescentes debates e novas significações. Mesmo que interligada e complementada por outros saberes profissionais, a enfermagem pode ser amplamente definida como a ciência do cuidado integral e integrador em saúde, tanto no sentido de assistir e coordenar as práticas de cuidado, quanto no sentido de promover e proteger a saúde dos indivíduos, famílias e comunidades. O cuidado de enfermagem configura-se como prática social empreendedora, pela inserção ativa e pró-ativa nos diferentes espaços de atuação profissional e, principalmente, pelas possibilidades interativas e associativas com os diferentes setores e contextos sociais (BACKES, et al., 2012).

A Atenção Básica é o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

É importante que o profissional conheça e compreenda os mecanismos que dispõe o cliente para enfrentar a patologia, dominando seus sentimentos, em vez de fazer represália ou de se retirar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).          

Quando o profissional sente falta de apoio e desesperança, deve compartilhar esse sentido com os colegas de equipe, de modo a manter seu próprio equilíbrio (CANTERA, 2000).

O contato com idosos estabelece, obrigatoriamente, o caráter transitório da vida, provoca sentimentos de angústia e de impotência que, uma vez assumidos, permitem uma relação enriquecedora (CANTERA, 2000).

No Brasil, a Constituição de 1988, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso (2003) consideram que o suporte para a pessoa idosa seja da responsabilidade da família, do governo e da sociedade. As leis e medidas implementada pelo governo têm como propósito proteger a pessoa idosa, fornecer subsídios que garantam sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, protegendo o seu bem-estar e garantindo o direito à vida. O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão.     

De acordo com o Ministério da Saúde (2006), O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira.                     

A definição de prioridades deve ser estabelecida através de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas às prioridades nacionais, conforme pactuação local (Ministério da Saúde, 2006). 

Segundo Lilian (2015), a principal finalidade da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. A forma sintetizada a base legal das políticas do idoso são: Lei nº. 8.842 de 04/01/1994 – Política Nacional do Idoso; Portaria nº. 1.395 de 09/12/1999 – Política Nacional de Saúde do Idoso; Portaria nº. 249 de 12/04/2002 – Normas para cadastramento de centros de referência em assistência à saúde do Idoso; Portaria nº. 702 de 12/04/2002 – Organização e implantação de redes estaduais de assistência à saúde do idoso; Portaria nº. 703 de 12/04/2002 – Assistência aos portadores da Doença de Alzheimer; Portaria nº. 738 de 12/04/2002 – Assistência domiciliar geriátrica; Resolução SES nº. 1.141 de 26/08/2002 – Cria a Coordenadoria de Atenção ao Idoso; Lei nº. 10.741 de 01/10/2003 – Estatuto do Idoso; RDC n°. 283 de 26/09/2005 – Regulamento Técnico que define Normas de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos ILPI, de caráter residencial.

Nas ações referentes à saúde da pessoa idosa, o enfermeiro da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem como competência específica: “a) realizar atenção integral às pessoas idosas; b) realizar assistência domiciliar quando necessário; c) realizar consulta de enfermagem, incluindo avaliação multidimensional rápida e instrumentos complementares; solicitar exames complementares e prescrever medicações, se necessário, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão; d) supervisionar e coordenar o trabalho do agente comunitário de saúde e da equipe de enfermagem; e) realizar atividades de educação permanente e interdisciplinar junto aos demais profissionais da equipe; f) orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos medicamentos” (SILVA, et al., 2015).

Com relação à gestão, entende-se que o gerenciar envolve competências, que incluem o relacionamento, o compromisso; a formação continuada; a educação permanente; a gestão participativa; a organização do serviço com um planejamento baseado nas necessidades locais, a definição de papéis e atribuições do pessoal, constituem-se como facilitadores do trabalho dos gerentes (FIRMINO, et al., 2012).

 

SAE

Segundo Carraro (2006) a estrutura da assistência de enfermagem ao ser implantada busca garantir a segurança e direcionamento ao desempenho das atividades, contribuindo para a credibilidade, competência e visibilidade da enfermagem e, consequentemente, para a autonomia e satisfação profissional.

Conforme apresenta a resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem apresenta como atividade privativa e obrigatória do profissional de enfermagem a implementação da Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo profissional de enfermagem.

 

A implementação da SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do cliente/cliente, devendo ser composta por: Histórico de Enfermagem, Exame Físico, Prescrição da Assistência de Enfermagem, Evolução da Assistência de Enfermagem, Relatório de Enfermagem (BRASIL, 2002).

 

De acordo com Benedet e Bub (apud Silva, 2011), os atuais estudos sobre enfermagem nessa área têm revelado a existência de inúmeros fatores que interferem na implementação da SAE, dentre os quais destaca as dificuldades encontradas pelos profissionais de enfermagem para entender, incorporar e utiliza-la. De um modo geral, constata-se que, a maioria dos hospitais não utiliza a SAE como prática no serviço de Enfermagem e quando o faz identifica-se uma mudança lenta e resistente por parte do profissional de enfermagem para a incorporação dessa atividade no cotidiano das unidades onde atuam.

Para Silva (2011) no Brasil, o processo de enfermagem assumiu a condição de metodologia que, a princípio, tinha por base teórica o modelo Horta.

Posteriormente a eminência da regulamentação expressa na resolução COFEN (no 272/2002) e COREN-Ba (no 007/2000) sobre a sistematização é que a(o)s enfermeira(o)s passaram a utilizar a denominação SAE, que ainda não foi incorporada pelo conjunto das profissionais de enfermagem das instituições de saúde públicas ou privadas do estado da Bahia.

 As resoluções também determinam como atividade privativa e, portanto, obrigatória da(o) enfermeira(o) a implementação da SAE como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pela(o) enfermeira(o). Segundo Horta (1979), o processo de enfermagem é uma atividade que só pode ser executada pela(o) enfermeira(o).

Desse modo, Sistematização da Assistência em Enfermagem é fundamental na implementação do processo de cuidar em enfermagem, dado que fornece as bases para o desenvolvimento de uma enfermagem científica. Essa afirmação tem como suporte o fato de que o método científico utiliza lógica na busca e resolução dos problemas, oferecendo sustentação para as ações profissionais, conduzindo a reflexão sobre elas e evitando aquelas que são desnecessárias. Segundo Iyer (1993) e Campedelli et al (1989), a SAE fornece as bases para o desenvolvimento de uma enfermagem científica, assegurando aos clientes um cuidado de enfermagem individualizado, contínuo, atualizado, responsável e com qualidade, possibilitando acompanhamento adequado e correto, ao mesmo tempo em que estimula o cliente e sua família à participar dos cuidados, resultando na promoção de um ambiente seguro e terapêutico.

Para Alfaro Lefevre (apud Silva, 2011) para implementar Sistematização da Assistência em Enfermagem, a(o) enfermeira(o) necessita ter senso de julgamento, avaliação crítica, tomada de decisão e competência técnica. A intenção é justificar e afirmar que a enfermagem é uma profissão exercida com base científica e que o cuidar compreende ação, ocupação, preocupação e envolvimento afetivo e, portanto, atitude.

Segundo Felisbino (apud Silva, 2011) que a implementação da SAE, apresenta várias vantagens, como: promove a interação entre enfermeira (o) e o cliente-família e equipe de saúde; favorece o planejamento sistematizado das ações de enfermagem e sua implementação; fornece condições para avaliação dos cuidados prestados e contribui para a organização do trabalho.

Ainda nos anos 90 Waldow (apud Silva, 2011) indicava que na prática, a execução das ações de enfermagem são delegadas e isso limita a assistência, tendo em vista que assegura cuidados que devem ser da (o) enfermeira(o), são na verdade, executados por técnicos de enfermagem. Conforme afirma Waldow (apud Silva, 2011), o afastamento gradativo da (o)s enfermeira(o)s do cuidar direto ao cliente é devido a diversos fatores. Trás, como exemplo, a liderança na equipe de enfermagem, incluindo o grande número de tarefas. Afirma, também, que organizar é planejar tarefas, é controlar a equipe e os gastos de forma a tornar o serviço mais eficiente, prático e econômico. Sendo assim, o cuidar direto foi transferido, delegado para as demais categorias de enfermagem, contribuindo, ainda mais, para a desvalorização do cuidado no Brasil.

Nesse contexto, a implementação da SAE é um caminho que a(o) enfermeira(o) dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico, científico e humano na assistência ao cliente, o que deve caracterizar sua prática profissional, colaborando para a definição efetiva do seu papel.

Horta (apud Silva, 2011) afirma que a autonomia profissional só será alcançada no momento em que toda a classe passar a utilizar, na prática de suas ações, a metodologia científica, o que só será obtida pela operação sistemática do processo de enfermagem.

Para Campedelli et al (apud Silva, 2011), embora a maior parte da (o)s enfermeira (o)s tenham a percepção da necessidade de uma sistematização, a utilização de um método, na prática, ainda é pequena e, em muitos casos, ocorre de forma experimental. Mesmo nas unidades de enfermagem em que se conseguiu implantar a SAE, geralmente ela não se dá de forma definitiva, em razão das inúmeras dificuldades encontradas para sua operacionalização.

Em estudo de Iyer et al (2013) mesmo com as dificuldades encontradas na implementação e manutenção da SAE, nenhum esforço será inútil, quando a proposta é o desenvolvimento de uma enfermagem científica, que assegure aos clientes um cuidado de enfermagem contínuo, atualizado e responsável.

Segundo Carmona e Laluna (apud Silva, 2011) atualmente, a enfermagem vem buscando um método de trabalho, que conduz à obtenção da autonomia, à humanização do atendimento e à competência profissional. Afirmam, também, que dentre os métodos de organização da assistência, o sistema de aplicação de cuidados Primary Nursing pode representar uma opção, por se tratar de um modelo personalizado, envolvendo conhecimento científico e proporcionando autonomia e responsabilidade.

Conforme destacam Marx e Morita (apud Silva, 2011) a chave do Primary Nursing é a autonomia que a (o) enfermeira(o) tenha para o cuidado integral de todos os clientes assistidos por ela e por sua equipe e a multidisciplinar no dia-a-dia, desde a admissão do cliente até sua alta.

Segundo Manthey (apud Silva, 2011) a qualidade desse programa é determinado pelo desempenho das pessoas que trabalham na sua aplicação. Essa qualidade pode ser boa, ruim ou incompleta, individualizada ou padronizada, criativa ou rotineira. A qualidade pode ser bem controlada nesse sistema, pois as pessoas podem ser responsabilizadas, no caso de não atingirem os critérios estabelecidos.

Através deste sistema, os cuidados de enfermagem a serem ministrados a um determinado número de clientes são delegados a uma ou uma enfermeira (o) principal, durante 24 horas por dia. A Primary Nursing é tanto uma planejadora como uma prestadora de cuidados. O cliente, a família, o acompanhante e os outros membros da equipe de saúde devem conhecer é a (o) enfermeira (o) principal.

O profissional de enfermagem deve saber tudo que tiver relação com o cuidado do seu cliente como: o quadro clínico, prognóstico, tratamento, resultados de exames, necessidades básicas afetadas, enfim, conhecê-lo como um todo e, assim, planejar os cuidados a serem ministrados. 

Para Bowers (apud Silva, 2011), o Primary Nursing, é um método sistemático de organizar o trabalho da enfermagem, a (o) enfermeira (o) principal deverá realizar a avaliação inicial, o diagnóstico, o planejamento, as intervenções, a implementação e a avaliação final dos cuidados de enfermagem dispensados ao grupo de clientes, bem como ela será responsável por supervisionar os cuidados implementados. Cada Primary Nurse pode ser auxiliada por enfermeira (o)s associada (o)s, que ficam responsáveis pela implementação dos cuidados por ela (e)s planejados.

Neste processo, com todas suas etapas, devem ser seguidos pela(o)s outra(o)s enfermeira(o)s durante o período de ausência da enfermeira(o) principal, a não ser que precise realizar alguma mudança no plano de cuidados que poderá ser acrescentada ou retificada.

Com a alta do cliente, segundo Silva (2011) deve-se realizar um planejamento para que a família esteja, no momento da alta, apta para cuidar do seu familiar em casa, com eficiência e segurança necessárias.

 

População Idosa e a Enfermagem

O aumento da população idosa, o que vem ocorrendo de forma rápida e progressiva, exige que os profissionais da saúde, em especial os enfermeiros, estejam capacitados para atender as especificidades desta etapa da vida, melhorando a assistência prestada. A Política Nacional de Saúde do Idoso, instituída em 1999, tem como propósito basilar a promoção do envelhecimento saudável; a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos; a prevenção de doenças, a recuperação da saúde e a reabilitação. Busca-se garantir a permanência do idoso no meio em que vive, exercendo de forma independente, suas funções na sociedade (OLIVEIRA, et al., 2010).

A falta de profissionais com formação adequada e com perfil generalista, para atuar na Estratégia Saúde da Família (ESF), passou a ser um grande obstáculo para sua consolidação. Dessa forma, o Ministério da Saúde (MS) assumiu institucionalmente, através do Departamento de Gestão da Educação na Saúde a responsabilidade de reorientar ações de formação dos profissionais de saúde, que tivessem como foco novos modos de cuidar e ensinar em saúde (FIRMINO, et al., 2012).

A enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, tornando-o independente e autônomo, bem como manter, recuperar e promover a saúde em colaboração com outros profissionais (HORTA, et al., 2011).                                   

É consenso entre os gestores e trabalhadores do SUS, em todas as esferas de governo, de que a formação, o desempenho e a gestão dos recursos humanos afetam, profundamente, a qualidade dos serviços prestados e o grau de satisfação dos usuários; destacando-se, assim, a formação e educação dos profissionais no processo saúde-doença com enfoque na saúde da família, como importante desafio para o êxito do modelo sanitário proposto (FIRMINO, et al., 2012).

A avaliação do enfermeiro deve incorporar aos conhecimentos específicos de enfermagem, aqueles especializados sobre o processo de envelhecimento para estabelecer, no idoso e ao seu redor, as condições saudáveis e minimizar e compensar as perdas de saúde e as limitações relacionadas com o idoso. O exame físico do idoso requer domínio por parte do examinador do conhecimento da fisiologia, das diferentes socioculturais e das co-morbidades que acontecem. O profissional de saúde deve fazer um exame minucioso, sendo capaz de reconhecer o envelhecimento natural, evitando possíveis diagnósticos ou terapêuticos desnecessárias (OHARA, et al., 2008).

 

Home Care: Atendimento Domiciliar ao Idoso

O principal trabalho de um profissional de Enfermagem que trabalha no atendimento domiciliar de idosos é cuidar das necessidades dos pacientes idosos. Em um nível básico, os enfermeiros fazem com que os pacientes mantenham níveis aceitáveis ​​de higiene pessoal, tenham camas limpas e recebam nutrição adequada. No entanto, responsabilidades mais avançadas incluem o monitoramento de sinais vitais, administração de medicamentos para administração intravenosa e coleta de sangue. 

O profissional de Enfermagem tem a posição de enfermagem mais alta nos lares, pois supervisionam as atividades do restante da equipe de enfermagem. Em vez de focar apenas nas necessidades imediatas dos pacientes, os enfermeiros registrados são responsáveis ​​por supervisionar todos os antecedentes médicos e de saúde geral de todos os pacientes. Ao levar em consideração todo o histórico de um paciente, o enfermeiro registrado pode garantir que cada indivíduo receba o melhor atendimento possível. Além das responsabilidades básicas desempenhadas pelos auxiliares de enfermagem e enfermeiros licenciados e registrados, eles também são responsáveis ​​por atividades avançadas, como iniciar infusões intravenosas, administração de oxigênio, monitorar os níveis de açúcar no sangue e consultar médicos supervisores.

 

SAD

 

O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) consiste na aplicação da atenção à saúde oferecida na moradia do paciente e caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da continuidade do cuidado e integrada à Rede de Atenção à Saúde. Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é oferecido de acordo com a necessidade do paciente, a partir do atendimento de diferentes equipes. (BRASIL, 2018)

Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a necessidade do paciente, esse cuidado em casa pode ser realizado por diferentes equipes. Quando o paciente precisa ser visitado com menos frequência, por exemplo, uma vez por mês, e já está mais estável, este cuidado pode ser realizado pela equipe de Saúde da Família/Atenção Básica de sua referência. Já os casos de maior complexidade são acompanhados pelas equipes multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) e de apoio (EMAP), do Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) – Melhor em Casa. (BRASIL, 2018)

A Atenção Domiciliar proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelos serviços para esse tipo de assistência. Dessa forma, evita-se hospitalizações desnecessárias e diminui o risco de infecções. Além disso, melhora a gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos, bem como diminui a superlotação de serviços de urgência e emergência. (BRASIL, 2018)

Os pacientes que precisam de equipamentos e outros recursos de saúde e demandam maior frequência de cuidado, com acompanhamento contínuo, também podem ser assistidos pelo Melhor em Casa. (BRASIL, 2018)

O Serviço de Atendimento Domiciliar, por meio do programa Melhor em Casa, é composto por diversos profissionais da saúde, que realizam atendimento no domicílio das pessoas que necessitam de cuidados de saúde mais intensivos. O acesso ao SAD é geralmente feito no hospital em que o usuário estiver internado ou ainda por solicitação da equipe de Saúde da Família/Atenção Básica ou da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). (BRASIL, 2018)

 

 

Resultados e discussão

O cuidado ao idoso requer um olhar transdisciplinar e profissionais comprometidos com o cuidado e instruídos no trabalho em equipe. (ANDRADE et al. 2017)

A qualidade tem sido considerada como um elemento diferenciador no processo de atendimento das expectativas de clientes e usuários dos serviços de saúde. Toda instituição hospitalar, dada a sua missão essencial em favor do ser humano, deve preocupar-se com a melhoria permanente da qualidade de sua gestão e assistência de tal forma que consiga uma integração harmônica das áreas médica, tecnológica, administrativa, econômica, assistencial e, se for o caso, das áreas de docência e pesquisa. Tudo isso deve ter como razão última a adequada atenção ao paciente.

O envelhecimento populacional não é um fenômeno exclusivo das sociedades modernas. Considerada uma das realizações mais importantes da humanidade, torna-se um problema, se não for capaz de fornecer soluções adequadas para as consequências que dela resultam.  (ANDRADE et al. 2017)

Tomar a saúde como valor de uso é ter por padrão o vínculo com os usuários, garantindo direitos a eles e aos seus familiares; é estimular que os usuários se coloquem como protagonistas do sistema de saúde; mas é também os profissionais terem melhores condições de realizar seu trabalho de modo digno e criador de novas ações,  possibilitando-lhes participar como co-gestores de seu processo de trabalho.

Cuidar é servir, ajudar, ser responsável pelo que acontece com essa pessoa e é característico da natureza humana. A gestão do cuidado de enfermagem é definida como a aplicação de um julgamento profissional no planejamento, organização, motivação e controle da prestação de cuidados, oportuna, segura, abrangente, que assegura a continuidade do cuidado e se baseia em diretrizes estratégicas, para obter saúde como produto final. (ANDRADE et al. 2017)

A equipe de enfermagem responsável pelo gerenciamento deve considerar os valores, atitudes e conhecimentos da disciplina que proporcionam uma visão diferente e específica do gerenciamento do cuidado. (ANDRADE et al. 2017)

O avanço científico permitiu o aumento da expectativa de vida das pessoas, produzindo um aumento significativo no número de idosos no mundo, mantendo os cuidados adequados como um elo importante. (ANDRADE et al. 2017)

A enfermagem geriátrica está preocupada com a avaliação, planejamento e implementação de cuidados de enfermagem para os idosos. Ou seja, trabalha para oferecer o melhor serviço com alta qualidade de serviço para esse setor da população e seu ambiente imediato, o que também pode acontecer no domicílio.

Muitas vezes, há situações em que o paciente deve seguir um tratamento prolongado por causa de sua doença, devido a esse fato muitas famílias e pacientes optam pela hospitalização em sua própria casa, pois devido ao período que inclui o tratamento, uma longa estadia o que pode interferir no tratamento. (Klakonski et al., 2015)

É por esse motivo que os leva a procurar ajuda no tratamento no local de residência, buscando sempre um serviço de qualidade e em casos como; seguir um tratamento de longo prazo é muito importante, pois a saúde é um jogo e não é algo que possa ser brincado. (FLORIANI, SCHRAMM, 2014)

O atendimento domiciliar é reservado para casos em que a pessoa tem problemas físicos para sair de casa. Por exemplo, no caso de uma doença temporária que os impeça de ir ao hospital. Este trabalho inclui cuidados de saúde, prevenção e promoção da saúde. (Catafesta, Lacerda, 2015)

A enfermagem geriátrica está presente em muitas áreas. Além do exposto, também nas equipes de avaliação e avaliação, em consultas externas, centros sociais de saúde, etc. Em resumo, enfermeiros ou geriatras trabalham em várias equipes, unidades ou centros, oferecendo o atendimento de qualidade focado no idoso e em seu ambiente domiciliar. (Catafesta, Lacerda, 2015)

 

Conclusão / Considerações finais

A avaliação do paciente idoso, alguns com estado de saúde aparentemente debilitado e outros com algum tipo de doença é essencial para garantir que as ações e os cuidados que se realiza para esse grupo populacional sejam corretos e eficazes. 

O enfermeiro identifica a necessidade de cuidados do idoso, estabelece prioridades na assistência, formula diagnósticos de enfermagem, propõe e realiza intervenções de enfermagem dirigidas e personalizadas às características individuais, sociais e culturais das pessoas idosas.             A assistência a pessoa idosa é complexa e pode envolver todos os profissionais de saúde.                           

O protocolo de atendimento a esses pacientes idoso em atendimento domiciliar contribui para elevar o modo de atuação da equipe de enfermagem, proporcionando uma atenção integral e personalizada com qualidade na prestação.

 

 

Referências

 

ANDRADE, A. et al. Atuação do enfermeiro na atenção domiciliar: uma revisão integrativa da literatura.  Rev Bras Enferm. 2017 jan-fev;70(1):210-9.

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