DATA: 03.11.2016, por volta das dezoito horas e quarenta minutos, cheguei na Delegacia Regional de Mafra para fazer uma visita ao Delegado Regional Rafaello Ross. Apesar do adiantado da hora minha intuição dizia que iria encontrar o DRP no seu gabinete e não deu outra. Abri a porta e fui me anunciando. Rafaello estava na sua mesa trabalhando e logo que me viu se encheu de satisfação pela visita inesperada e foi me indagando: "Está aí a serviço ou é na região?" Respondi que era na região. Durante a conversa comentei que tinha três assuntos relevantes para tratar com ele e comecei pelo mais importante: o projeto de lei orgânica. Na parte da manhã já tinha conversado sobre esse assunto com o Delegado Rubens Freitas na Delegacia Regional de São Bento do Sul, no inicio da tarde com o Delegado Gustavo Siqueira da Delegacia de Rio Negrinho. Agora estava ali para conversar com um dos Delegados Regionais mais discretos, dedicado, comprometido com a instituição, além de competente. Fiquei pensando: "O seu excesso de discrição talvez o distancie de assuntos institucionais, muito embora queira saber das coisas, participar..., porém, sem correr riscos".  No correr da conversa fiz alguns comentários sobre o projeto de lei orgânica e da importância dos Delegados Nitz e Ulisses estarem à frente de seus cargos (DGPC e Adepol) durante o curso dos anos de 2017 e 2018. Rafael pareceu entender meu recado, especialmente, que estava ali para tratar de um projeto institucional, não de um projeto pessoal. Lembrei que tinha mandado o projeto via digital para o Delegado Aldo que não me deu retorno algum, todavia, era muito cedo para esperar alguma coisa de um projeto tão revolucionário e complexo para todos os membros da instituição. Rafael me interrompeu para relatar que no grupo de "whatsapp" o Delegado Ulisses tem reiterado que está cansado, não quer mais permanecer no cargo, vai abandonar tudo no final do ano, que não aguenta mais as críticas, os descontentamentos... (não tive como não lembrar do discurso do Delegado-Geral Nitz, do que me disse o Diretor de Polícia do Interior, Delegado Toninho, ou seja, era tudo um jogo e o pior, pegavam os novos, inexperiente, de boa fé... que acabavam dando fé a esse tipo de discurso). Rafael ainda comentou que na Adepol o Delegado Ulisses se reúne somente com os Delegados Bermudez, Casarolli e Thiago, sendo que lá eles decidem tudo sozinhos. Insisti que os Delegados não podem deixar o Delegado Ulisses fugir do desafio da lei orgânica a partir do ano que vem. Argumentei que durante os primeiros dois anos o Delegado Ulisses aproveitou muito bem para fazer contatos, ficar conhecido, dar visibilidade ao seu nome, frequentar o Palácio do Governo, a Assembleia Legislativa e outros órgãos, e que agora seria hora dele aproveitar todo esse "capital" para fazer andar o projeto de lei orgânica (a não ser que fosse também um jogo de cena e que havia um projeto bem maior que seria político..., bom só o tempo poderá nos dar essa resposta), o mesmo valendo para o Delegado-Geral Nitz. Pelo que percebi o Delegado Rafael não só concordou com meus argumentos como também entendeu a importância estratégica do momento, citando que não tinha como um outro assumir do "zero" e querer já de cara impulsionar um projeto pelos canais do governo, inclusive, citando o seu caso: "Como é que eu iria começar a fazer contatos se mal eu me sentei na cadeira de presidente da Adepol?" Rafael quis saber como é que estava o meu contato com a Adepol e DGPC no que dizia respeito a tramitação do projeto de lei orgânica. Acabei fazendo um relato sobre minha diferenças com o Delegado Ulisses, citando o problema que tive com a publicação de um artigo de 2010 quando fazia oposição ao Delegado "Renatão". Relatei que nessa época o Delegado Ulisses não tinha entendido ou lido o artigo até o final e pensou que minhas críticas eram quanto a sua administração frente à Adepol, vindo a me censurar publicamente. Em razão disso, relatei que remeti uma correspondência em caráter reservado o que fez com que ele me pedisse 'perdão', porém, reservadamente. Depois, relatei o episódio envolvendo a Delegada Regional Magali de Balneário Camboriú sobre o Conselho Fiscal. Argumentei que Ulisses me escreveu novamente me censurando, querendo dizer que eu havia feito comentários dizendo que sua administração era "desonesta" por conta de um conselho fiscal que não se reunia. Procurei esclarecer que minha conversa havia sido reservada com a Delegada Magali, especialmente, por ser ela presidente do Conselho Fiscal e porque havia quinze meses que não se reunia com o órgão para deliberar sobre as contas da entidade, o que na minha leitura era um absurdo. Argumentei que as reuniões do Conselho Fiscal deveriam ser mensais, para assegurar credibilidade e segurança para os sócios. Citei a festa de posse da diretoria da Adepol, no início do ano passado, quando foram gastos – segundo comentários - cerca de setenta e quatro mil reais na festa (Hotel Majestic - Florianópolis), e que a conta foi paga pelo presidente da Adepol e pelo Tesoureiro Geral, sem que o Conselho Fiscal tivesse tomado conhecimento do assunto (pelo menos foi o que presumi da conversa com a Delegada Magali). Relatei que desconhecia o que Magali havia repassado para o Delegado Ulisses a respeito da nossa conversa, mas certamente que poderia ter distorcido minhas palavras, porque o que questionei foi apenas a forma de agir do Conselho Fiscal, a omissão dos conselheiros, jamais a honestidade da diretoria da qual também fazia parte (só desconhecia esses fatos porque integrava o Conselho de Ética). Diante desses fatos relatei que quando fui fazer a entrega do projeto de lei orgânica na Acadepol para o Delegado Ulisses procurei repisar esses dois fatos e que ele não poderia se perder por coisas tão pequenas, que deveria fazer contato comigo via telefone que eu teria dado todas as explicações necessárias. Nessa ocasião relatei que recomendei a Ulisses que mudasse sua forma de agir, que não se perdesse com críticas, muito pelo contrário, que aproveitasse a oportunidade para estabelecer um diálogo com os sócios, melhorasse os serviços, fizesse uma reengenharia da Adepol. Rafael me interrompeu para confirmar que na rede "whatsapp" dava para perceber nitidamente como o Delegado Ulisses se perdia com críticas, demonstrando uma certa instabilidade... Procurei dar ênfase sobre a tese do "alinhamento dos astros" que deveria ocorrer no ano de 2018 e que seria fundamental se "plantar" o projeto de lei orgânica no ano de 2017, sob pena de perdermos mais uma década, já que o PMDB deverá chegar ao governo no ano de 2018. Além disso, poderia fazer o governo e  assumir no início de 2019, permanecendo talvez até 2026, sem que nós conseguíssemos nada, enquanto que o projeto de lei orgânica da Polícia Militar, segundo comentários, já estaria quase pronto, só aguardando esse "alinhamento dos astros" (leia-se: o momento oportuno para encaminhamento). Mencionei que caso contrário, se nada for feito, vamos perder mais uma vez o "bonde da história", daí a importância dos Delegados não deixarem que os Delegados Nitz e Ulisses deixem seus cargos num momento tão importante e dramático. No curso da conversa, entrei nos dois outros assuntos: "instauração de inquérito policial para tratar de denúncias de fraudes no processo de promoções/2013". Rafaello comentou que um dos denunciados (Delegado Sérgio) foi seu subordinado na DPCo/Mafra e sobre o assunto trocamos várias informações sobre como eram feitos os "cursos à distância". O terceiro assunto era sobre "Thimóteo Braz Moreira", objeto de um livro que pretendo escrever, cujo filho do protagonista é médico e segundo tinha conhecimento residia naquela cidade (Thimóteo Braz Moreira Filho), onde atuava como médico. Pedi para que Rafael tentasse um contato com essa pessoa para tratar da figura do seu pai (foi Oficial da PM, Delegado de Polícia e Juiz de Direito). Rafaello disse que nunca tinha ouvido falar dessa pessoa, mas que iria ver se conseguia o contato.  

Depois que deixei Rafaello, já caminhando e repassando mentalmente os pontos principais de nossa conversa, não tive como não pensar nos discursos paralelos de Nitz e Ulisses que na condição de se auto-vitimizarem nos seus cargos acabam atraindo olhares de compaixão por parte de seus pares, fazendo obstar os processos naturais de cobranças, seletividade para o que realmente importa e deve ser feito, enfim, deixam-se se levar pelas corredeiras de seus rios rumo a queimar seus respectivos tempos, contribuindo para a mesmice, o não despertar, apagar fogos, rechaçar quaisquer planos ou projetos que não sejam os triviais, do dia a dia, o prato feito..., especialmente, aproveitando-se das suas posições hegemônicas e lideranças, na maioria dos casos valedo-se da boa fé ou do comodismo e subserviência... de seus pares. Sim, são sobreviventes, possuem inteligência emocional (de si e  das pessoas próximas ou distantes) e seus méritos pessoais para terem chegado nos seus postos, não há dúvida, possuem interesses pessoais para estarem onde estão... e só o tempo poderá contribuir sobremodo para serem desvendados.