Introdução

Quando atualmente fala-se em Holocausto vem a memória o que se conhece como as torturas realizadas nos vários campos de concentração, porém Marc Bloch e Lucien Febvre defendem na ótica da Escola dos Annales que a história é formada por várias verdades e que muitas delas não são sequer cogitadas ou explanadas por motivos desde governamentais até mesmo por motivos de interesse privado ou econômico.

A teoria positivista[1], utilizada persistentemente nos tempos hoje, em vários estabelecimentos de ensino, trabalha somente com o lado oficial do acontecimento - aquele que por interesse fora difundido pelos vitoriosos da Segunda Guerra Mundial (entenda-se EUA e seus aliados) - deixando de lado os outros pontos de vista formados por aqueles que perderam a mesma ou tiveram algum impacto desta. O próprio Hobsbawm nos diz: “No curto prazo, a história pode ser feita pelos vencedores. No longo prazo, os ganhos em compreensão histórica têm advindo dos derrotados” (2005, p.255).

A proposta deste trabalho é analisar e buscar entender quais foram os fatores que fizeram com que o Holocausto tivesse tantas versões e para tentarmos encontrar uma resposta plausível foi necessário ir à busca do comportamento de vários personagens envolvidos neste contexto, para que no fim fosse, possivelmente, traçar uma nova perspectiva a ser trabalhado em sala de aula, saindo do contexto oficial e apresentando uma nova forma de ver os fatos do Holocausto.

Sobre a Segunda Guerra Mundial existe uma vasta bibliografia, mas no que se trata das versões do holocausto surgem, passados mais de sessenta anos, empecilhos para concretizar essa busca, pois muitos documentos estão indisponíveis ao acesso público e muito pouco se revela sobre uma fase tão negra da Alemanha.