Euclides Antonio Fabris, nasci em 18 de julho de  1.936, na Colônia da Linha 5ª Distirito de Vista Alegre, município de Nova Prata RS. Filho de David  Fabris e Elizabeth De-Carli, que tiveram 06 filhos, sendo eles Rovilio, Euclides, Diva, Gelcio, Elinor e Anair.

            Avos paternos: Marcos Fabris e Cecília Caleffi, que tiveram 09 filhos. Avós maternos: Ângelo De Carli e Carolina Brunhera, que tiveram 18 filhos. Ambos chegaram da Itália na grande região chamada colônia Izabel, na Serra Gaúcha, com referência Caixias do Sul e Bento Gonçalves, terra de mato e morros, foram assentados em lotes de 30 hectares para cada família. Formando pequenas comunidades onde viviam com os costumes e tradição de sua terra natal, tudo isso na década dos 1.890 à 1.900 em época que diziam que a Europa estava na maior crise de fome, miséria e guerras.

            Assentados desbravaram as matas em pouco tempo, tornando a região celeira do Brasil em produção de trigo, milho, criação de suínos e produção de vinhos.  Logo após seus filhos não tinham lugar para trabalhar, partiram o Estado de Santa Catarina, nas cidades de referências, Chapecó, Videira, Joaçaba e Concórdia, nessa época meu avó paterno comprou  quatro Colônia para os filhos homens, também nesse tempo fala-se muito no Estado do Paraná, região de Pato Branco e Toledo que era visitado a cavalo. Meu Pai logo se casou no ano de 1.933, e mudou-se para outro povoado chamado Bela Vista no Município de Alfredo Chaves hoje Veranópolis-RS, assumindo na oportunidade um Hotel Casa de Pasto, no Frigorífico  da Cooperativa  Sul Brasileira de Bela Vista, que tinha aproximadamente 2.000 sócios, criadores de suínos, onde nesse referido Hotel hospedava-se produtores, viajantes, principalmente carreteiros de carretas de cavalos e burros, que transportavam os animais até o frigorífico e conseqüentemente o produto do frigorífico até a estrada de ferro de Bento Gonçalves, com carretas de 09 animais sendo três no timão da carreta e 06 no balanção da frente, cada uma com uma carga de 3 mil quilos, o produto principal era banha e salames e derivados, destinados ao Rio de Janeiro, que era a maior cidade brasileira na época, inclusive capital do Brasil, pois esses produtos eram embarcados no Rio Grande do Sul em Navios.

            Lembro-me quando tinha sete anos de idade quando faleceu minha avó Cecília Caleffi, ficou meu avô Marcos com 05 filhas solteiras. Inconsolados meu avô e meu Pai resolveram vender a Colônia e compraram outras duas em São João, pertinho de Bela Vista. Onde produziam Trigo, Folha de alcachofra, Uvas e Criação de porcos. Nessa época comecei a freqüentar uma escola municipal José Bonifácio, de São João, com uma única professora leiga, que dava aula para os alunos todos juntos na mesma sala até o terceiro ano primário. O principal era aprender ler e escrever, sobretudo as quatro operações, um pouco de história e geografia, lembro bem que ensinava que a Lua era 4 vezes maior que a terra. Naquele tempo a comunicação era difícil, o rádio era privilégio de poucas famílias, pois tinha que esperar mais de meia hora para aquecer as válvulas, o telegráfo era o canal de comunicação, os jornais chegavam com mais de 15 dias de atraso.

            Meu Pai resolveu, que eu fosse estudar no colégio La Sale de irmãos Maristas em Veranópolis, com dificuldades de pensionato fiquei apenas 06 meses, voltando a trabalhar no roça, já com 13 anos minha mais nova Tia Albina, casou-se com um alfaiate Tio Teófilo Valente e foi morar em Santa Catarina, distrito de Varjão, fui morar com eles e aprender a profissão de alfaiate, mais como tinha pouco serviço, fiquei apenas 05 meses e acabei voltando para junto de meu pai, preparando terra para o plantio com arado puxado por junta de bois. Minha Tia Pierina era minha catequista, aconselhava-me muito juntamente com outra tia Catarina, “Euclides você é um menino novo, procure seu futuro pois na roça é difícil”.

            No ano de 1.950 fala-se muito no norte do Paraná, no plantio de café que era o principal produto de exportação Brasileira, meu Pai juntamente com meu tio Savaris, entusiasmaram e compraram um sítio de mata na cidade Gaúcha norte do Paraná, ficou decidido de ir para o Paraná eu e meu primo Idolino, para cultivar café, ficamos quatro anos na luta com o café e nada conseguimos, pois a geada era forte e acabou com a plantação de café, meu primo Idolino voltou para o Rio Grande do Sul e eu fiquei sozinho, comecei a criar e comprar suínos, fazer banha e lingüiça vendendo aos comerciantes da região. Resolvi fazer uma viagem ao Rio Grande visitar meus pais e lá conheci um fotógrafo amador o senhor Silvestre, que me ensinou a revelar filmes com sistema rústico em quadros de madeira em gabine escura, aprendi meio por cima a profissão de fotografo e voltei para o Paraná onde comecei a tirar fotos das pessoas nos sitos e comércios, vivendo por pouco tempo dessa profissão e em 1.959, resolvi vender a criação de porcos e com o dinheiro montei um boteco a beira da estrada da gleba sete, em cidade Gaúcha, sozinho na época o norte do Paraná era somente de sítios de Café, havia muita gente e no meio da plantação de café plantava-se algodão, mamona, Milho, amendoim etc... enfim o comércio era muito forte, nesse Boteco era secos e molhados abrangia tudo desde de alimentação, calçados, roupas miudezas, sementes, herbicidas, compra e venda de cereais enfim tinha de tudo que a família procurasse.

            No ano de 1.960 comprei um caminhão chevrollete Brasil, com a credibilidade junto aos atacadistas como J Alves Verdíssimo que na época era o maior atacadista do Brasil, me deu credito total de até 90 dias de prazo, comprava cereais levando a Londrina e Maringá e trazia mercadorias que eram vendidas a população rural, e depois com o bom movimento acabei colocando uma filial na cidade vizinha de Tapira e no ano de 1.963, resolvi casar no dia 23 de Janeiro, minha esposa Iolanda e fomos morar na Gleba Sete onde construímos uma casa e de nosso casamento nasceram duas maravilhosas filhas Elizabeth e Beatriz.

            Em 1.965 veio a erradicação do café através do governo federal, pagando auto preço para destruir as lavouras de café, sendo uma tragédia para todos, começando assim a saída de pessoas procurando outros rumos e vários começaram a plantar pastos para criação de gado, ficando na região apenas 1/3 da população. Nesse ano comprei uma serraria de meus cunhados que estava parada em sua fazenda e fui serrando madeira que estava no meio das plantações de café e restante de matas. Já no ano de 68 tive a oportunidade de conhecer o então Mato Grosso onde foi comprado uma área de 2.500 hectares para pecuária, ao lado da zona urbana do município de Naviraí, onde o proprietário como pagamento recebeu meu sítio de café, o armazém de Tapira e uma área de Mata de 97 alqueires em São Pedro do Oeste também no Paraná, de imediato ainda comprei um sítio de Café do Sr. Kodama, permutado por um caminhão e um pouco de dinheiro e no mês de Outubro de 1.968 eu e família viemos morar definitivamente em Naviraí, onde não tinha energia, nem telefone era um sertão bruto, pra chegar em Naviraí era uma verdadeira aventura, só chegava de carro traçado como jipe ou rural naquela oportunidade Naviraí estava se projetando como a capital da madeira, acabei montando também uma serraria na cidade, junto com os filhos de meu cunhado Arnoldo e logo de imediato achamos negócio e acabamos vendendo a serraria, depois montei uma outra serraria na Fazenda Santa Helena de propriedade do Vasco. E em minha fazenda produzia algodão e no sítio café que eram transportados para a cooperativa de Nova Londrina no Paraná e na volta trazia rama de mandioca da região de Graciosa, plantei em minha fazenda 450 hectares de mandioca juntamente com o João Paraíba, montando uma farinheira tocada a roda de água do córrego do touro, pois na região na tinha consumo e com a seca do Ceará, acabamos vendendo nossa produção para aquele estado. Por curiosidade a fiscalização de ICMS da época não tinha pauta de cobrança, era preciso uma autorização do Secretário em Cuiabá, para expedir a nota do produto que era a farinha de mandioca, com isso fui o pioneiro na exportação desse produto em Mato Grosso.

            Em 1.974, já formada parte da fazenda em Naviraí, aconteceu uma grande cheia no Pantanal e com isso o Banco do Brasil financiou a compra deste gado com prazo longo, onde conheci quase todo o Pantanal e acabei comprando uma boa quantidade que foi trazida de trem até a Fazenda Santa Virginia no município de Ponta Porá e de lá para Naviraí conduzida por estradas boiadeiras. Depois comprei terras no Pantanal, logo após vendi e recebi uma área em Sinop, Mato Grosso, em 1974, fui até Rondônia com um grupo de amigos de Naviraí e comprei 04 lotes de 2.000 hectares do INCRA, onde tevi problema para legalização, ficando apenas com dois lotes que formei uma parte para gado e com o advento com a novo pasto a braqueara aqui no Sul do Estado, tornou-se inviável em Rondônia e acabei vendendo. Em 1.976, comprei 2/3 da serraria do sr, Aristides de Brida, ficando o Antenor de Brida como meu sócio em Capitão Bado no Paraguai, ai monta mais 2 serrarias no Paraguai e uma no Brasil para beneficiamento de madeiras, nessa sociedade compramos 3 áreas no Paraguai, onde temos hoje uma grande criação de gado.

            Em 1.977, por ser a maior madeireira de Peroba e Ipê do Brasil, instalamos um escritório de venda em São Paulo onde fui morar três anos e meio, oportunidade que minhas filhas estudaram no colégio Santa Marcelina. No ano de 1.980, compramos uma casa em Campo Grande e moramos por um bom tempo até as filhas se formarem e em 81 com o término da madeira acabamos desativando as serrarias e o Sr. Antenor meu sócio, foi morar em Joara, em uma das serrarias que tínhamos comprado e separamos a sociedade. Na época que estava morando em São Paulo, o País tinha a maior crise de Petróleo que se viu, chegando a 60 dólares o barril, o governo fez um chamamento aos empreendedores brasileiros e abriu uma linha de financiamento especial com juros subsidiados por 12 anos de prazo, me interessei e procurei fazer amizades com diretores da Cooperçucar que tinha o maior faturamento do Brasil de açúcar e exportação e possuía o maior centro de tecnologia em cana-de-açucar do mundo. Com a intenção de me tornar um dos associados foi elaborado um projeto de 60 mil litros dia de álcool, mas o órgão oficial do governo SENAL, não deu viabilidade econômica, somente para um projeto de 120 ou 150 mil litros dia para viabilizar, com isso convidei amigos de Naviraí e montamos em sistema de Cooperativa, hoje a Coopernavi a maior unidade de produção de açúcar do Estado e a única com produção de levedura seca para exportação e também a única autorizada pela ANEEL, para a venda de energia.

            Em 1986, Naviraí era o maior criador e recriador de boi gordo do Brasil e toda a produção era vendida no Paraná, resolvi montar um frigorífico, onde trabalhei quase um ano abatendo de 300 a 500 cabeças dia e que depois acabei vendendo o mesmo para um grupo central de Maringá, que depois venderam o Grupo Berlim, que hoje abate 1.500 cabeças dia e gera mais de 1.700 empregos diretos, na mesma época em 86, meu irmão Gelcio era diretor industrial de uma das maiores Fabricas de calçados do País, no Rio Grande do Sul o seu diretor presidente, se empolgou e comprou ações do banco Sul Brasileiro, que acabou quebrando indo a falência e meu irmão acabou ficando desempregado e me convidou para montar uma fabrica de calçados e montamos a Fabris Industria e Comércio de Calçados, onde gera hoje mais de 500 empregos, com produtos femininos, 100% de exportação.

               No ano de 1.995, comprei uma área de 104 mil hectares no Município de Cotriguaçú na região de Aripuanã, de Antonio José Junqueira Vilela, entregando uma fazenda de 1.200 alqueires de campo em Coronel Sapucaí e o restante em dinheiro.

            Em 1.996 foi o ano de uma total mudança em minha vida, pois nunca sonhei em ser político, nunca fui partidário, nunca pertenci a partido algum, acabei sendo envolvido pela sociedade naviraiense a disputar um cargo político e fui eleito prefeito de Naviraí e reeleito novamente como candidato único. Durante a primeira campanha, nos palanques sempre dizia que as pessoas me dessem um voto de confiança, para que pudesse realizar um trabalho de amor e prosperidade para cidade, nunca prometi nada a ninguém, nem cargo políticos, pois meu perfil seria um trabalho de transparência total e progresso para o município. Em meu governo graças a Deus tive a oportunidade de oferecer aos servidores municipais cursos de aperfeiçoamento qualificado, informatizando toda a máquina administrativa, oferecendo condições de vida digna à todos, onde hoje fomos aprovados por auditores como o município mais transparente do país.