Holanda assume que pecou

Um dos temas mais comentados em todo o mundo gira em torno da legalização da maconha, mas nem sempre este é o único “problema” de legalização que os países enfrentam.

Alguns defendem que liberar (seja a maconha, seja a prática do aborto, prostituição, etc.) é a maneira mais eficaz de se controlar a situação. Uma vez que a questão passa a ser legal não há motivos para que façam escondido, certo? Em partes.

Pois bem, na teoria parece que tudo ia funcionar assim e que legalizar a maconha seria uma forma de ter controle do que é vendido, mas a Holanda precisou admitir que pecou quando concedeu tamanha liberdade. Alguns lugares se tornaram verdadeiros pontos de drogas legalizados e o que era pra ser controlado, saiu do controle de forma drástica.

Legalização da maconha na Holanda

O principal objetivo da legalização foi diminuir o consumo de drogas mais pesadas, mas o que os holandeses não contavam é que essa situação sairia do controle e que os coffes e bares locais acabaram por seduzir ainda mais os chamados “turistas das drogas”.

Ou seja, com a legalização da maconha o consumo aumentou drasticamente e mesmo o usuário não tendo que procurar mais o traficante – pois esse também era um dos objetivos do projeto de legalização – se deparou com locais que vendem [além da maconha] cocaína, heroína e ecstasy, mas agora de forma “legal”.

Outro ponto que gera grandes especulações e inúmeras controvérsias é que, mesmo sendo liberado até 5 gramas de maconha por usuário, o ato de plantar e importar a droga ainda é proibido. Bem incoerente, não é? Tudo isso resultou no incentivo ao narcotráfico e à falsa liberdade de que a maconha era uma droga lícita.

Legalização da prostituição na Holanda

Outro grande arrependimento da Holanda foi a legalização da prostituição. Sabe-se que a Wallen é um dos centros de casas noturnas mais famosas do mundo, desde o século XVII quando as cortesãs francesas e belgas eram importadas para Amsterdã para proporcionar prazer aos europeus.

Após anos se passarem, as cafetinas holandesas já não eram mais “suficientes” para esse mercado e o país autorizou a legalização da prostituição alegando que segurança dessas mulheres, que são expostas em vitrine como se fossem verdadeiras mercadorias à venda, estaria garantida.

O lado negro dessa realidade é que muitas mulheres chegam até Amsterdã através do tráfego sexual e de uma grande rede de lavagem de dinheiro. É nítido como a Holanda se perdeu em suas decisões e como a liberdade deu lugar à libertinagem, e os efeitos colaterais podem ser sentidos em outros países, afinal não são apenas as holandesas que se prostituem, mas mulheres da África, América Latina e do Leste Europeu.

Muitas vezes essas mulheres chegam até o local com promessas de emprego ou são trazidas à força mesmo e se deparam com uma realidade muitas vezes impossível de voltar atrás.

O número de bordeis aumentou consideravelmente e os lugares que antes eram considerados de luxos hoje são frequentados por “qualquer um” que tenha dinheiro para bancar uma noite de sexo, basta escolher na vitrine.

Outras experiências que deram errado

Com tanta liberdade a Holanda se deu conta de que tamanha legalização não foi um acerto, mas está em tempo de consertar o que for necessário. Outros países também sofreram quando resolveram legalizar a maconha e a experiência não foi agradável.

Na Suíça foi preciso tomar atitudes drásticas a ponto da prefeitura de Zurique comprar os prédios em que os prostíbulos estavam instalados (no mesmo lugar em que havia grande quantidade do uso de drogas) tornando o lugar em imóveis residenciais para estudantes.

Já na Dinamarca, especificamente em Copenhague, a venda era feita em feiras públicas, mas em 2003 o cenário mudou e a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas.

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