Gean karla Dias Pimentel[1]

Jucelma Lima Pereira Fernandes[2]

Raquel Rocha Drews Valadares[3]

Sebastiana Félix da Cruz Freitas[4]

Valquíria Rodrigues Dias[5]

A situação educacional brasileira de 1500 até a atualidade foi marcada pela exclusão dos povos do campo, pois sendo a maioria desses povos de situação econômica desfavorável e sobrevivendo do trabalho agrícola, a educação formal não era importante. Nos textos constitucionais de 1824 e 1891 a Educação do Campo não foi mencionada, condicionando as escolas do campo à falta de políticas públicas voltadas para seus sujeitos, resultando na precariedade de seu funcionamento, com espaços físicos inadequados, mal distribuídos geograficamente e com a falta de formação inicial e continuada aos professores que atuam no campo. Outro fator que historicamente deixou a desejar foi a organização do currículo sem nenhuma ligação com a vida dos sujeitos do campo. De acordo com CARVALHO e CUNHA (2012, p.40):

A referência para a organização do currículo da escola do campo, portanto, como centro de formação humana, deverá acenar para uma nova significação do fazer educativo, baseada numa concepção de desenvolvimento humano que possa traduzir na escola uma atenção a totalidade humana nos processos pedagógicos.

Na década de 30 o Brasil passa por transformações econômicas, sociais e educacionais. No cenário econômico inicia-se o processo de modernização da produção agrícola, com o uso de maquinas, tecnologias e insumos, levando ao aumento das lavouras e das propriedades rurais, fortalecendo o latifúndio, que teve seu inicio na colonização. Neste período acontece internacionalmente, profundas guerras, crises econômicas e políticas, fazendo surgir o Nazismo e o Fascismo adotados pelas classes dominantes para conter manifestações populares. Esses movimentos repercutiram no Brasil com a criação de duas organizações distintas: AIB- Ação Integralista Brasileira, com ideias de um Estado nacionalista, antidemocrático e anticomunista. E o primeiro movimento de massa do país, a ANL- Aliança Nacional Libertadora, com ideias democráticas, anti-imperialistas e reformistas. No que tange as transformações educacionais, surge o debate de escolarizar o homem do campo com o objetivo de fixa-lo na terra, responsabilizavam a escola pelo êxodo rural que transmitiam valores urbanos e desvalorizavam a vida dos sujeitos que viviam no campo. Fazendo surgir a discussão da necessidade de adaptação de programas e currículo que atendessem as especificidades dos povos do campo.

            O período da década de 40 é marcado pela implantação de programas educativos buscando a permanecia do homem do campo na terra e o desenvolvimento dessas comunidades, o que efetivamente não gerou resultados, pois a população rural mostrou resistência em aderir valores eobjetivos que eram alheios a sua cultura.